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O Brasil irá ampliar o seu investimento em estudos com as células-tronco. Em 2012, o Ministério da Saúde deve investir cerca de R$ 15 milhões, dos quais R$ 8 milhões irão para a conclusão da estruturação de Centros de Terapia Celular, que serão responsáveis pelas pesquisas. Já o restante deve ser investido em editais voltados para os estudos na área.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, os investimentos na área das células-tronco têm como objetivo reduzir os gastos com os insumos utilizados na pesquisa, que atualmente são importados. "O objetivo é incentivar a independência tecnológica do País e proporcionar autonomia produtiva e know-how numa das áreas mais inovadoras da saúde", justificou.
Apesar de ainda não ser reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina do País, o tratamento com as células-troco já é permitido no âmbito da pesquisa clínica. No entanto, com a ação do Ministério, a intenção é ampliar o uso desse tipo de tratamento em ações de recuperação de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com problemas ligados a esclerose múltipla, movimento de articulações e regeneração do coração.
Localização dos novos Centros
Os oito Centros de Terapia Celular que receberão os investimentos anunciados pelo Ministério da Saúde estão distribuídos em seis municípios: três deles ficam na Universidade de São Paulo da capital paulista (USP-SP), um na USP de Ribeirão Preto-SP, um na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre-RS, um no Instituto Nacional de Cardiologia do Rio de Janeiro-RJ, um no Hospital São Rafael de Salvador-BA e um na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), em Curitiba-PR.
De todos os Centros anunciados, apenas três já estão em funcionamento: o de Curitiba, Salvador e Ribeirão Preto. Dentre eles, o da PUC é o mais desenvolvido e tem pesquisas concluídas que aguardam apenas a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ampliar a produção para uma escala comercial.
Fonte: Ministério da Saúde
O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) emitiu portaria, nesta quinta-feira (12), autorizando os laboratórios de luvas cirúrgicas e preservativos a ficarem responsáveis pelos certificados de implantes mamários no Brasil. Segundo o texto do documento, a medida é válida por seis meses contados a partir da data da publicação.
A decisão do Inmetro vem ao encontro da nota da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgada no último dia 21 de março e que suspendeu a importação de próteses mamárias de silicone até que fosse regulamentada a certificação do produto. A partir de agora, os laboratórios brasileiros ficarão incumbidos de checar a qualidade, resistência e composição, a fim de evitar problemas como os encontrados nas próteses da Rofil e Poly Implant Prothese (PIP).
Relembre o caso
As novas resoluções para a importação de próteses mamárias remetem aos recentes problemas encontrados nos produtos das marcas PIP e Rofil, que apresentaram taxas de ruptura do material acima do permitido pela lei. Depois de receber denúncias de pessoas que foram lesadas, a Anvisa optou, no começo do mês passado, pela suspensão da importação, distribuição e comercialização de próteses dessas marcas.
Além de determinar quais laboratórios ficarão responsáveis pela certificação, o Inmetro determinou que os fabricantes também sejam inspecionados. Até a medida, a empresa responsável pelas próteses precisava apenas de um certificado do país de origem para fazer a comercialização, sem que para isso fosse necessário algum tipo de teste dos lotes.
Fonte: Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quinta-feira (12), pelo direito de interrupção da gravidez em casos de fetos anencéfalos (formação incompleta do tubo neural). A votação, que começou na última quarta-feira (11) e terminou apenas ontem, teve 8 votos favoráveis do aborto nesses casos contra apenas 2 com opinião contrária.
Apesar de ter vencido com boa margem, a decisão é cercada de polêmica. Em protesto contra a descriminalização do aborto de fetos anencéfalos, um grupo religioso que uniu evangélicos e católicos fez vigília desde a última terça-feira em frente ao prédio do STF. Segundo os protestantes, a lei não deve privar nenhum tipo de indivíduo da vida, seja ele anencéfalo, deficiente ou em qualquer outro caso de aborto.
Enquanto o grupo religioso argumentava contra o aborto de anencéfalos, alguns ministros justificavam o seu voto favorável. De acordo com o ministro e relator da ação, Marco Aurélio Mello, a interrupção da gestação do feto sem cérebro é um direito que não caracteriza crime contra a vida, já que nesse caso não existe vida em potencial.
O que diz a ciência
Além de levar em conta questões jurídicas, alguns dos ministros levaram em conta o que a ciência diz a respeito da anencefalia. Segundo dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), cerca de metade dos fetos com ausência ou formação incompleta do tubo neural tem parada cardíaca ainda antes do parto.
Também existem casos em que os bebês anencéfalos chegam a ter batimentos cardíacos já fora do útero da mãe. No entanto, segundo estimativas médicas, as funções vitais permanecem apenas por algumas horas e, no máximo, até um dia. O diagnóstico, nesses casos, pode ser feito já com três meses de gestação e com grande precisão por meio de exame ultrassom.
A população brasileira com excesso de peso está crescendo. Segundo levantamento da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, 49% dos brasileiros estão acima do peso, dos quais 15,8% são obesos. Em 2006, a proporção era de 42,7% e 11,4% respectivamente.
Os dados da pesquisa, divulgada anualmente pelo Ministério, foram coletados nas 26 capitais e no Distrito Federal, contabilizando um total de 54 mil pessoas em 2011. Entre os principais critérios, foram analisados hábitos como alimentação, tabagismo, atividades físicas e consumo abusivo de bebidas alcoólicas.
De acordo com os resultados do estudo, o nível de escolaridade interfere positivamente nos hábitos alimentares, enquanto o consumo de refrigerantes, carne e leite integral, rico em gorduras, oferece fator de risco para o desenvolvimento do excesso de peso e da obesidade. "Os brasileiros têm trocado a água pelo refrigerante, o que prejudica demais a saúde", explica Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde.
Tabagismo em queda
Se por um lado a população com excesso de peso cresceu, por outro o número de fumantes caiu para 15%, principalmente entre os homens. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a queda se deve às políticas atuais implantadas. "Pela primeira vez estamos abaixo da média em relação ao tabagismo. Isso é retrato das políticas que vêm sendo exercidas. Precisamos intensificar a tendência de queda do tabagismo entre mulheres e jovens. O reforço da fiscalização contra a pirataria no cigarro também contribui para que os números do tabagismo diminuam mais", explicou.
A pesquisa feita pela Vigitel revelou ainda queda no sedentarismo do brasileiro, que passou a praticar mais exercícios físicos. Segundo o levantamento, Florianópolis é a capital nacional da atividade física no tempo livre, com 41% da população. Já as capitais da região Norte e Nordeste foram as que apresentaram os menores índices de excesso de peso e obesidade.
Fonte: Ministério da Saúde
A paralisia infantil, também conhecida como poliomielite, é uma doença transmitida por vírus que pode causar a perda total de movimentos, dependendo do grau de severidade. Eliana Zagui, vítima da infecção aos dois anos de idade, vive há 36 deitada em um leito da UTI do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo, mas nem por isso se abate com as dificuldades.
Sem movimentos do pescoço para baixo, Eliana lança nesta terça-feira (10) o seu primeiro livro, "Pulmão de Aço - uma vida no maior hospital do Brasil", pela Editora Belaletra. Escrita com a utilização da boca, a obra conta a vida e as experiências vividas pela paciente em todos os anos passados dentro do hospital, inclusive os momentos em que chegou a pensar no suicídio como forma de acabar com seus problemas.
A produção do livro não foi o primeiro ato de superação de Eliana, que anteriormente conseguiu se formar no ensino médio e aprender outras línguas como o inglês e o italiano. Fez também curso de história da arte e aventura-se como pintora, sempre utilizando a habilidade que desenvolveu utilizando apenas a boca.
O nome do livro
Pulmão de aço, que deu título à obra de Eliana Zagui, era o nome dado a uma máquina inventada na década de 20 onde pessoas com insuficiência respiratória eram colocadas. Nesse aparelho, a autora do livro chegou a tentar tratamento, mas a paralisia já havia afetado os movimentos do diafragma e de deglutição. Desde então, ela vive conectada a um aparelho de respiração mecânica, do qual ela dificilmente fica longe.
Além de contar as experiências dentro do hospital, "Pulmão de Aço" traz a única passagem fora do local em 36 anos: o Natal na casa de amigos, uma experiência relatada por Eliana como "indescritível" e que apenas foi possível com uma maca e um respirador portátil.
Com preço de R$ 36, "Pulmão de Aço" chega às bancas nas próximas semanas e traz 240 páginas de uma história repleta de superação, com a qual Eliana espera ajudar outras pessoas, cada uma com a sua dificuldade.
Fonte: Folha de São Paulo