Saúde da mulher

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A síndrome dos ovários policísticos é um dos problemas endocrinológicos mais comuns entre as mulheres, atingindo cerca de 8% da população adulta e causando uma série de alterações hormonais. Uma delas é o excesso da produção do hormônio masculino (testosterona, androstenediona), resultando em acne, queda de cabelos (alopecia), aumento de pelos, resistência à ação da insulina, irregularidade menstrual (ou ciclos não ovulatórios), entre outros.

A obesidade também acaba tendo uma relação direta com os ovários policísticos, já que, diante do quadro de resistência insulínica, há mais chance de ganhar peso e mais dificuldade para emagrecer. E, apesar de ser mais comum em pacientes acima do peso, mulheres magras também podem ter síndrome dos ovários policísticos.


Para o diagnóstico, no entanto, o ginecologista ou o endocrinologista precisa descartar a presença de outras doenças que possam levar a quadro semelhante. Além disso, é importante ressaltar que somente a presença dos cistos isoladamente no ovário não fecha o diagnóstico da síndrome, assim como também não é obrigatória a sua presença (por isso há tantas críticas para o "nome" da síndrome, que não seria adequado). Além da exclusão de outras doenças, também é necessário que haja presença de alguns fatores obrigatórios para se ter o diagnóstico correto.


O tratamento abrange desde o uso de anticoncepcionais orais, antiandrogênios (medicações contra hormônio masculino), sensibilizadores de insulina (como metformina) até mesmo indutores ovulatórios para as mulheres que querem engravidar. Vale frisar que, mesmo que as portadoras da síndrome tenham dificuldade para perder peso, o emagrecimento auxilia muito no tratamento.

Dra. Claudia Chang, Doutora (PhD) em Endocrinologia e Metabologia pela USP, Coordenadora e Professora da Pós-Graduação em Endocrinologia do ISMD – Instituto Superior de Medicina (CRM 110155)

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A menopausa é normalmente associada às mulheres com mais de 40 anos, certo? Mas você sabia que ela pode acontecer precocemente?

Mas antes de tudo, o ginecologista e especialista em reprodução humana explica o que de fato é a menopausa. Segundo ele, esse é um termo usado muitas vezes erroneamente pelas pessoas. "Normalmente as pessoas acham que a menopausa é o período em que a mulher se encontra após a pausa da menstruação, mas esse período é chamado de climatério. A menopausa em si é definida como o evento caracterizado pela última menstruação na vida da mulher", explica ela.

O climatério, então, representa o término da capacidade reprodutiva feminina, correspondente à falência ovariana, com alterações hormonais importantes que costumam ocorrer dos 40 aos 55 anos.

No entanto, em algumas mulheres, ela pode ocorrer antes dos 40 anos, o que é chamado de menopausa precoce ou falência ovariana prematura. Segundo Ricardo, ela não é comum, acontece em aproximadamente 1% das mulheres abaixo dos 40 anos, sendo muito rara antes dos 30 anos (0,1%) e dos 20 anos (0,01%).


Dentre as causas da menopausa precoce é possível citar os fatores genéticos, as doenças autoimunes ou imunológicas, doenças da tireoide, doenças infecciosas (ooforites), doenças metabólicas (diabetes mellitus e galactosemia) e iatrogênicas (quimioterapia, radioterapia e a retirada cirúrgica dos ovários).

Os sintomas podem ser variáveis, como ondas de calor (fogachos), irritabilidade, instabilidade emocional, depressão, aumento do peso, ressecamento vaginal ou da pele, insônia, cansaço, dores no corpo, dores nas articulações e nos músculos, cefaleia, palpitação (batedeira no coração), parestesia (formigamento) e infertilidade (dificuldade de engravidar naturalmente por um período maior ou igual a 12 meses).


O diagnóstico é feito através da história clínica (anamnese), exame físico e de exames laboratoriais. A história clínica é caracterizada pela ausência da menstruação por um período maior de 12 meses, acompanhada dos sintomas citados anteriormente, e do ponto de vista laboratorial ocorre o aumento dos níveis séricos dos hormônios LH e FSH e diminuição dos níveis de estrógeno.


O tratamento da falência ovariana prematura consiste em terapia de reposição hormonal, abordagem psicossexual e orientação sobre a gravidez. Além disso, essas pacientes devem ser acompanhadas anualmente.

O ginecologista explica que a menopausa precoce é uma das causas de infertilidade. Diante do diagnóstico, as pacientes com desejo reprodutivo devem procurar um especialista em reprodução humana. Nesses casos o mais indicado é a realização de fertilização in vitro (FIV), podendo ser necessário o uso de óvulos de doadora em casos mais graves. "Mulheres com história familiar de falência ovariana prematura devem considerar a possibilidade de criopreservação (congelamento) dos seus óvulos ou embriões, pois ainda não existem testes inteiramente confiáveis para determinar quando a menopausa pode ocorrer", diz ele.

Ricardo explica que a menopausa precoce traz grande impacto na vida da mulher, especialmente na vida reprodutiva e sexual, por isso merece atenção especial. "É fundamental que a paciente entenda a doença de maneira clara e aprenda a aceitar o que está acontecendo", finaliza ele.

 

Dr. Ricardo Luba, médico ginecologista e obstetra, especialista em Reprodução Humana.

www.ginecologialuba.com.br

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Hoje, dia 27 de Novembro, é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Câncer e você sabia que o câncer mais comum entre as mulheres é o de mama? No Brasil, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são diagnosticados quase 53.000 casos novos ao ano. Nos Estados Unidos a estimativa de incidência é de 232.340 casos novos em 2013. No mundo a estimativa é de 1,38 milhão de casos novos ao ano.

E você sabe tudo sobre essa doença que assombra tantas mulheres?


O oncologista Dr. Ricardo Caponero explica que o câncer de mama se caracteriza pela proliferação celular desordenada e progressiva, seguida por disseminação no organismo, podendo levar à disfunção orgânica e óbito.

Na fase inicial o câncer de mama é assintomático. Após o crescimento da lesão pode-se palpar nódulo na mama ou na axila. "Também pode ocorrer retração do mamilo ou descarga papilar anormal. Normalmente essas lesões iniciais, quando presentes, são indolores", diz ele.


O diagnóstico é feito por exame clínico ou de imagem e deve ser sempre confirmado por uma punção para avaliação cito ou histopatológica, ou seja, por uma biópsia.

De acordo com o especialista, o principal fator de risco é a idade. O câncer de mama apresenta incidência crescente a partir dos 50 anos. O segundo fator mais importante é a história pessoal (o fato de já ter tido câncer de mama ou ovário), seguido pela história familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau; câncer de ovário, ou câncer de mama em homens. São fatores moderados o sobrepeso, o tabagismo e o uso excessivo de bebidas alcoólicas. São fatores de risco menos importantes ter iniciado cedo os ciclos menstruais, não ter engravidado nem amamentado e a menopausa tardia.

A genética influencia em mais ou menos 30% dos casos. Um bom indicador é a presença de duas ou mais parentes de primeiro grau com câncer de mama ou ovário; o diagnóstico de câncer de mama em homens; e a ocorrência do câncer antes dos 35 anos de idade.

Uma dúvida comum das mulheres é se fazer reposição hormonal pode causar a doença. O que o especialista explica é que a reposição hormonal não parece ser a causa, mas um acelerador do desenvolvimento do câncer de mama. "Ela pode ser usada, mas sempre com a avaliação e o acompanhamento de um médico especialista no assunto", diz ele.

Outra dúvida muito difundida, principalmente pela internet, é a de que usar desodorantes antitranspirantes causa a doença, mas, segundo o especialista, isso não passa de um mito, sem comprovação científica alguma.

O autoexame como forma isolada de detecção não foi suficiente para reduzir a mortalidade por câncer de mama, no entanto, combinado com outros métodos, como a mamografia, o autoexame é um bom método. Ele permite que a paciente conheça seu corpo, e ninguém melhor do que a própria mulher para perceber mudanças sutis em seu corpo. O exame deve ser feito sempre na mesma época do ciclo menstrual, quando for mais confortável para a mulher. "Ele pode ser feito durante o banho, quando o sabão permite deslizar mais facilmente as mãos pela mama. Mas também pode ser feito na cama. Em ambos os casos se pressiona a mama contra o gradeado costal procurando por nódulos. Se encontrados, o exame médico é fundamental", explica ele.

A doença pode ser dividida em três estágios. O estágio inicial é quando a doença está restrita à mama e o prognóstico geralmente é excelente; a segunda fase é geralmente quando a doença já se espalhou para os gânglios linfáticos (linfonodos) da axila, caracterizando uma doença locorregional avançada; e uma terceira fase, mais avançada, com doença metastática à distância, onde as chances de cura são muito reduzidas.


Hoje temos várias opções de tratamento. O principal ainda é a cirurgia, onde o tumor é removido mecanicamente. A radioterapia é um tratamento locorregional através de radiação ionizante que causa danos biológicos aos tecidos malignos, levando à sua destruição. Para o tratamento sistêmico temos a terapia endócrina, geralmente antiestrogênica; a quimioterapia; e, mais recentemente, temos a possibilidade de contar com a terapia imunológica através de anticorpos monoclonais. "E é claro que a tudo isso se pode associar terapia de suporte como bifosfonatos, por exemplo", diz Dr. Ricardo.

 

Reconstrução mamária

Para a mulher, uma opção após a retirada das mamas é fazer uma cirurgia de reconstrução. O especialista explica que, geralmente, o melhor é que se faça a reconstrução imediata, logo após a retirada do nódulo, porém, se o prolongamento da duração da cirurgia causar risco para a paciente, então, faz-se a cirurgia em duas etapas.

Existem vários tipos de reconstrução mamária. Ela pode variar desde uma remodelação das mamas (simetrização), colocação de próteses ou expansores, até a reconstrução com o músculo reto abdominal e o grande dorsal. Cabe ao médico e à paciente resolverem juntos qual a melhor opção.

Vale salientar que, após toda a fase de tratamento, o acompanhamento médico é primordial. "O médico estabelecerá uma periodicidade que depende da avaliação de risco de recidiva que ele faz. Pacientes com risco mais elevado ou mais ansiosas podem ser vistas mais frequentemente", finaliza ele.

 

Dr. Ricardo Caponero - Médico Oncologista da CLINONCO – Clínica de Oncologia Médica, Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Especialização em Oncologia pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e Coinvestigador de Pesquisas Clínicas Nacionais e Internacionais Multicêntricas.

www.clinonco.com.br

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O câncer de mama é o tipo de câncer que mais afeta as mulheres em todo o mundo. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), apenas no ano passado foram diagnosticados um pouco mais de 52 mil novos casos da doença. Para este ano, a estimativa é que pelo menos 60 mil mulheres sejam diagnosticadas com a doença.

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A cirurgia de implantes mamários de silicone é cada vez mais comum no universo feminino. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2011 foi o segundo procedimento cirúrgico mais realizado, com 150 mil cirurgias feitas.

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