Notícias
A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, interditou, esta semana, lotes do alimento funcional quitosana fabricado pelas empresas Sinérgika Indústria de Alimentos e Ledal Química. Segundo a Agência, os fabricantes, a fim de potencializar o efeito de emagrecimento do quitosana, misturaram irregularmente o inibidor de apetite sibutramina, não permitida em alimentos. A Anvisa alerta que fazer esse tipo de mistura é um crime hediondo. Por isso, especialistas alertam que alguns cuidados, como procurar uma indicação médica, são necessários antes de tomar produtos emagrecedores. Como explica o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia da Regional de Pernambuco, Luiz Griz.
"Se um paciente começa a tomar essas drogas sem uma avaliação clínica, ele pode desencalhar um quadro depressivo, alterações de comportamento, pode aumentar a pressão arterial, aumento da freqüência cardíaca. Poderia ter um problema cardíaco que não fosse detectado. Então, por isso a importância de antes de que antes de você iniciar uma medicação, você ter uma avaliação clínica cuidadosa para saber se você pode realmente tomar essas drogas por conta dos efeitos".
A interdição dos lotes publicada no Diário Oficial da União vale para todo o território nacional. Os fabricantes vão ter noventa dias para apresentar uma contraprova do laudo do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Nesse prazo, os lotes interditados não podem ser comercializados nem consumidos. Quem já comprou esses produtos deve entrar em contato com as empresas fabricantes.
Reportagem de Suely Frota - Ministério da Saúde
Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS100635
Dia 29 de outubro é o Dia Mundial do AVC. O acidente vascular cerebral, mais conhecido como derrame, ocorre quando há um problema nas veias do cérebro, que impede o fluxo sanguíneo. Essa falta de circulação de sangue no local causa lesões irreversíveis e, muitas vezes, fatais. No Brasil, o AVC é uma das principais causas de mortes e, a principal, quando se trata de pessoas acima dos 65 anos de idade. Christian Naurath, coordenador do ambulatório de doenças cérebro-vasculares do Hospital Federal Cardoso Fontes, no Rio de Janeiro, explica que algumas doenças associadas a hábitos de vida inadequados podem aumentar o risco de ter um AVC.
"Os principais fatores de risco são a hipertensão, o diabetes, colesterol alto, algumas doenças cardíacas, o hábito do tabagismo, do uso do álcool. A alimentação inadequada e a falta de atividade física podem aumentar o risco de um acidente vascular cerebral. Então, as medidas preventivas são o melhor controle desses fatores de risco."
Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, que é o entupimento das veias do cérebro, responsável por 80% dos casos de derrame; e o hemorrágico, que é a ruptura do vaso sanguíneo. Este último é o mais grave e tem alto índice de mortalidade. Segundo Christian Naurath, é importante que todos conheçam os sintomas que indicam o início do derrame.
"Existem alguns sinais que são facilmente identificáveis e que podem sugerir que um paciente esteja tendo um acidente vascular cerebral, seria: face, fala e força. Se a fala for confusa, ou se o paciente não for capaz de falar, isso pode ser um sinal; a face, se um lado não estiver sorrindo como o outro, isso também pode ser um sinal de um AVC; a força, seria a perda de força em um dos lados do corpo."
O neurologista alerta que, se houver alguns desses sinais, o paciente deve procurar imediatamente um médico. Quanto mais rápido for atendido, menores são as chances de seqüelas e melhor vai ser a reabilitação.
Reportagem de Cynthia Ribeiro - Ministério da Saúde
Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS100636
As novas regras para controlar a venda de antibióticos foram oficializadas nesta quinta-feira. A determinação da Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, foi publicada no Diário Oficial e estabelece que os antibióticos sejam vendidos apenas com a apresentação de receita médica de controle especial, ou seja, com a retenção obrigatória do pedido na farmácia. Quem explica é o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano.
"A norma estabelece uma questão importante que é a farmácia vai reter uma cópia da receita quando tiver uma prescrição do antibiótico, o que significa que o médico precisa prescrever em duas vias em uma receita que já existe para isso. Aí tem que mudar também as embalagens dos medicamentos, que tem que passar a ficar escrito ali, na tarja vermelha, que, além de venda sob prescrição, que a venda tem que ser feita sob retenção da receita."
A retenção das receitas dos antibióticos será obrigatória a partir do dia 28 de novembro, exatamente um mês após a publicação. Dirceu Barbano conta que a medida é necessária porque o produto era comprado facilmente nas farmácias e, muitas vezes, sem necessidade. O uso banalizado do antibiótico, segundo ele, além de não resolver o problema, cria bactérias e vírus mais resistentes.
"O que é verdade sim é que essa complacência de que você vai a farmácia, e a farmácia vende o antibiótico como outros medicamentos sem a necessidade de prescrição. O que representa mais um elemento que pode agravar essa situação do aparecimento de microorganismo resistente aos antibióticos. A Anvisa vinha discutindo essa questão dos antibióticos desde o começo do ano."
O diretor da Anvisa lembra que a resolução definiu ainda um novo prazo de validade para as receitas, que passa a ser de 10 dias. Para ampliar a fiscalização, as prescrições também devem ser registradas em um sistema nacional de produtos controlados da Anvisa. As novas regras abrangem todos os antibióticos vendidos no país, com exceção daqueles de uso exclusivo no ambiente hospitalar.
Reportagem de Cynthia Ribeiro - Ministério da Saúde
Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS100638
Pacientes com asma que sabem mais sobre a doença, seus sintomas e seus remédios conseguem ter um controle mais eficaz da asma e, como consequência, melhor qualidade de vida. “Conhecer a doença é fundamental no tratamento”, explica a fisioterapeuta Luciene Angelini. Ela conta que a implantação de um programa de educação com automanejo, que enfatize a participação do paciente na automonitorização da doença e no auto-ajuste da medicação, associado a visitas médicas regulares, tem um impacto positivo no controle clinico de asmáticos. “A educação em saúde é um tratamento não medicamentoso que deve ser recomendado e incentivado no manejo das doenças crônicas”, assinala.
Em seu estudo, Avaliação da eficácia do automanejo no controle da asma, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Luciene trabalhou com três grupos de pacientes. O primeiro não foi submetido ao programa educativo, enquanto o segundo recebeu aulas para entender melhor a técnica inalatória, o que é a doença e seus sintomas, o que pode agravá-la e a diferença entre a medicação de manutenção e a de resgate. O terceiro grupo, além das aulas, realizou a automonitorização da doença, por meio de um diário de sintomas, medidas regulares do pico de fluxo expiratório (aparelho que mede o ar que sai do pulmão) e um plano de ação por escrito para ajuste da terapia medicamentosa.
Os pacientes que receberam as aulas educativas aumentaram o conhecimento sobre a asma e sobre a técnica inalatória em 100% e os pacientes que também realizaram o automanejo atingiram quase 50% no controle da asma, ou seja, tiveram os sintomas, como falta de ar, chiado no peito, tosse e sensação de aperto no peito, diminuídos. “Eles passaram a faltar menos na escola e no trabalho, reduziram o uso de corticóide oral e de medicação de resgate, bem como o número de idas ao serviço de emergência, internações e admissão hospitalar”, destaca Luciene, que completa: “Os sintomas de ansiedade também diminuíram e tudo leva a uma melhora da qualidade de vida.”
A asma é uma doença crônica que não tem cura, mas tem controle quando tratada adequadamente. “A medicação de resgate, por exemplo, ajuda abrir os brônquios no momento de crise, mas não trata a inflamação (doença)”, relata Luciene. Segundo ela, muitas pessoas não sabem que o broncodilatador é medicação de resgate e o usam indiscriminadamente. “Se soubessem para que o medicamento é indicado, tornariam o tratamento mais eficaz”, pondera.
Medidas
Luciene acredita que campanhas educativas de prevenção, promovidas pelos governos, e distribuição de cartilhas nos postos de saúde já ajudariam na explicação da doença e no aumento do conhecimento da asma por quem a possui. Além disso, os próprios médicos poderiam incentivar o paciente a monitorar os sintomas e os pacientes, por sua vez, deveriam questioná-los para tirar suas dúvidas. A busca de informações em sites também é uma ferramenta. No site do Instituto do Coração, por exemplo, é possível acessar a vídeos com informações de como usar inaladores corretamente.
Enquanto a prática da educação em saúde não se torna tão comum, Luciene enumera cinco perguntas básicas que acredita que um paciente com asma deva saber responder: o que é a doença? Quais fatores desencadeantes e/ou irritantes? Quais são os sintomas? Qual a diferença entre o medicamento de manutenção e o de resgate? Como usar os dispositivos inalatórios? “Se elas buscarem estas respostas, conseguirão manejar e melhorar sua doença de forma mais eficaz”, conclui.
A pesquisa foi orientada pelo professor Rafael Stelmach, do Departamento de Pneumologia da FMUSP.
O que antes era sinal de bom senso e responsabilidade, agora virou lei. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária publicou, nesta terça-feira, uma resolução que obriga hospitais, consultórios médicos e centros de saúde a oferecerem álcool - líquido ou gel - para a limpeza das mãos dos profissionais de saúde. A medida é fundamental para evitar a proliferação e a contaminação por bactérias, inclusive a KPC, dentro do ambiente hospitalar. Dirceu Barbano, diretor da Anvisa, explica que todos os pontos de atendimento ao paciente, como UTI, sala de espera, ambulatório, emergência e quartos hospitalares devem ter à disposição o produto, em local visível e de fácil acesso.
"São preparações com álcool, líquido ou em gel, na concentração apropriada, produtos registrados na Anvisa, ou manipulados de acordo com a orientação da Anvisa o que representa, há vários estudos que indicam isso, um elemento que facilita o hábito da higienização das mãos nesses serviços. A obrigação trata de que o dispensador esteja em cada uma das salas onde há atendimento de pacientes, seja no nível ambulatorial, seja no nível hospitalar."
Dirceu Barbano destaca que o uso de álcool para assepsia das mãos não deve substituir a limpeza com água e sabão, e, sim, complementar. As unidades de saúde, públicas e privadas, têm 60 dias para se adequar a nova regra. Além dessa medida, que vai ajudar a prevenir infecções hospitalares, a Anvisa já anunciou que vai endurecer as regras para coibir a venda indiscriminada de antibióticos. O mau uso destes medicamentos, segundo a agência, é um dos principais responsáveis pelo surgimento de bactérias mais resistentes.
Reportagem de Cynthia Ribeiro - Ministério da Saúde
Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS100625