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Com a proximidade do feriado de Finados, no próximo dia dois de novembro, muitos municípios desenvolvem ações de combate à dengue nos cemitérios, locais que recebem muitos visitantes nessa data. Em cemitérios é comum surgirem criadouros do mosquito Aedes aegypti por causa dos vasos de flores e plásticos que embalam as velas - locais que acumulam água da chuva. Cidades como Balneário Camboriú, em Santa Catarina, Ribeirão Preto e Americana, no estado de São Paulo, já deram início ao trabalho para combater os possíveis focos do mosquito. De acordo com a chefe da Divisão de Controle de Vetores e Animais Peçonhentos de Ribeirão Preto, Maria Lucia Biagini, a estratégia é colocar agentes de saúde na entrada dos três cemitérios da cidade para orientar pessoalmente os visitantes.
"Nós vamos estar trabalhando nos três cemitérios, fazendo o controle mecânico de todos os recipientes que lá existem, porque tem muito recipiente lá que acumula água, tipo vaso. Vamos fazer essa ação preventiva para poder receber os visitantes no dia de finados. E no dia de finados, a gente também coloca funcionários nas entradas fazendo orientação para a população."
A secretaria de saúde de Ribeirão Preto planejou esta ação, porque, normalmente, são encontrados criadouros do mosquito da dengue nos cemitérios. Para que a prevenção da doença seja bem-sucedida, Maria Lucia Biagini faz um convite a toda população da cidade.
"Eu gostaria de pedir a toda a população de Ribeirão Preto que acolhesse bem os agentes de controle de vetores que vão estar nas portas dos cemitérios, fazendo orientação. E colaborasse conosco, deixar que nós retiremos os papeis que envolvem os vasos e também estar controlando isso. Nós precisamos muito da parceria da população para vencer essa doença."
A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de água acumulada como latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d água e outros.
Reportagem de Cynthia Ribeiro - Ministério da Saúde
Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDEN100097
Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça vai possibilitar que o medicamento Glivec, usado no tratamento da leucemia, possa ser encontrado a preços mais baixos no Brasil. Atualmente o medicamento é vendido a valores elevados porque uma única empresa é detentora da patente até 2012. Essa empresa, a Novartis, tentava na Justiça ampliar o direito a patente até 2013, mas o STJ manteve o prazo previsto em lei. Com o término do prazo da patente, outros laboratórios proderão produzir medicamentos genéricos, aumentando a oferta do produto. Osecretário de Ciência, Tecnologia do Ministério da Saude, Reinaldo Guimaraes, explica como essa decisão pode beneficiar o País.
"Quando a patente for extinta, em 2012, certamente os preços vão cair muito mais. Por que? Porque aí aparecerão no mercado medicamentos genéricos desta substância. Como aconteceu com o viagra, que o STJ teve uma decisão idêntica a essa do Glivec, e com oLiptor, que também o STJ deu essa sentença negando o pedido de extensão de patente."
Atualmente, o Sistema Único de Saúde fornece o Glivec gratuitamente para sete mil e quinhentas pessoas. O país gastava cerca de 260 milhões de reais por ano na aquisição desse medicamento. Neste ano, após uma negociação com a empresa, o governo brasileiro conseguiu reduzir em cerca de 50% esse preço, com economia de mais de cem milhões de reais. Reinaldo Guimaraes afirma que, com a quebra da patente em 2012, o preço do medicamento vai cair ainda mais.
"É uma boa notícia porque a experiência mundial comprova que excesso de patente acabar por limitar o acesso das pessoas ao remédio. Pedir extensão de patentes significa você botar por mais tempo o monopólio. Então o Ministério fica muito contente porque percebe que o STJ está firmando uma jurisprudência para novos casos de pedidos de extensão de patente."
De acordo com adecisão da Terceira Turma, a patente do Glivec é válida até 3 de abril de 2012.
Reportagem de Juliana Costa - Ministério da Saúde
Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS100633
Já está comprovado que pacientes que sofrem de câncer, por causa do tratamento, têm mais chances de desenvolver problemas de coração. Por isso, foi lançada esta semana a primeira Diretriz Brasileira de Cardio-Oncologia, que tem o objetivo de definir ações para minimizar o risco cardíaco em pacientes com câncer. O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirma que a nova diretriz poderá reverter esse quadro e melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
"As doenças cardiovasculares e o câncer são as principais causas de mortalidade. A população envelhece e descobre-se que muitos dos modernos tratamentos podem ser potencialmente tóxicos para o sistema cardiovascular. Então, essa diretriz, que foi construída em conjunto com os cardiologistas, os oncologistas, o Instituto do Coração e o Instituto do Câncer de São Paulo, é uma das primeiras do mundo, se não for a primeira mundial, vai ser utilizada no sentido de aproximar o oncologista e o cardiologista do atendimento do cuidado integral do paciente."
De acordo com o ministro da Saúde, além dos cuidados diversos para tratar o câncer, é importante que os médicos estejam atentos a problemas como: hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade, que podem, no futuro, causar algum problema cardíaco.
Reportagem de, Juliana Costa - Ministério da Saúde
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Uma pesquisa inédita realizada pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Febrasgo, revelou que as mulheres estão cada vez mais satisfeitas com o método contraceptivo. O Projeto R.O.S.A, Resultados e Opiniões sobre Saúde e Anticoncepcional revelou ainda que as pílulas preferidas das mulheres são aquelas que provocam melhoras da aparência do cabelo, da pele, não engordam e que ainda tem o potencial de manter a libido. A relação da sexualidade com a pílula também foi um ponto importante na pesquisa. Segundo o estudo, uma em cada três brasileiras acredita que o uso da pílula anticoncepcional melhora a satisfação sexual. Vinte e nove por cento das mulheres afirmam que a melhora é na frequência das relações com seus parceiros durante o uso da pílula. Segundo o ginecologista Gerson Lopes, presidente da Comissão Nacional de Sexologia da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, alguns efeitos positivos da pílula fazem com que as mulheres se sintam mais seguras e bonitas.
"De um modo geral a vida sexual inclusive aumentava a partir do uso da pílula, por que se garantia uma contracepção efetiva ao mesmo tempo que ela tinha efeitos secundários positivos sobre a auto-imagem, sobre o humor depressivo, e não dando efeitos colaterais, como dor de cabeça, cólica menstrual, irritabilidade na mama, e ela acaba realmente querendo mais sexo, mas não é que a pílula aumente o desejo."
Mesmo com tantos benefícios, o ginecologista Gerson Lopes alerta que para a relação sexual ser ainda melhor, além da pílula é preciso também mais segurança.
"Uma sexualidade segura e prazerosa. No sentido de segurança, a gente tem que defender sempre nas indicações precisas a dupla prevenção. Preservativo, visando a prevenção de DST e Aids, e a pílula no caso se for indicada a prevenção de gravidez. Não podemos contentar somente com pílula, em situações específicas, ou contentar apenas com preservativos."
A pesquisa foi realizada em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. Foram ouvidas quinhentas usuárias da pílula anticoncepcional. Nesses estados, oitenta e seis por cento das entrevistadas afirmaram que não pretendem parar de usar a pílula. Setenta por cento afirmaram não ter intenção de mudar de método contraceptivo e outros setenta e dois por cento afirmaram ouvir mais comentários positivos do que negativos sobre a pílula.
Reportagem de Suely Frota - Ministério da Saúde
Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS100624
Uma pesquisa realizada do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP constatou que ratos que sofreram queimaduras pelo corpo e que receberam uma ração rica em carboidratos apresentaram melhor condição da cartilagem responsável pelo crescimento da mandíbula. O estudo mostra que a ingestão da substância forneceu energia de forma mais rápida para o corpo em comparação à ingestão de proteínas, ajudando-o na cicatrização de ferimentos por queimaduras. Dessa forma, o organismo não precisaria mais retirar proteínas de regiões como a cartilagem mandibular para a reconstrução da pele e de músculos e a espessura da camada proteica da região seria mantida.
A partir da constatação de que o carboidrato tem maior eficácia na recuperação de queimaduras — apesar de a grande perda de proteína ser o fator mais agravante nesse tipo de acidente —, os pesquisadores defendem a possibilidade de reformulação da dieta hospitalar para pessoas internadas por causa de queimaduras.
“O carboidrato é uma energia mais fácil de ser quebrada, e por isso pode ajudar mais rapidamente na recuperação das queimaduras”, explica uma das autoras do trabalho, a pesquisadora Bruna Cecilia Caixeta de Oliveira, que analisou a cartilagem da mandíbula dos ratos por esta ser uma das responsáveis pelo crescimento da face.
O trabalho foi realizado como Iniciação Científica entre julho de 2005 e dezembro de 2006 por Bruna, então aluna da graduação da Faculdade de Odontologia (FO) da USP. Em janeiro de 2010, um artigo sobre o tema foi publicado na revista Histology and Hostipathology. Graças a essa pesquisa, a cirurgiã-dentista cursa atualmente o doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfofuncionais do Departamento de Anatomia do ICB.
O tema da iniciação científica se originou da fusão de duas das linhas de pesquisa do Laboratório de Anatomia Funcional Aplicada à Clínica e à Cirurgia (LAFACC) do ICB: crescimento craniofacial e lesões térmicas corporais, coordenadas respectivamente pelas professoras Sílvia de Campos Boldrini, do Departamento de Anatomia do ICB e orientadora do trabalho, e Flávia de Oliveira, atual docente da Unifesp. O objetivo do trabalho era analisar as consequências da desnutrição e as medidas que podem ser tomadas quando este mal está associado ao sofrimento que as queimaduras geram.
Acidente doméstico
A pesquisa procura interpretar o que acontece com crianças de baixa renda que ficam sozinhas em casa e correm o risco de se machucar ao mexerem em fogões, por exemplo. “São crianças naturalmente subnutridas, que já tem um crescimento muito comprometido e que, por vezes, ficam sozinhas em casa porque a mãe precisa trabalhar e não tem alternativa senão deixar seus filhos sozinhos. Há casos, por exemplo, em que essas crianças sofrem acidentes com uma panela cheia de água quente que cai sobre elas, provocando a queimadura.” A dentista conta que a queimadura se tornaria, dessa forma, mais um fator que comprometeria o crescimento e o desenvolvimento da criança.
A dentista analisou o crescimento da mandíbula em situações em que os ratos estavam nutridos e desnutridos, notando que nos ratos desnutridos, a espessura da cartilagem da cabeça da mandíbula era menor em relação ao controle – ratos nutridos de forma normal. Segundo a pesquisadora, esses resultados demonstram que a carência de proteína afeta não só o crescimento corpóreo geral dos animais como também o crescimento da face, já que a redistribuição de proteínas do corpo é necessária para a reconstrução da pele e de músculos prejudicados. Na cartilagem da mandíbula este fenômeno é percebido também pela diminuição radical da espessura da mesma.
Porém, um resultado encontrado foi diferente e inesperado: quando o mesmo animal foi queimado e desnutrido, essa cartilagem da mandíbula parecia sofrer uma melhora. Com mais estudos, concluiu-se que o teor de carboidrato na ração dos animais desnutridos colaborava com a recuperação da cartilagem. Isso acontece porque o organismo necessita de energia para a sua recuperação, e esta estava disponível na ração dos animais desnutridos, rica em carboidratos. “O valor energético da proteína retirada da ração dos animais foi reposto com esses carboidratos”, diz Bruna.
Nova dieta
O que a equipe propõe é uma reformulação das dietas hospitalares de pessoas internadas devido a queimaduras. “Quando uma vítima de queimaduras chega ao hospital, a grande preocupação é a regeneração da pele e dos músculos por meio de medicamentos e pomadas, porque a maioria das mortes por queimaduras acontece por infecção generalizada. Pensar em uma dieta que vá ajudar na recuperação seria uma prioridade. Nesse caso, seria interessante recomendar uma dieta rica em carboidratos, por mais que a perda de pele e da estrutura muscular seja protéica”, sugere Bruna.