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Pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP utiliza o grão de quinoa para aumentar o valor nutricional dos alimentos. Rico em minerais, vitaminas e fibras, o grão foi experimentado em formulações para bolos e recheio de bolos e bombons. A quinoa, planta adaptada ao clima brasileiro mas não cultivada comercialmente no País, não contém glúten e seus produtos poderão ser consumidos pelos portadores de doença celíaca, problema intestinal que ocorre em pessoas com predisposição genética para não tolerarem a ingestão de glúten.

“O objetivo é desenvolver formulações que tenham valor nutricional agregado, também para dietas especiais, com características físicas melhoradas, tendo a quinoa como base”, diz a professora Suzana Caetano da Silva Lannes, da FCF, que orientou o trabalho. A quinoa é uma planta originária da região montanhosa dos Andes, cultivada no Chile, Colômbia, Equador e Peru.

“Os experimentos utilizaram a semente, que é rica em minerais, vitaminas e fibras, e não contém glúten”, conta a nutricionista Adelaida Giovanna Viza Salas, que realizou a pesquisa. Embora a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tenha atestado a viabilidade do plantio no Piauí, a quinoa não é plantada comercialmente no Brasil.

A semente de quinoa é semelhante à do gergelim, mas possui um sabor amendoado. “Na pesquisa, utilizou-se suco de laranja para abrandar e emascarar o sabor, deixando-o semelhante ao de frutas”, diz Adelaida. Para aumentar o valor nutricional agregado do produto, adicionou-se colágeno hidrolizado, que elevou o teor de proteínas.

Consistência

Dois compostos hidrocolóides foram adicionados para dar estabilidade e consistência às formulações de bolos e recheios, a quitosana e a goma xantana. A quitosana, usada nos recheios, possui propriedades antimicrobianas e permite prolongar a vida de prateleira do produto.

De acordo com a professora da FCF, foram solicitadas patentes para seis formulações de recheio, para uso em bolos e bombons, e cinco de bolos, por meio da Agência USP de Inovação. Os pedidos já estão registrados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e o processo de concessão se encontra em andamento. “A quitosana já foi testada em formulações de achocolatados, maionese e sorvetes, sempre para aumentar sua vida útil”, acrescenta Suzana.

Entre as formulações de bolos, quatro delas não contém glúten e uma não utiliza açúcar, para que possam ser utilizadas em dietas especiais. “O bolo sem glúten é destinado a portadores de doença celíaca e o sem açúcar para diabéticos”, explica a professora. “Outra diferença entre as formulações são os componentes usados para dar consistência ao bolo, como farinha de arroz, por exemplo”.

A nutricionista aponta que nos testes realizados em laboratório, os produtos com quinoa tiveram boa aceitabilidade. “O suco de laranja cobriu totalmente o sabor da semente, que não é percebido pelo consumidor”, afirma. “Novos testes de aceitação serão necessários para a quinoa ter utilização comercial, permitindo o cultivo em escala no Brasil”. A professora Suzana acrescenta que o produto ainda não foi apresentado a empresas que possam fazer sua fabricação e comercialização.

 

Matéria de Júlio Bernardes - Agência USP de Notícias

Link de acesso: http://www.usp.br/agen/?p=40449

Um encontro realizado no Rio de Janeiro reúne oncologistas, mastologistas, epidemiologistas que trabalham com diagnóstico e tratamento do Câncer de Mama nos Estados Unidos e na América Latina. A ideia é traçar um perfil das mulheres que são acometidas pelo câncer de mama nas duas regiões do mundo. Por meio desse perfil, os pesquisadores vão buscar respostas mais eficazes aos tratamentos de câncer de mama, como explica a coordenadora de Pesquisa do Instituto Nacional do Câncer, Marisa Breitenbach.

"A gente tem alguns pacientes que já tem uma medicação alvo. Por exemplo quem é estrogênio a gente faz a quimioterapia e complementa com a outra medicação, específica para bloquear esses receptores do estrogênio. Porém, alguns pacientes, mesmo com essa medicação, ainda não tem uma resposta desejável como nós gostaríamos. E tem vários subtipos de câncer e cada um tem um comportamento diferente, então é isso que nós queremos rastrear."

Ainda segundo a coordenadora de Pesquisa do Instituto Nacional do Câncer, no encontro, pesquisadores buscarão descobrir formas para incentivar o diagnóstico precoce do câncer de mama.

"A maioria das mulheres quando chegam aos serviços dos hospitais de oncologias elas já chegam nesse estágio dois e três, que a gente caracteriza como localmente avançado. Nem todas respondem bem ao tratamento. Se a gente pegar num estágio mais precoce, a gente terá mais possibilidades de um sucesso terapêutico. Uma meta, pelo menos que o Inca e do Ministério da Saúde estão querendo levar sempre, de que a gente tem que dar informação de qualidade à mulher para que ela possa procurar o sistema de saúde mais precocemente."

A pesquisadora do Inca afirmou ainda que a ideia da Rede de Pesquisa é criar novos grupos para trabalhar com outros tipos de câncer. No Brasil, a Rede de Pesquisa de Câncer Estados Unidos – América Latina é coordenada Ministério da Saúde, integrada pelo Instituto Nacional de Câncer, pelo Hospital AC Camargo, o Instituto de Câncer do Estado de São Paulo, Octavio Frias de Oliveira, e o Hospital de Barretos. Os países participantes do estudo são Brasil, Estados Unidos, Argentina, Chile, México e Uruguai.

 

 

Reportagem de Juliana Costa - Ministério da Saúde

Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS100679

Resultado parcial mostra 15 municípios com risco de surto e 123 em situação de alerta. Campanha nacional enfoca a gravidade da dengue e a necessidade de envolvimento rotineiro de governos e da população no combate ao Aedes aegypti 

Nova avaliação nacional das informações sobre infestação por larvas do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, revela que 15 municípios estão em risco de surto da doença no Brasil, incluindo duas capitais. São 11 no Nordeste, três no Norte e um no Sudeste (veja abaixo). Isso significa que, nessas cidades, mais de 3,9% dos imóveis pesquisados apresentam larvas do Aedes aegypti. Outros 123 municípios, dos quais 11 capitais, estão em situação de alerta (veja abaixo). Neles, entre 1% e 3,9% dos imóveis analisados registram infestação. E 162 cidades apresentam índice satisfatório, abaixo de 1%. 

Este é o resultado parcial do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) 2010, apresentado nesta quinta-feira (11) pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. A metodologia permite identificar onde estão concentrados os focos do mosquito em cada município. Neste ano, 425 cidades estavam programadas para participar do LIRAa. Ano passado, foram 169. Do total de municípios previstos para este ano, 300 já enviaram as informações ao Ministério da Saúde, até o momento. Em outras 118 cidades, o estudo está em andamento – e sete inicialmente previstas decidiram não realizar o levantamento. 

A divulgação do LIRAa 2010 é simultânea ao lançamento da Campanha Nacional de Combate à Dengue para reforçar o alerta que vem sendo feito pelo do Ministério da Saúde desde setembro, quando foi lançada a ferramenta Risco Dengue (leia mais abaixo). Este ano, a campanha aumentará o tom de alerta, com o testemunho de pessoas que tiveram dengue e lembrando as que morreram em decorrência da doença. 

“Embora o grau de conhecimento das pessoas sobre a doença e a prevenção seja alto, em torno de 96%, o brasileiro sabe que tem papel fundamental na eliminação dos focos do mosquito, o que ainda é um desafio no Brasil. Prova disso é o resultado do LIRAa deste ano”, alerta o ministro José Gomes Temporão. “Nessa lógica, ganham força duas mensagens fundamentais: que os governos e os cidadãos devem fazer, juntos, a sua parte e que a eliminação de criadouros deve ser algo rotineiro”. 

15 MUNICÍPIOS EM RISCO DE SURTO

MUNICÍPIO
ESTADO
Índice LIRAa 2009
Índice LIRAa 2010
Afogados da Ingazeira
PE
-
11,7
Ceará-Mirim
RN
-
11,4
Bezerros
PE
-
10,2
São Miguel
RN
-
8,5
Serra Talhada
PE
-
8,2
Rio Branco
AC
3,9
6,5
Ilhéus
BA
4,7
6,3
Floresta
PE
-
5,7
Simões Filho
BA
3,2
5,3
Mossoró
RN
4,2
4,6
Porto Velho
RO
2,6
4,4
Caicó
RN
-
4,2
Camaragibe
PE
2,7
4,1
Caetanópolis
MG
-
4,0
Epitaciolândia
AC
3,4
4,0

CAPITAIS – Entre as capitais, 11 estão em situação de alerta – Salvador, Palmas, Rio de Janeiro, Maceió, Recife, Goiânia, Aracaju, Manaus, Boa Vista, Fortaleza e Vitória. Essas cidades (e todas as outras em situação de alerta) merecem total atenção, pois qualquer descontinuidade nas ações de controle pode alterar o quadro para situação de risco. 

Outras dez capitais apresentam índice satisfatório – Macapá, São Luís, Teresina, João Pessoa, Brasília, Campo Grande, Porto Alegre, Florianópolis, Belo Horizonte e São Paulo. E quatro (Belém, Natal, Curitiba e Cuiabá) estão consolidando os dados. 

11 CAPITAIS EM SITUAÇÃO DE ALERTA 

MUNICÍPIO
Índice LIRAa 2009
Índice LIRAa 2010
Salvador
2,6
3,5
Palmas
4,3
2,7
Rio de Janeiro
2,9
2,4
Maceió
1,8
2,4
Recife
1,6
1,9
Goiânia
2,5
1,6
Aracaju
1,5
1,6
Manaus
1,4
1,5
Boa Vista
1,0
1,4
Fortaleza
1,0
1,2
Vitória
1,5
1,2

ANÁLISES REGIONAIS – O Nordeste concentra o maior número de municípios em risco de surto. São 11 no total – cinco em Pernambuco, quatro no Rio Grande do Norte e dois na Bahia. Outros 37 municípios estão em situação de alerta e 16 com índice satisfatório – incluindo as capitais São Luís, Teresina e João Pessoa. Na região, 20 municípios estão em fase de conclusão do levantamento (incluindo Natal). 

O Norte tem três municípios em risco, entre os quais duas capitais – Rio Branco e Porto Velho. Mais 13 cidades da região estão em alerta e cinco em situação satisfatória. Cinco municípios apresentam índice satisfatório (incluindo Macapá) e 11 estão consolidando os dados (incluindo Belém). 

No Sudeste, região com o maior número de municípios participantes do LIRAa 2010, Caetanópolis (MG) é o único em risco de surto. Em situação de alerta, estão 60 cidades, entre as quais Rio de Janeiro e Vitória. Belo Horizonte e São Paulo têm índices satisfatórios, de um total de 113 cidades nesta situação. Em fase de conclusão do levantamento, estão outros 80 municípios. 

Duas capitais do Centro Oeste – Brasília e Campo Grande – estão com índice satisfatório, de um total de 13 municípios nesta situação. Em alerta, estão Goiânia e mais seis cidades. Na região, nenhum município apresenta risco de surto. Cuiabá está entre as 21 cidades em fase de conclusão do levantamento. 

Com nenhum município em risco de surto, a região Sul tem seis cidades em alerta e 14 em situação satisfatória (incluindo Porto Alegre e Florianópolis). Curitiba está em fase de consolidação das informações do LIRAa 2010. 

CAMPANHA – A Campanha Nacional de Combate à Dengue de 2010 traz um novo olhar sobre a forma de lidar com a doença, com a qual o Brasil convive há 24 anos. Uma mensagem mais direta à população sobre a gravidade da dengue e sobre a necessidade de que cada pessoa elimine criadouros do mosquito em sua casa direciona as peças publicitárias impressas, na TV e no rádio. 

A renovação de conceito e de estratégia partiu de uma pesquisa de opinião que revelou uma resistência das pessoas em mudar seu comportamento, embora 96% saibam quais os sintomas da dengue e como fazer para combater o mosquito transmissor. A mensagem de 2009, “Brasil unido contra a dengue”, foi substituída por outra, que reforça a responsabilidade do cidadão: “Dengue: se você agir, podemos evitar”. 

“Cada vez mais, precisamos difundir a idéia de que dengue não é um problema só da saúde e nem só dos governos. Se a comunidade não se envolver, e se não houver a articulação com outros setores, continuaremos enfrentando aumento de casos e de mortes por dengue no Brasil”, afirma o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Penna. 

As peças de TV e rádio terão depoimentos de pessoas que enfrentaram a doença e quase perderam familiares, além de declarações de líderes comunitários sobre a importância de cobrar também a ação dos gestores da saúde e de outros setores, como meio ambiente, saneamento básico e limpeza urbana. A campanha terá, ainda, materiais específicos para educadores, crianças e gestores e profissionais de saúde. 

RISCO DENGUE – A nova ferramenta, lançada em setembro de 2010 pelo Ministério da Saúde e pelos Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais (CONASS) e Municipais (CONASEMS), combina cinco critérios para avaliar o risco de epidemias de dengue nos estados – incidência de casos nos anos anteriores, índices de infestação pelo mosquito transmissor, tipos de vírus da dengue em circulação, densidade populacional e cobertura de abastecimento de água e coleta de lixo. O Risco Dengue reforça o caráter intersetorial do controle da dengue e permite aos gestores locais de Saúde intensificar e antecipar as diversas ações de prevenção nas áreas de maior risco. 

Para o verão de 2011, o Risco Dengue aponta dez estados brasileiros com risco muito alto de epidemia: Amazonas, Amapá, Maranhão, Ceará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia e Rio de Janeiro. Estes estados receberão a visita do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, nas próximas semanas, para mobilizar gestores e profissionais de saúde e veículos de comunicação. 

CENÁRIO 2009/2010 – Em 2010, até 16 de outubro, foram notificados 936.260 casos de dengue clássica no país, dos quais 14.342 foram classificados como graves. O número de mortes foi de 592. 

A recirculação do sorotipo DENV-1, que havia predominado no país no final da década de 90, está entre os fatores que contribuíram para o número de casos em 2010. Em quase todos os estados, há um grande contingente populacional sem imunidade a este sorotipo. Isto, aliado aos altos índices de infestação revelados pelo LIRAa 2009, representou um cenário favorável à transmissão da dengue em grande escala no Brasil, neste ano. 

Além disso, conforme aponta o Risco Dengue, a manutenção de condições precárias de saneamento básico e a irregularidade da coleta de lixo em muitos municípios brasileiros impedem a redução dos índices de infestação pelo mosquito Aedes aegypti. “A falta de abastecimento de água obriga as pessoas a armazenarem em caixas d’água, tonéis, latões sem a devida proteção. O lixo acumulado também abastece o ambiente, de forma permanente, com vários criadouros ideais para a fêmea do mosquito colocar seus ovos”, explica o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho. 

AÇÕES – Desde 2009, com o lançamento das Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue, o Ministério da Saúde tem priorizado o reforço no apoio aos estados, com o envio de: 

Veículos e equipamentos 
• 40 picapes 
• 115 motos 
• 90 equipamentos para aplicação de fumacê 
• 200 nebulizadores para aplicação de inseticidas dentro de imóveis 

Medicamentos e insumos 
• 2,77 milhões de unidades de paracetamol (gotas e comprimidos) 
• 2,03 milhões de frascos de soro fisiológico injetável 
• 562,7 mil envelopes de sais de reidratação oral 
• 5.444 kits para testes de laboratório, suficientes para realizar 530 mil exames 

Inseticidas 
• 3,42 toneladas de larvicidas 
• 219.236 litros de adulticidas 

Ainda dentro das ações de reforço, houve o treinamento e a capacitação em todos os estados e no Distrito Federal sobre vigilância epidemiológica, plano de contingência para enfrentamento da epidemia, controle de vetores com preparação e aplicação de larvicidas e inseticidas, técnicas de segurança do procedimento e uso de armadilhas de monitoramento, além de assistência aos pacientes com organização da rede e aplicação da classificação de risco. 

Simultaneamente ao trabalho com os estados, o Ministério deu início à revisão dos manuais de diagnóstico e tratamento de pacientes com suspeita de dengue (adulto e pediátrico), com divulgação prevista para dezembro. No próximo dia 18 de novembro, em parceria com a Fiocruz e as redes Telessaúde e RUTE, será realizada videoconferência para capacitar profissionais de saúde de todo o país sobre diagnóstico e manejo clínico da dengue. 

Também está em andamento uma parceria com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para implantação da Classificação de Risco nas unidades de saúde particulares. Em 2009, o Ministério enviou do kit “Dengue: Decifra-me ou Devoro-te” para 300 mil médicos e 292 mil enfermeiros de todo o país, com informações técnicas sobre a doença e manejo clínico de pacientes. 

Em cumprimento à resolução 416/2010 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) informa que, no primeiro semestre de 2010, coletou e destinou de forma ambientalmente correta 146.515 toneladas de pneus sem condições de uso, o equivalente a 29,3 milhões de pneus de veículos de passeio. Desde 1999, quando começou a coleta dos pneus inservíveis pelos fabricantes, mais de 1,3 milhão de toneladas de pneus inservíveis (cerca de 270 milhões de pneus) tiveram coleta e destino adequados. 

VIGILÂNCIA – No rol de medidas de combate à dengue, o Ministério também ampliou de 48 para 66 as Unidades Sentinelas de monitoramento de circulação viral. Foram destinados R$ 25 milhões aos municípios para incorporarem Agentes de Controle de Epidemias às equipes de Saúde da Família. Entre 17 e 29 de outubro, 25 brasileiros e 15 representantes de nove países das Américas com transmissão de dengue participaram, em Belo Horizonte (MG), do 7º Curso Internacional de Gestão Integrada, Prevenção e Controle de Dengue. 

Ampliou-se de 22 para 26 as unidades da federação com Centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS). Ao todo, até o fim deste ano, a União repassará a estados e municípios R$ 921,6 milhões por meio do Piso Fixo de Vigilância e Promoção da Saúde. Esse valor não é exclusivo para o combate à dengue e não inclui nem a contrapartida de estados e municípios nem os gastos com equipamentos, medicamentos, inseticidas, kits de diagnóstico e campanha de mídia. 

DENV-4 – Após 28 anos sem circulação deste sorotipo no Brasil, o DENV-4 foi detectado em julho, em Boa Vista (RR). Até o momento, dez casos foram confirmados, mas desde setembro não há suspeita de novos casos pelo sorotipo 4. Embora o sorotipo não tenha sido detectado em outras localidades, até o momento, seu ressurgimento em Roraima levou o Ministério da Saúde a emitir alerta a todas as Secretarias Estaduais de Saúde. 

Em parceria com as Secretarias de Saúde do Estado de Roraima e do Município de Boa Vista, o Ministério da Saúde adotou medidas de contenção, com a aplicação de larvicidas e inseticidas em todos os bairros da capital, visitas de Agentes Comunitários de Saúde em 100% dos domicílios nos 17 bairros com casos suspeitos e confirmados pelo DEN-4. Além disso, foram intensificadas ações de eliminação de criadouros, limpeza urbana e busca ativa de novos casos suspeitos.

Um novo aparelho para detectar o câncer de boca está sendo testado em um estudo da Faculdade de Odontologia (FO) da USP. O Velscope é único na América Latina e foi adquirido do Canadá no final de agosto de 2010. O equipamento vem sendo utilizado na Clínica Odontológica da FO em pacientes com lesões suspeitas de malignidade (lesões ulceradas que não cicatrizam em até 15 dias e lesões brancas que não saem a raspagem). O objetivo é verificar o quanto, de fato, ele auxilia na localização de um possível tumor maligno.

Diferentemente de um outro aparelho em estudo no Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), o Velscope funciona por fluorescência-clínica. A mucosa é exposta a luz, com um comprimento de onda específico, e os tecidos displásicos, aqueles com potencial a serem câncer, refletem a luz de maneira diferente e aparecem mais escuros. O aparelho no HC funciona por outro método: um laser escaneia a região e as imagens ampliadas podem ser analisadas. Ambos, porém, podem ser utilizados em uma consulta simples, já que os métodos não são invasivos, não necessitando de anestesias ou cortes.

O professor Celso Augusto Lemos Júnior, orientador da pesquisa junto com o professor Norberto Nobuo Sugaya, ressalta que o principal objetivo é encontrar evidências científicas que indiquem se o aparelho é, realmente, uma ferramenta que facilita e acelera o diagnóstico. “Queremos testar o quanto ele pode auxiliar a escolher a área mais adequada da biópsia”, declara. Embora o estudo esteja em seu início, Lemos afirma: “Enquanto método auxiliar, o aparelho pode ser vantajoso, já que ajuda a demarcar a área onde a biópsia deve ser feita. Porém, ele não dará um diagnóstico final e preciso, ou seja, a biópsia ainda será necessária.”

A pesquisa, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), é uma tese de doutorado de autoria da dentista Rita de Cássia Araújo Rocha e deve ser concluída em dois anos. Ela explica que, ao longo dos trabalhos, três grupos serão analisados com o novo aparelho. O primeiro com pessoas cuja doença já foi diagnosticada; o segundo com pessoas que possuem lesões potencialmente malignas e um terceiro com pessoas sem problemas visíveis.

Os pacientes serão, inicialmente, examinados clinicamente. Depois será feito exame com o corante azul de toluidina, que ajuda na demarcação de áreas com maior atividade celular. Num terceiro momento, será utilizado o Velscope para identificar com mais precisão as áreas afetadas e auxiliar na demarcação de onde será feita a biópsia, última etapa a qual o paciente vai se submeter.

Câncer de boca

O fumo e a bebida são as principais causas do câncer de boca, mais comum em maiores de 50 anos. No Brasil surgem, a cada ano, 14 mil novos casos da doença e, embora lesões na região sejam visíveis, 70% dos casos são diagnosticados tardiamente. “O câncer não dói, é assintomático. Quando o paciente começa a sentir dor, e então procura o dentista, a doença já está em um estágio mais avançado”, conta Lemos.

Ele explica que se o diagnóstico for precoce, o tempo de sobrevida do paciente é, em 90% dos casos, superior a cinco anos. Quando descoberto tardiamente, o tempo de sobrevida diminui e em 75% dos casos o paciente morre em até cinco anos. “Daí a importância de visitas regulares, de seis em seis meses, ao dentista”, pondera.

Pacientes com lesões na boca e suspeitas da doença podem procurar a Clínica Odontológica da FO às segundas e às quartas-feiras, na parte da manhã, a partir das 8 horas. Não há necessidade de agendamento. Basta comparecer ao local, que fica na Av. Prof. Lineu Prestes, 2227, Cidade Universitária, São Paulo. Mais informações pelo telefone (11) 3091-7970.

 

 

Reportagem de Juliana Cruz - Agência USP de Notícias

Link de acesso: http://www.usp.br/agen/?p=40802

Estudo mundial publicado no periódico American Journal of Public Health, realizado em onze países avaliou 12.618 propagandas de televisão. Do total, 67% eram de produtos com muita gordura, muito sal ou açúcar. No Brasil, segundo o levantamento, 95% das propagandas para crianças são de alimentos não saudáveis. Uma outra pesquisa feita pela nutricionista da Universidade de Brasília, Renata Alves, revela que pelo excesso da propaganda, as crianças que assistem muito à televisão comem mais doces e guloseimas e correm mais riscos de se tornarem obesas. Renata Alves afirma que é importante que os pais fiquem atentos e estimulem os filhos para a alimentação saudável.

"Fazer com que ele experimente, tenham relações prazerosas com os alimentos. Fazer pratos coloridos, ter uma relação mais positiva com o alimento. Não fazer com que o alimento não saudável seja um prêmio por ele comer o alimento saudável. Não fazer chantagem para o filho comer a abobrinha que está no prato para ganhar o sorvete depois, o alimento não saudável ser prêmio."

Renata Alves acrescenta que duas horas de televisão são suficientes para interferir nas escolhas alimentares das crianças. A coordenadora-geral da Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Ana Beatriz Vasconcelos, alerta para a importância da refeição em família para que as crianças cresçam com hábitos alimentares saudáveis.

"Evitar que a criança assista televisão na hora de comer, que é muito comum, ah é para a criança se distrair, mais isso a preocupação com a alimentação cede espaço a outros estímulos que desviam a atenção da família e da criança desse processo. Por isso, que é importante às refeições da família. Por isso, que é importante manter essa disciplina com relação a horário da oferta de alimentos, para que a criança vá crescendo com esses hábitos bem formados."

O Ministério da Saúde divulgou no primeiro semestre deste ano que o perfil do brasileiro está se tornando cada vez mais obeso. De 2006 a 2009, a proporção de pessoas com excesso de peso subiu de 42,7% para 46,6%.

 

Reportagem de Juliana Costa - Ministério da Saúde

Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS100675

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