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Residência foi o local da agressão em 62% dos casos e 40% das vítimas já tinham sido agredidas antes

 

Dados inéditos do Ministério da Saúde mostram que a suspeita de ingestão de bebida alcoólica por parte do provável agressor foi relatada por 30,3% das mulheres vítimas de violências doméstica, sexuais e outras violências, durante todo o ano de 2008. Em 62,7% dos casos de violência contra mulheres, a agressão ocorreu em residência e 39,7% delas afirmaram já terem sido agredidas anteriormente.

Do total de 8.766 vítimas atendidas em unidades de referência, 6.236 foram do sexo feminino (71,1%), incluindo crianças, adolescentes e pessoas idosas. Mulheres casadas ou que viviam em união estável representaram 25,6% das vítimas, enquanto que as solteiras responderam por 38,7% dos registros.

Os dados são do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), estudo realizado em serviços de referência para atendimento de vítimas de violência doméstica, sexual e outras violências, em 18 municípios de 14 estados. Entre as vítimas do sexo feminino, os casos se concentraram em adolescentes e jovens na faixa dos 10 aos 19 anos (28,8%), crianças de 0 a 9 anos (21%) e mulheres dos 20 aos 29 (19,9%) e dos 30 aos 39 anos (13,9%). As menores concentrações foram identificadas nas faixas etárias de 40 a 49 (7,8%), 60 anos ou mais (4,3%) e de 50 a 59 (3,5%).

“O estudo permite ao Ministério da Saúde, aos estados e aos municípios traçar o perfil das vítimas e dos autores das agressões, para subsidiar ações de enfrentamento a esses problemas, por meio de políticas públicas de prevenção e de promoção da saúde e da cultura de paz”, avalia Marta Silva, coordenadora da área técnica de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes do Ministério da Saúde.

AUTORIA E LOCAL – Homens foram responsáveis por 70,3% dos casos de violência sexual, doméstica e outras violências contra mulheres. Os agressores foram parceiros com quem elas mantinham relação estável/cônjuge (18,7%), ex-cônjuge (6%), namorado (2,4%) e ex-namorado (2%), o que revela a violência doméstica.

Em 14,2% dos casos, a violência foi praticada pelos pais, o que também evidencia a violência doméstica ou intrafamiliar. Pessoas desconhecidas (13,5%) e amigos (13,3%) também figuram entre os principais prováveis agressores, segundo relatos das vítimas.

Depois da residência, a escola foi o segundo local de ocorrência mais relatado (11%) de violências contra mulheres, porém com percentual menor do que as fichas sem informação (21%).

VIOLÊNCIA CONTRA HOMENS – Das 8.766 vítimas de violência sexual, doméstica e outras violências atendidas em unidades de referência, 2.530 (28,9%) foram homens, no ano de 2008. Entre eles, 30,2% tinham de 0 a 9 anos; 23,4% eram adolescentes entre 10 e 19 anos; e 16,8% tinham entre 20 e 29 anos.

A suspeita do uso de álcool por parte do agressor foi relatada por 27,7% dos homens atendidos nos serviços de referência. Em 56,6% dos casos, o agressor foi outro homem. Os principais autores das agressões foram amigos (15,7%), desconhecidos (16%) e os pais (23,4%) – o que também revela a violência doméstica.

A casa foi o local da violência em 44,5% dos casos, enquanto 20% ocorreram na escola. Em 24,1% dos registros, não havia informação sobre o local onde aconteceu a violência contra os homens. A chamada violência de repetição, quando a vítima é agredida mais de uma vez, foi observada em 26,3% dos homens atendidos.

TIPOS DE VIOLÊNCIA – A violência física foi a principal causa de atendimento (55,8%), sendo 52% em pessoas do sexo feminino e 65,1% no sexo masculino. A violência psicológica ou moral foi responsável por 41,2% dos casos – 49,5% em mulheres e 20,8% em homens.

A violência sexual foi responsável por 31,7% dos casos (39% em mulheres e 13,9% em homens). Negligência/abandono foi registrado em 13,6% do total de atendimentos (11,1% no sexo feminino e 19,6% no masculino). No entanto, em 39,3% dos atendimentos não se verificou nenhuma lesão física.

ESCOLARIDADE – Quanto à escolaridade, considerando o total de pessoas atendidas que sofreram violências, 24,5% das pessoas declararam ter entre 5 e 8 anos de estudo; 21% tinham de 0 a 4 anos de estudo; e 16%, de 9 a 11 anos de frequência na escola.

RAÇA E COR – A análise mostra que 4.026 pessoas (45,9%) declararam ser de cor branca e 3.132 (35,7%), de cor parda. As pessoas que se declararam de cor da pele parda e preta, que representam os negros, totalizaram 43,6% das vítimas de violências. As menores proporções foram encontradas entre amarelos e indígenas (0,6%, cada). As fichas sem informação somam 9,3%.

ENCAMINHAMENTOS – As mulheres foram encaminhadas para os Conselhos Tutelares em 30,8% dos atendimentos e em 25,6% para Delegacia Especializada da Mulher. Quanto ao encaminhamento dos homens, 29,9% foram para os Conselhos Tutelares e em 20% para outras delegacias.

AÇÕES DO MINISTÉRIO – Para estimular o enfrentamento dos acidentes e violências, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo, junto com as Secretarias de Saúde de estados, de municípios e do Distrito Federal, ações que seguem as Políticas Nacionais de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências e de Promoção da Saúde.

Destaque para os Núcleos de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde, presentes em 450 municípios, de todos os estados, com investimento anual de R$ 34 milhões. Eles têm papel fundamental na articulação e implementação de redes de atenção e proteção às vítimas de violência e suas famílias. Desenvolvidas em parceria com outros setores, como assistência social, educação, direitos humanos e segurança pública, as ações são voltadas para a prevenção das violências (incluindo a doméstica e a sexual) entre jovens, mulheres e idosos.

Também são importantes as ações de prevenção do Programa Saúde nas Escolas – uma parceria entre os Ministérios da Saúde e da Educação, presente em 2.549 municípios, em todos os estados. Em 2009 e 2010, foram investidos R$ 93,6 milhões.

Outra iniciativa é a parceria com o Ministério da Justiça, por meio do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), em articulação com as Unidades de Saúde da Família, e da Campanha Nacional do Desarmamento.

A redução do uso abusivo de álcool e outras drogas também tem sido uma prioridade no setor saúde para a prevenção das violências, por meio de medidas de educação permanente, campanhas, acesso a tratamento de dependentes e medidas de fiscalização e controle, definidas na Política Nacional sobre o Álcool, em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e o Ministério da Justiça.

Nessa área, também se destaca o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas (PEAD 2009-2010), elaborado pelos Ministérios da Saúde e da Justiça e pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.

“Todas essas ações são desenvolvidas em articulação com outros setores do governo, organizações não-governamentais e setor privado, seja por meio de campanhas que busquem a promoção de comportamentos, hábitos e ambientes seguros e saudáveis, bem como a mobilização e participação da sociedade”, comenta Marta Silva.

 

Caracterização das vítimas de violência doméstica, sexual e outras violências por sexo. Municípios selecionados – Brasil, 2008.

Masculino
Feminino
Total
Características
(n=2530)
(n=6236)
(n=8766)
n
%
n
%
n
%
Faixa etária (anos)
0 a 9
763
30,2
1312
21,0
2075
23,7
10 a 19
591
23,4
1798
28,8
2389
27,3
20 a 29
424
16,8
1243
19,9
1667
19,0
30 a 39
281
11,1
864
13,9
1145
13,1
40 a 49
176
7,0
486
7,8
662
7,6
50 a 59
97
3,8
220
3,5
317
3,6
60 e +
182
7,2
269
4,3
451
5,1
Sem informação
16
0,6
44
0,7
60
0,7
Raça/cor
Branca
1098
43,4
2928
47,0
4026
45,9
Preta
182
7,2
509
8,2
691
7,9
Amarela
16
0,6
39
0,6
55
0,6
Parda
880
34,8
2252
36,1
3132
35,7
Indígena
27
1,1
22
0,4
49
0,6
Sem informação
327
12,9
486
7,8
813
9,3
Escolaridade (anos)
0 a 4
604
23,9
1233
19,8
1837
21,0
5 a 8
520
20,6
1627
26,1
2147
24,5
9 a 11
390
15,4
1015
16,3
1405
16,0
12 e mais
149
5,9
755
12,1
904
10,3
Sem informação
867
34,3
1606
25,8
2473
28,2
Situação conjugal
Solteiro (a)
999
39,5
2415
38,7
3414
38,9
Casado/união consensual
395
15,6
1598
25,6
1993
22,7
Viúvo (a)
46
1,8
161
2,6
207
2,4
Separado (a)
97
3,8
287
4,6
384
4,4
Não se aplica
678
26,8
1177
18,9
1855
21,2
Sem informação
315
12,5
598
9,6
913
10,4
Deficiência física
Sim
52
2,1
88
1,4
140
1,6
Deficiência mental
Sim
67
5,6
134
2,1
201
2,3
Deficiência visual
Sim
31
1,2
46
0,7
77
0,9
Deficiência auditiva
Sim
20
0,8
39
0,6
59
0,7
Outra deficiência
Sim
47
1,9
83
1,6
130
1,6
Local de ocorrência
Residência
1127
44,5
3909
62,7
5036
57,4
Habitação coletiva
12
0,5
28
0,4
40
0,5
Escola
507
20,0
685
11,0
1192
13,6
Local de prática esportiva
30
1,2
60
1,0
90
1,0
Bar ou similar
47
1,9
51
0,8
98
1,1
Via pública
6
0,2
21
0,3
27
0,3
Comércio/serviços
177
7,0
162
2,6
339
3,9
Indústrias/construção
7
0,3
2
0,0
9
0,1
Outro
8
0,3
9
0,1
17
0,2
Sem informação
609
24,1
1309
21,0
1918
21,9
Violência de repetição
Sim
666
26,3
2477
39,7
3143
35,9
Fonte: Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA).

Caracterização dos atendimentos por violência doméstica, sexual e outras violências por sexo. Municípios selecionados – Brasil, 2008.
Características
Masculino
Feminino
Total
(n=2530)
(n=6236)
(n=8766)
n
%
n
%
n
%
Tipo de Violênciaa

Física
1648
65,1
3240
52,0
4888
55,8
Psicológica/moral
527
20,8
3087
49,5
3614
41,2
Negligência/abandono
496
19,6
694
11,1
1190
13,6
Sexual
351
13,9
2429
39,0
2780
31,7
Tráfico de seres humanos
9
0,4
20
0,3
29
0,3
Financeira
55
2,2
135
2,2
190
2,2
Tortura
24
0,9
101
1,6
125
1,4
Trabalho infantil
10
0,4
12
0,2
22
0,3
Patrimonial
2
0,1
24
0,4
26
0,3
Meio de Agressãoa

Objeto perfurocortante
372
14,7
390
6,3
762
8,7
Arma de fogo
180
7,1
257
4,1
437
5,0
Objeto contundente
319
12,6
379
6,1
698
8,0
Força corporal
776
30,7
2572
41,2
3348
38,2
Enforcamento/sufocação
59
2,3
152
2,4
211
2,4
Queimaduras
57
2,3
82
1,3
139
1,6
Outros
481
19,0
1622
26,0
2103
24,0
Natureza da Lesão Corporal
Sem lesão
591
23,4
2854
45,8
3445
39,3
Fratura
136
5,4
91
1,5
227
2,6
Entorse/luxação
59
2,3
134
2,1
193
2,2
Corte/perfuração/laceração
712
28,1
517
8,3
1229
14,0
Contusão
168
6,6
571
9,2
739
8,4
Queimadura
48
1,9
57
0,9
105
1,2
Traumatismo crânio-encefálico
55
2,2
43
0,7
98
1,1
Órgãos internos do abdômen
10
0,4
13
0,2
23
0,3
Órgãos internos do tórax
14
0,6
15
0,2
29
0,3
Vasos sanguíneos
14
0,6
92
1,5
106
1,2
Nervos
1
0,0
5
0,1
6
0,1
Intoxicação
138
5,5
278
4,5
416
4,7
Amputação
5
0,2
8
0,1
13
0,1
Traumatismo dentário
8
0,3
10
0,2
18
0,2
Outros
257
10,2
584
9,4
841
9,6
Sem informação
314
12,4
964
15,5
1278
14,6
Parte do corpo atingidaa

Cabeça/face
740
29,2
1036
16,6
1776
20,3
Pescoço
159
6,3
355
5,7
514
5,9
Boca/dente
155
6,1
235
3,8
390
4,4
Coluna
51
2,0
82
1,3
133
1,5
Tórax
244
9,6
393
6,3
637
7,3
Abdome/quadril
156
6,2
265
4,2
421
4,8
Membros superiores
426
16,8
737
11,8
1163
13,3
Membros inferiores
239
9,4
423
6,8
662
7,6
Outras
283
11,2
580
9,3
863
9,8
Lesão Autoprovocada
Sim
308
12,2
558
8,9
866
9,9

Fonte: Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes ª Não corresponde a 100%, pois trata-se de uma questão de múltipla escolha.

Caracterização do provável autor da agressão a vítimas de violência doméstica, sexual e outras violências, por sexo. Municípios selecionados – Brasil, 2008.

Características
Masculino
Feminino
Total
(n=2530)
(n=6236)
(n=8766)
n
%
n
%
n
%
Número de envolvidos
Um
1379
54,5
4706
75,5
6085
69,4
Dois ou mais
678
26,8
984
15,8
1662
19,0
Sem informação
473
18,7
546
8,8
1019
11,6
Sexo do provável autor de agressão
Masculino
1431
56,6
4385
70,3
5816
66,3
Feminino
401
15,8
1040
16,7
1441
16,4
Ambos os sexos
199
7,9
256
4,1
455
5,2
Sem informação
499
19,7
555
8,9
1054
12,0
Relação com a vítimaa

Pai
249
9,8
477
7,6
726
8,3
Mãe
345
13,6
410
6,6
755
8,6
Padrasto
63
2,5
280
4,5
343
3,9
Madrasta
9
0,4
22
0,4
31
0,4
Cônjuge
75
3,0
1165
18,7
1240
14,1
Ex-cônjuge
17
0,7
375
6,0
392
4,5
Namorado (a)
12
0,5
152
2,4
164
1,9
Ex-namorado (a)
13
0,5
122
2,0
135
1,5
Amigos
396
15,7
829
13,3
1225
14,0
Desconhecido
404
16,0
841
13,5
1245
14,2
Cuidador (a)
32
1,3
58
0,9
90
1,0
Patrão
25
1,0
55
0,9
80
0,9
Pessoa com relação institucional
20
0,8
44
0,7
64
0,7
Outros
576
22,8
1281
20,5
1857
21,2
Suspeita de uso de álcool
Sim
702
27,7
1890
30,3
2592
29,6
Fonte: Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA). 
ª Não corresponde a 100%, pois trata-se de uma questão de múltipla escolha..

 

 

Ministério da Saúde

Link de acesso: http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=12028

Agência FAPESP – Cerca de 60% das cirurgias plásticas reparadoras no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) são para recuperação de áreas afetadas pelo câncer de pele. É o que mostra um levantamento realizado pelo órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com pacientes atendidos no instituto.

O balanço foi feito com base no número de cirurgias realizadas pelo Icesp. Mensalmente, o órgão realiza 100 procedimentos cirúrgicos para recuperar áreas do corpo afetadas por tipos diferentes de câncer.

O levantamento apontou que, devido à exposição ao sol, 80% das neoplasias na pele atendidas no órgão são localizadas na região da cabeça e do pescoço. O câncer de mama aparece logo em seguida, com 23% dos atendimentos.

Do total de pacientes que passaram por intervenções plásticas no instituto, 80% não precisaram realizar duas cirurgias, pois a reconstrução foi imediata e ocorreu logo após a retirada do câncer.

Segundo o instituto, a cirurgia é realizada no momento de retirada do tumor, o que reduz o tempo de internação, melhora a qualidade de vida do paciente e apressa o retorno às suas atividades diárias.

No caso de reconstruções na face, a intervenção imediata ajuda a manter funções básicas, como fonação e degustação, além de abreviar o tempo de oclusão dos olhos e minimizar choques estéticos, elevando a autoestima do paciente. Cirurgias plásticas imediatas nas extremidades (pernas e braços) reduzem as chances de amputação dos membros, evitando a mutilação permanente.

 

Mais informações: www.icesp.org.br

 

 

Agência FAPESP

Link de acesso: http://www.agencia.fapesp.br/materia/13218/plastica-em-pacientes-com-cancer.htm

A melodia monofônica do canto Gregoriano, também conhecido como cantochão, diminui o nível de ansiedade de mães que têm seus filhos hospitalizados. Percebendo que a música tem a capacidade de permear o cotidiano do ser humano, a enfermeira Ana Paula Almeida comprovou, em sua pesquisa de mestrado, que o ritmo do canto Gregoriano pode ser utilizado como prática alternativa em ambientes clínicos, auxiliando no enfrentamento da dor, do medo, da angústia e da insegurança vivenciados pelas mães de crianças que estão em tratamento no Hospital.

Segundo Ana Paula, o cuidado que o Hospital precisa ter com o estado emocional da mãe deve ser equivalente ao cuidado prestado à criança. “Quando a mãe está nervosa, ansiosa e impaciente, ela transmite esses sentimentos para o filho, o que pode prejudicar a recuperação da criança”, explica a enfermeira. Por meio de sua pesquisa, Ana Paula evidencia que as práticas alternativas são uma forma eficiente de “olhar com mais atenção para essas situações que influenciam no tratamento”. “Essas práticas são mais acessíveis e baratas, e trazem benefícios para os pacientes”, completa.

A fim de verificar se o ritmo do canto Gregoriano poderia realmente servir como prática alternativa para tranquilizar as mães, a autora da dissertação Canto Gregoriano como redutor de ansiedade das mães de crianças hospitalizadas: estratégia para a enfermagem comparou o nível de ansiedade de 28 mulheres, cujos filhos estavam internados em uma unidade de especialidades pediátricas, antes e depois de ouvirem sete músicas do estilo escolhido para o estudo.

O estudo constatou, estatisticamente, que houve redução do nível de ansiedade das mães após a audição do cantochão. Segundo Ana Paula, isso acontece por causa do perfil musical deste canto, e não por causa do conteúdo. O ritmo do estilo musical é marcado pela tranquilidade, mansidão e calma, que já eram características atribuídas a esse gênero desde a Idade Média. “Por ser uma música de cunho religioso, algumas mães que não eram católicas se recusaram a ouvir, apesar de ser explicado a elas que a pesquisa se relacionava ao estudo do ritmo musical”, aponta.

 

O “mar calmo”

De acordo com a enfermeira, as mães que participaram da pesquisa concordaram que o canto Gregoriano é como um “mar calmo”, e como disse uma das mães, “realmente faz a gente se sentir melhor”. A pesquisadora esclarece ainda o por quê da diminuição da ansiedade, explicando que “ao ouvir o canto, você se deixa envolver pelo ritmo, e sua respiração também. E sendo uma música monofônica, sem muitas oscilações de tons, a respiração começa a ficar tão calma quanto o som que está sendo ouvido, promovendo um relaxamento e, consequentemente, reduzindo a ansiedade”.

Depois de comprovar a eficácia dessa prática alternativa no hospital onde foi realizada a pesquisa inédita, Ana Paula propõe que sejam pensadas diversas formas de aplicação da música em ambiente hospitalar, já que é um modo acessível e inovador do cuidar. Segundo ela, que conhece as possibilidades de expressão, união, alegria, encontro e cuidado promovido pela música, a prática é capaz de contribuir para o bem estar dos pacientes, acompanhantes e profissionais da saúde.

 

Medição da ansiedade

Para medir o nível de ansiedade, Ana Paula utilizou o Inventário de Diagnóstico de Ansiedade Traço Estado (IDATE), que consiste em um conjunto de questionários autoaplicáveis. As perguntas que se referem à ansiedade ‘Traço’ lidam com as diferentes reações de cada pessoa diante de uma situação geradora de ansiedade. Já as referentes à ansiedade ‘Estado’ dizem respeito a uma condição temporária e transitória em que a pessoa vive sentimentos desagradáveis de tensão percebidos conscientimente. No caso da pesquisa de Ana Paula, o questionário mostra o nível de ansiedade da mãe que enfrenta a dor da hospitalização de um filho.

As mães que participaram do estudo ouviram as músicas por meio de fones de ouvido, e estavam junto ao filho em quarto individualizado durante a hospitalização. Foram orientadas a escutar os cantos da maneira mais confortável possível. Este procedimento foi realizado duas vezes com cada mãe, e as músicas foram ouvidas na mesma sequência por todas elas.

A dissertação foi defendida da Escola de Enfermagem da USP, no dia 15 de setembro de 2010, e orientada pela Professora Maria Julia Paes da Silva.

 

 

Por Glenda Almeida - Agência USP de Notícias

Link de acesso: http://www.usp.br/agen/?p=44989

Um estudo publicado no periódico British Medical Journal revela que dormir bem deixa a pessoa mais atraente. Neurocientistas do Instituto Karolinska, na Suécia, fotografaram 23 pessoas em dois momentos: depois de uma boa noite de sono e após ficarem mais de 30 horas acordadas. Observadores que analisaram as fotos acharam as pessoas menos atraentes depois ficarem horas sem dormir. A dermatologista Flávia Addor explica que sem o repouso adequado, o corpo começa a produzir hormônios que provocam a palidez da pele e a fisionomia de cansaço.

"Existem algumas evidências que demonstram que a privação do sono, ou seja, quando nós não dormimos o que o ser humano adulto necessita, de oito a dez horas diárias, há uma tendência do aumento de secreção dos hormônios do estresse, entre eles, o principal é o cortisol. Então o excesso desse hormônio pode levar a situações como a vaso-constrição, ou seja, a redução do calibre dos vasos, inclusive os vasos da pele levando a uma palidez, levando a alterações de secreção de glândulas da pele."

SegundoFlávia Addor, durante o sono, o organismo produz hormônios que renovam a pele, entre eles o GH, o hormônio do crescimento.

"Ele é importante para recuperação do organismo, pra renovação celular. E ele vai ocorrer esses picos à noite. Então se a pessoa está no repouso, ela facilita a condição ideal para secreção desses hormônios."

A dermatologista Flávia Addor acrescenta que além de dormir bem, para manter a pele saudável é necessário beber muita água e ter uma alimentação equilibrada com frutas e verduras.

 

 

Reportagem de Juliana Costa - Ministério da Saúde

Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS100789

São Paulo - A incidência de casos de pedra nos rins que podem provocar infecções, dores e até levar as pessoas a necessitar de cirurgias aumenta cerca de 30% no verão. Esses problemas, entretanto, podem ser evitados com pequenos cuidados como beber mais água e ter uma dieta com menos consumo de proteína e sal .

O alerta foi lançado pela equipe médica do Centro de Referência em Saúde do Homem, ligado ao Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo. Segundo o chefe do Serviço de Urologia do centro, Joaquim Claro, há uma constatação mundial de que, no período do verão, crescem os atendimentos de pacientes com cólica renal.

Durante o verão, assinala ele, ocorrem os casos de desidratação por perda de água pela transpiração. “A quantidade de líquido que acaba sendo filtrada pelos rins é menor. Com isso, a urina fica mais concentrada e há precipitação de cristais que se solidificam surgindo os cálculos renais.”

O médico adverte ainda que o cálculo renal também é consequência do tipo de dieta escolhida. “Estamos falando do verão, época em que sempre há os churrascos e as pessoas devem ter maior parcimônia na ingestão de carnes e sal.”

De acordo com o urologista, o popular chá de quebra-pedra não passa de um mito e apelo emocional”, pois o que resolve é o volume de líquido. Ele informou que o padrão internacional indica que, em média, 20% da população acabam sofrendo com problemas de cálculo renal.

Por meio de nota, o urologista Fábio Vicentini, também do Centro de Referência em Saúde do Homem, informou que em 80% dos casos as pedras são expelidas naturalmente. Quando isso não ocorre, as pessoas podem sentir dor e até sofrer um processo infeccioso, necessitando de tratamento a base de remédios ou cirurgia.

 

 

Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil

Edição: João Carlos Rodrigues

Link de acesso: http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=1124151

 

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