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Um novo método de análise para a investigação da presença de anfetaminas no corpo foi desenvolvido pelo Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. O método consiste em medir os níveis de anfetaminas no corpo por meio da saliva.
As anfetaminas são estimulantes muito utilizados por motoristas profissionais para dispersar o sono e, por isso, são uma das grandes responsáveis pelos acidentes nas rodovias brasileiras. A substância também é utilizada para suprimir o apetite e está presente em alguns remédios controlados no Brasil.
Devido aos seus efeitos, muitos caminhoneiros, na tentativa de aumentar seu rendimento, burlam o sono fazendo uso do estimulante, muitas vezes, obtido ilegalmente.“Os motoristas adquirem ilegalmente as anfetaminas em postos de gasolina, na beira da estrada”, relata o pesquisador farmacêutico Rafael Barcellos Bazzarella, desenvolvedor do novo método.
Segundo o Bazzarella, o método, desenvolvido sob a orientação do professor Bruno Spinosa de Martinis e com o auxílio da professora Vilma Leyton, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e chefe do Departamento de Álcool e Drogas da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, “é muito mais prático e menos invasivo que a coleta de urina ou de sangue, além de não exigir um profissional preparado para a coleta”, afirma.
Método de análise
Segundo o Bazzarella, a coleta de saliva é feita por um dispositivo denominado “Salivet”, similar a uma bola de algodão, que é mastigado pelo usuário por alguns segundos e depois inserido em um tubo de ensaio. Já no tubo de ensaio, o salivet vai para uma centrífuga que isolará a saliva (cerca de 1 mililitro [ml]) no fundo do tubo, já pronta para a análise.
Com isso, os testes de presença desta droga no organismo se tornaram muito mais simples e práticos. “A utilização deste método por policiais rodoviários nas principais rodovias do país é plenamente viável. Dessa forma, se poderia fiscalizar melhor o uso desta substância por motoristas e, com isso, reduziríamos o número de acidentes causados por dormir ao volante”, afirma o pesquisador.
A precisão do método foi desenvolvida e validada em laboratório. Após isso, o procedimento foi atestado em situações reais, com 40 caminhoneiros na região da cidade de Roseira, no interior do Estado de São Paulo. Nestes testes foi possível provar a alta precisão da técnica e verificar que dois dos 40 caminhoneiros, parados ao acaso, haviam ingerido doses da substância estimulante.
Riscos à saúde
Apesar de seu efeito estimulante, o uso de anfetaminas por motoristas profissionais é uma das causas do alto número de acidentes nas rodovias brasileiras. Ingerida por caminhoneiros para dispersar o sono, a droga age apenas durante um determinado período, “quando a concentração da droga abaixa, o motorista sente um sono exagerado e corre o risco de apagar ao volante” adverte Bazzarella. Segundo estimativas da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, cerca de 30% das ocorrências de acidentes nas estradas são provocadas por sonolência ao volante.
Entre os efeitos colaterais do uso do estimulante estão o desenvolvimento de hipertensão e o aumento da frequência cardíaca dos usuários, ampliando as chances de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, além da propriedade de tolerância da droga.
“O corpo humano desenvolve, com o tempo, uma tolerância às anfetaminas. Ou seja, a mesma dose da droga passa a não surtir mais o efeito desejado, obrigando o usuário a aumentar as doses. Com isso, aumentam também os riscos de o usuário apresentar efeitos indesejáveis após essa exposição prolongada, como ansiedade, insônia, alterações do humor e comportamento violento”, alerta o farmacêutico.
Por Marcelo Pellegrini - Agência USP de Notícias
Link de acesso: http://www.usp.br/agen/?p=44507
Brasília - As famílias carentes que têm crianças ou adolescentes portadores de tumor maligno ou aids poderão ter seus orçamentos reforçados com a criação de um auxílio-tratamento que será incorporado ao Programa Bolsa Família. A matéria foi aprovada hoje (15), em caráter terminativo, pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado e segue para apreciação da Câmara dos Deputados.
O projeto da senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) previa que esse reforço de caixa para o tratamento dos jovens seria de um salário mínimo. No entanto, o relator Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) acatou parecer da Comissão de Direitos Humanos que condiciona o valor do benefício à estimativa de despesa prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), incluída no Projeto de Lei do Orçamento da União encaminhado pelo Executivo ao Congresso.
“Sem a previsão orçamentária, a instituição do auxílio-tratamento será considerada não autorizada, irregular e lesiva ao patrimônio público, por constituir assunção de obrigação que não atende às disposições citadas (Lei de Responsabilidade Fiscal)”, justificou o relator.
Pelo projeto, o benefício não gera pensão e o pagamento será encerrado quando da cura, morte ou maioridade do paciente. No caso da maioridade, o projeto ressalva uma exceção: quando exame médico pericial realizado por profissionais do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) constatar o agravamento da doença, a incapacidade para o trabalho ou a incapacidade para a vida independente. Nesse caso, o auxílio-tratamento será convertido em benefício de prestação continuada.
Por Marcos Chagas - Repórter da Agência Brasil
Edição: Graça Adjuto
Pesquisa do MS mostra que homens entre 20 e 29 anos apresentam altos índices de óbitos por agressões e acidentes. Em geral, eles também morrem mais por câncer
O risco de morte nos homens é 40% maior do que entre as mulheres, consideradas todas as idades. O Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde registrou 612,8 mil óbitos masculinos e 453,5 mil femininos em 2008. Entre os homens, o maior número de mortes se concentrou na faixa etária entre de 20 e 29 anos, que registrou 7,2% do total de óbitos masculinos, enquanto que para as mulheres esse percentual é de 2,4%. Isso significa que 43.886 homens perderam a vida nessa faixa etária no ano de 2008, quatro vezes mais do que as 10.786 mulheres que morreram na mesma faixa etária.
Os dados fazem parte do Saúde Brasil 2009, publicação anual da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde que reúne análises e indicadores de saúde no país. O estudo chega à sexta edição e aborda, entre outros, os indicadores estabelecidos nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
CAUSAS EXTERNAS – De acordo com o Saúde Brasil 2009, o grande número de mortes entre homens jovens pode ser atribuído, em sua maioria, aos óbitos por causas externas, que inclui os acidentes e as violências, como os homicídios. Juntos, são a terceira causa geral de óbito no país, com 133,6 mil vidas perdidas em 2008, considerando todas as idades e os dois sexos, atrás respectivamente das doenças cardiovasculares, com 314,5 mil mortes, e neoplasias (cânceres), com 166,3 mil óbitos.
As mortes por causas externas apresentam uma taxa geral de 66,3 óbitos por 100 mil habitantes. Porém, na análise por sexo, os homens morreram, em 2008, cinco vezes mais em decorrência de causas externas do que as mulheres. No sexo masculino, o índice foi de 112,4 mortes por 100 mil; no feminino, 21,6 óbitos por 100 mil.
No recorte regional, a menor taxa de mortalidade foi registrada na região Sudeste, com 61 óbitos por 100 mil habitantes na população geral, com variação de 115,3/100 mil entre homens e de 24,3/100 mil entre mulheres. Já o índice mais elevado foi observado na região Centro-Oeste, com 77 óbitos por 100 mil habitantes, variando de 128,5/100 mil homens e a 27,1/100 mil mulheres.
CAUSAS ESPECÍFICAS – Quando consideradas as causas específicas de morte, as agressões ocupam a quarta posição, enquanto os acidentes de transporte terrestre são a sétima. “Embora o dado ainda seja preocupante, as ações para reduzir a mortalidade por causas externas têm mostrado resultados positivos: a morte por agressões melhorou de posição na lista das dez principais causa de óbito”, afirma o diretor do Departamento de Análise de Situação de Saúde, Otaliba Libânio Neto.
No Saúde Brasil 2007, divulgado há dois anos, as agressões eram a terceira causa entre as mortes específicas. As doenças cerebrovasculares e as isquêmicas do coração, ambas pertencentes ao grupo das doenças cardiovasculares, são as duas primeiras causas de óbito no Brasil. Em 2008, a taxa padronizada de mortalidade por doenças cerebrovasculares foi de 43,3 por 100 mil habitantes.
Diferente das causas externas, as doenças cerebrovasculares matam mais mulheres: 10,7%, contra 8% dos homens. Os índices mais elevados foram registrados na região Sul, seguida pela região Nordeste, respectivamente com 45,9 e 45,2 óbitos por 100 mil habitantes. Já o menor índice está na região Sudeste, com 41,4 mortes por 100 mil habitantes. Entre os estados, a taxa mais alta foi registrada no Piauí (66,6/100 mil) e a menor, no Amapá (28,4/100 mil).
NEOPLASIAS – Os homens também são as principais vítimas do câncer. Segundo grupo de mortes no país, com taxa de 75,5 óbitos a cada 100 mil brasileiros, esse indicador é diferente para homens e mulheres: 82,7 para cada 100 mil homens e 62,5 para cada 100 mil mulheres. No geral, os índices mais elevados estão na região Sul (92,6/100 mil), subindo para 106,5/100 mil homens e 79,3/100 mil mulheres. Já a região Norte apresenta as menores taxas, sem diferenças significativas entre homens e mulheres, com 57,7 por 100 mil habitantes.
Para ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde, o Ministério da Saúde lançou, no ano passado, a Política Nacional de Saúde do Homem. A iniciativa foi uma resposta à observação de que os agravos do sexo masculino são um problema de saúde pública. A cada três mortes de pessoas adultas, duas são de homens. Eles vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e têm mais doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevada. O Brasil foi o primeiro país da América Latina e o segundo do continente americano a implementar uma política como essa. O primeiro foi o Canadá.
PERFIL DA MORTALIDADE – O Brasil registra, nas últimas décadas, mudança considerável no perfil da mortalidade do brasileiro, com aumento da proporção de óbitos por causas relacionadas a doenças crônicas e degenerativas, em detrimento das causas infecciosas e parasitárias. Essa tendência é confirmada pelo estudo Saúde Brasil 2009. Hoje as doenças infecciosas e parasitárias representam o oitavo grupo de causas mais importantes no país, com apenas 4,4% dos óbitos.
A mudança, que é uma tendência mundial, no Brasil é observada em todas as regiões do país. A maior transformação no perfil epidemiológico foi registrada na região Norte: em 1980 as doenças infecciosas e parasitárias representavam 26% do total de mortes, já em 2008, elas foram causa de 6,5% dos óbitos. Na região Nordeste, os óbitos por essas doenças caíram de 21% para 5% do total registrado.
CAUSAS MAL DEFINIDAS – Ao longo dos anos também se observa uma melhora significativa nas mortes por causas mal definidas, com redução de 65% entre 1980 e 2008. Trata-se dos registros em que não é possível identificar a causa básica, geralmente por preenchimento inadequado da Declaração de Óbito (DO), documento que viabiliza o registro do óbito em cartório e alimenta o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Em 1980, a proporção de óbitos por causas mal definidas no Brasil era de 21,4%, sendo de 48,56% na região Nordeste e 27,15% na Norte. Em 2008, elas representam 7,7% do total de óbitos declarados. “Um valor bom segundo a OMS que considera um sistema de informação de mortalidade com boa qualidade quando as causas mal definidas estão abaixo de 10%”, explica Libânio.
A região Nordeste registrou a maior queda no indicador, com redução de 83% entre 1980 e 2008. Hoje, quase todos os Estados da região registram índice inferior a 10% nas mortes por causas mal definidas. A melhora na informação na Declaração de Óbito é resultado de uma série de iniciativas para qualificar o preenchimento da DO, entre as quais a realização de oficinas de capacitação dos profissionais e a investigação sistemática das mortes pelos municípios, estados com o apoio do MS”.
Ministério da Saúde
Link de acesso: http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=11997
Acidentes e violências – as chamadas causas externas – representaram 12% do total de mortes ocorridas no Brasil em 2008. Elas somaram 133.644 dos 1.066.842 óbitos registrados naquele ano. Foram a terceira maior causa de mortes no país, atrás das doenças do aparelho circulatório e as neoplasias. Os homens continuam maioria entre os mortos (83,1% do total de vítimas) e entre os feridos que precisaram de internação hospitalar (70,3%).
Os dados constam no capítulo Acidentes e violências no Brasil: um panorama atual das mortes, internações hospitalares e atendimentos em serviços de urgência, do “Saúde Brasil 2009” – publicação anual da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde. O trabalho apresenta uma descrição da mortalidade, morbidade hospitalar e atendimentos de emergência no Sistema Único de Saúde.
“As causas externas representam uma crescente demanda pelos serviços de saúde públicos. Portanto, sua prevenção é um desafio permanente para profissionais e gestores do setor, bem como para toda a sociedade brasileira”, afirma o diretor do Departamento de Análise de Situação de Saúde, Otaliba Libânio de Morais Neto.
HOMENS E MULHERES – O risco de mortes por causas externas entre os homens foi 5,1 vezes maior do que entre as mulheres. Para eles, as principais causas de morte violenta foram as agressões (40,6% do total), especialmente as provocadas por armas de fogo (29,4%). Em seguida, estão os acidentes de trânsito (26,9%), especialmente com motocicletas (6,9%). A maioria dos mortos do sexo masculino estava na faixa dos 20 aos 39 anos (50,4%) e era de cor parda (48,1%).
Para as mulheres, a maior proporção de mortes por causas externas deveu-se aos acidentes de trânsito – 30% do total registrado nessa categoria. A maioria das vítimas era pedestre (9,8%). As agressões vêm em segundo lugar, com 17,3% – entre esses óbitos, 8,8% foram por armas de fogo. Do total de mulheres vítimas de causas externas, 33,8% das mulheres tinham 60 anos ou mais, sendo a maioria (53,3%) de cor branca.
“Devido ao excesso de mortes de homens por causas externas, fizemos a razão de risco entre os sexos segundo o tipo de acidente ou violência. O maior valor encontrado foi para agressões com arma de fogo, onde o risco de um homem morrer por este tipo de agressão mostrou ser 16,7 vezes o das mulheres”, detalha o diretor da SVS, Otaliba Neto. “O menor valor encontrado foi para o risco de queda, porém, os homens continuam com um risco pelo menos 1,9 vez maior do que as mulheres”, acrescenta Libânio.
Ele observa ainda que, segundo o estudo, na população geral, o risco de uma pessoa de raça/cor parda ser vítima de homicídio mostrou-se 2,1 vezes maior do que o de um indivíduo da raça/cor branca. Para os de cor/raça preta, esse risco ficou 1,8 vezes acima dos de raça/cor branca. Os brancos, por sua vez, foram maioria entre as vítimas nos acidentes de trânsito fatais e são os que apresentam o maior risco de morrer nestes eventos.
RISCO POR IDADE – Outra distinção feita no documento é o risco de morte por acidentes de transporte terrestre, suicídios, homicídios e quedas nas diferentes faixas etárias. Na faixa de 0 a 14 anos, são os pedestres as vítimas sob maior risco. Dos 15 aos 29 anos, o maior risco de morte é para motociclistas e ocupantes de veículos. Entre 40 e 60 anos, verifica-se o aumento da probabilidade de morte para pedestres e a redução dos riscos para motociclistas e ocupantes de veículos. No grupo com 60 anos e mais, são os pedestres, novamente, os mais vulneráveis.
Ao considerar as taxas de mortalidade por suicídios e homicídios, verificou-se o baixo risco entre crianças e adolescentes com até 14 anos. Dos 15 aos 19 anos, o risco de morrer por homicídios aumenta expressivamente, atingindo seu pico na faixa dos 20 aos 39. No estudo, o risco de suicídio aumentou progressivamente com a idade, atingindo o maior valor acima dos 60 anos.
Os idosos também são os mais ameaçados pelas quedas. O risco de pessoas acima dos 60 anos morrerem desta forma foi 50,5 vezes maior do que no grupo de 0 a 9 anos; e 5,9 vezes maior que na faixa dos 40 aos 59 anos. Mortes por causas externas, de intenção indeterminada, também representaram maior risco para os idosos.
“As taxas de mortes indeterminadas aumentam abruptamente para os idosos, o que sugere uma possível relação com os óbitos de pessoas que moram sozinhas e sem assistência. Nestas situações, é mais difícil precisar se os óbitos decorrem de uma causa externa ou natural”, explica Libânio.
NAS CAPITAIS – Maceió, Recife, Vitória, Salvador e Belém foram as capitais que apresentaram os coeficientes de homicídios mais altos (ver tabela 4). Em Maceió, foram registrados 101,6 óbitos por 100 mil habitantes, enquanto este indicador foi de 61,2 em Recife; 58,9 em Vitória; 57,1 em Salvador; e 50,3 em Belém.
Também foram essas as capitais que se registraram as taxas mais elevadas de mortalidade para o sexo masculino – 207,2 óbitos por 100 mil habitantes em Maceió; 120,7 em Recife; 113,7 em Salvador; 113,0 em Vitória; e 100,3 em Belém. Entre as mulheres, grupo em que a taxa de mortalidade por homicídio foi bem menor em relação aos homens, as maiores taxas ocorreram em Vitória (8,5), Cuiabá (7,6), Maceió (7,1), Recife (6,8) e Curitiba (6,6).
Para Otaliba Libânio Neto, esses dados indicam que a região Nordeste deve merecer maior atenção das autoridades públicas de segurança e saúde no esforço de prevenir homicídios. “Em Salvador, por exemplo, a taxa de mortalidade por homicídio é 12,1 vezes maior do que a de acidentes. Mas a boa notícia é que, desde 2004, a taxa de mortalidade por homicídios está em tendência de queda no Brasil”. Na comparação dos triênios 2008-2006 e 2002-2001, houve redução de 23,5%. A maior queda proporcional (menos 117,6%) ocorreu em São Paulo.
Quanto aos acidentes de transporte terrestre, o trabalho de prevenção deve ser intensificado nas regiões Norte e Centro-Oeste, que concentraram a maioria dos casos. As capitais com risco mais alto de mortes em decorrência desses acidentes foram Porto Velho (37,5 óbitos por 100 mil habitantes), Boa Vista (36,8), Palmas (31,6), Campo Grande (29,9), e Cuiabá (25,5).
As únicas capitais onde as taxas de acidentes superaram as de homicídio foram Florianópolis, Teresina, Campo Grande, Boa Vista e Palmas. Nas mortes decorrentes de acidentes de transporte terrestre, em todo do país, a maior parcela (47,6%) ocorreu entre os usuários mais vulneráveis do sistema viário: pedestres (24,2%) e motociclistas (23,4%). Os ocupantes de veículos corresponderam a 24,4% do total.
INTERNAÇÕES – Em 2009, o SUS registrou 883. 6 internações por causas externas. Elas representaram cerca de 8% do total de internações (foi o quinto maior motivo de hospitalizações). Isso significa que, para cada morte, aproximadamente sete pessoas são internadas.
Os homens, principalmente os adultos jovens e vítimas de acidentes, foram os que mais precisaram de internações (70,3% do total) e de atendimentos de emergência (65%). Eles correm risco 2,4 vezes maior do que as mulheres de serem internados por causas externas.
Ministério da Saúde
Link de acesso: http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=12002
Aborto passa de quarta para quinta causa de morte, aponta nova publicação do Ministério da Saúde. Ampliação do acesso ao pré-natal e a métodos contraceptivos impulsionaram avanços
A redução dos óbitos por causas obstétricas diretas foi o principal fator que levou à redução da taxa de mortalidade materna no Brasil – de 140 a cada 100 mil nascidos vivos, em 1990, para 75, em 2007. As mortes por complicações durante gravidez, parto e puerpério diminuíram 56%, nos últimos 18 anos. Esse e outros dados referentes à saúde da mulher estão reunidos no “Saúde Brasil 2009”, publicação do Ministério da Saúde que reúne as principais análises e indicadores em saúde no país.
Entre 1990 a 2007, todas as causas específicas de morte materna diminuíram: por hipertensão 63%, hemorragia 58%, infecções puerperais 47%, por aborto 80% e por doenças do aparelho circulatório complicadas pela gravidez, parto ou puerpério 51%. A redução das mortes por complicações durante a gravidez, parto e puerpério se deve à ampliação do acesso aos cuidados hospitalares, com acompanhamento das mulheres antes, durante e após o parto. Hoje, 98% dos partos no Brasil são realizados em hospitais e 89% por médicos. O resultado é reflexo do maior acesso ao pré-natal e acompanhamento médico por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF). Quase 90% das mulheres grávidas realizam pelo menos quatro consultas pré-natal no Sistema Único de Saúde (SUS). O número aumentou em 30% desde 1996. Já a ESF está presente em 99% dos municípios, com 31.500 equipes.
O “Saúde Brasil 2009” mostra também que o aborto passou de quarta para quinta causa de mortalidade materna, desde 2007. A taxa de mortalidade materna por este motivo caiu 80%, desde 1990.
PLANEJAMENTO FAMILIAR – Dados da PNDS 2006 mostram que 80% das mulheres, atualmente, usam algum método anticoncepcional. Em 2009, o Ministério da Saúde reforçou a Política Nacional de Planejamento Familiar, implantada em 2007, que inclui maior acesso a vasectomias e laqueaduras, distribuição de preservativos e ampliação do acesso a métodos contraceptivos que certamente ampliaram essa cifra. Atualmente, o SUS disponibiliza oito tipos de métodos contraceptivos. As mulheres em idade fértil podem escolher aquele que se encaixa melhor às suas necessidades. A pílula anticoncepcional e o Dispositivo Intrauterino (DIU) são os dois métodos mais procurados pelo público feminino no país. Em 2003, as mulheres retiraram 8 milhões de cartelas de pílulas em postos de saúdes e hospitais de 4.920 municípios.
Em 2008, foram distribuídas pílulas, em todas as cidades do Brasil. Em 2010, o Ministério da Saúde distribuirá 50 milhões de cartelas de pílulas – seis vezes mais do que em 2003. O investimento total em pílulas e outros contraceptivos alcança, em 2010, o recorde R$ 72,2 milhões – sete vezes mais do que foi aplicado em 2003 (R$ 10,2 milhões).
Ministério da Saúde
Link de acesso: http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=12003