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Produção nacional, pela Fundação Ezequiel Dias, representará economia de aproximadamente R$ 410 milhões ao país
Mais uma aposta na produção nacional de medicamentos para a aids e as hepatites acaba de se concretizar. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu, por meio da Resolução 487/2011, o registro de comercialização da versão genérica do tenofovir para o laboratório oficial Fundação Ezequiel Dias (Funed - Governo do Estado de Minas Gerais). Com a autorização, nove milhões de comprimidos começarão a ser produzidos a partir da próxima semana, o que representará uma economia de aproximadamente R$ 410 milhões ao país no decorrer de cinco anos (até 2015).
Atualmente, cerca de 64 mil pacientes de aids e 1,5 mil de hepatites fazem uso do tenofovir no país. Essa produção tornou-se uma realidade em função de parceria público-privada, viabilizada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde. O primeiro lote nacional do tenofovir estará disponível para os pacientes no final de março.
Com o início da fabricação, 10 dos 20 medicamentos antirretrovirais fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passam a ser fabricados no Brasil, diminuindo em cerca de 47% os custos com a importação do medicamento (até 2015) e fortalecendo a autonomia do país na produção de fármacos. A concessão também comprova a capacidade técnica de produção nacional e reafirma o compromisso com a sustentabilidade do tratamento para as duas doenças. “Além de disponibilizar o medicamento para as pessoas que vivem com aids e hepatites, fica garantida a oferta a longo prazo, contribuindo para diminuir a dependência externa”, enfatiza o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco.
Em 2010, foram investidos R$ 577,6 milhões na aquisição de antirretrovirais importados e R$ 224,9 milhões na fabricação dos nacionais. Mesmo incluindo o investimento com incorporação da tecnologia, o preço inicial do tenofovir nacional será o mesmo pago pelo SUS na última aquisição internacional: R$ 4,02. Até o final de 2011, a Funed entregará ao Ministério da Saúde, em quatro etapas, 36 milhões de comprimidos.
A produção do tenofovir no Brasil é uma conquista do governo e da sociedade civil. O Instituto de Tecnologia de Fármacos (Farmanguinhos) e a Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA) entraram com um processo no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) argumentando que não havia atividade inventiva no medicamento.
Em 2008, o Ministério da Saúde declarou interesse público do tenofovir, para fins de análise do pedido (Portaria nº 681/2008). Em junho do mesmo ano, o pedido de patente foi indeferido. A partir daí, o Brasil começou a investir na produção nacional do medicamento e o produto foi aprovado em todas as etapas de qualidade determinadas pela Anvisa.
Assessoria de Imprensa do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde
Link de acesso: http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=12185
Agência FAPESP – Trocar o refrigerante por uma versão diet pode ajudar no controle do peso, mas não vai refrescar a saúde cardiovascular. Segundo uma nova pesquisa, quem consome refrigerante com frequência, mesmo que diet, tem risco muito maior de desenvolver problemas cardiovasculares do que aqueles que não ingerem a bebida.
O estudo apresentado na quarta-feira (9/2) na International Stroke Conference 2011, em Los Angeles, Estados Unidos, foi feito com 2.564 pessoas com mais de 40 anos, de diferentes etnias, em Nova York, acompanhadas por uma média de 9,3 anos.
Os resultados mostraram que aqueles que consumiram refrigerante diet diariamente tiveram risco 61% maior de desenvolver problemas cardiovasculares do que os que não beberam refrigerante com a mesma frequência.
O motivo é o sal presente em tais bebidas, seja na versão com açúcar ou com adoçante. O consumo elevado de sal, além de poder causar hipertensão, mostrou-se relacionado com um grande aumento no risco de manifestar acidentes vasculares cerebrais (AVC) isquêmicos, que interrompem o fluxo de sangue para o cérebro.
O estudo verificou que os participantes que consumiram mais de 4 gramas de sódio por dia apresentaram risco duas vezes maior de desenvolver AVC do que aqueles que ingeriram menos de 1,5 grama por dia.
“Se os resultados forem confirmados em estudos futuros, poderemos dizer que os refrigerantes diet podem não ser os substitutos ideais para as bebidas açucaradas, com relação à proteção contra eventos vasculares”, disse Hannah Gardener, da Universidade de Miami, líder da pesquisa.
Dos participantes, apenas um terço se mostrou no limite recomendado pelas U.S. Dietary Guidelines de consumir até 2,3 gramas de sódio por dia, o equivalente a uma colher de chá de sal. A recomendação da American Heart Association é de um consumo diário de até 1,5 grama de sódio e a média do estudo ficou em 3 gramas.
“A ingestão elevada de sódio é um fator de risco para AVC isquêmico em pessoas com hipertensão ou não, o que destaca a importância de limitar o consumo de alimentos com muito sal”, disse Hannah.
A cientista destaca que nos resultados do estudo devem ser levados em consideração os poucos dados sobre tipos de bebidas consumidas, e que a variação entre marcas ou no uso de adoçantes pelas mesmas pode ter influído nos resultados.
Agência FAPESP
Link de acesso: http://www.agencia.fapesp.br/materia/13434/diet-nao-da-refresco.htm
No Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, o grupo de pesquisa coordenado pelo professor Adriano Andricopulo estuda sistemas moleculares que são preparados para atuar contra alvos vitais de sobrevivência do parasita da doença de Chagas. No momento, o grupo procura definir o composto que irá passar por testes clínicos para verificar sua eficácia contra a doença. As pesquisas tem o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS), que coordena uma rede internacional de cientistas sobre o tema.
Os pesquisadores trabalham com algumas proteínas-alvo do Trypanosoma cruzi, o agente causador da doença, isolando tais proteínas para, posteriormente, produzi-la e encontrar pequenas moléculas que possam inibir sua atividade, causando uma condição letal à sobrevivência e desenvolvimento do parasita. “Por meio de ensaios in vitro fazemos os testes com moléculas candidatas a fármaco que irão inibir as enzimas responsáveis pela sobrevivência do parasita”, conta o cientista.
A pesquisa conta com especialistas de diversas áreas, como parasitologia, química medicinal e biologia molecular e estrutural. “A OMS desenvolve um sistema de projetos, do tipo empresa farmacêutica, muito detalhado e estabelecido. Dessa rede, participam universidades importantes do mundo todo”, diz o professor. “Há também a participação de diversas indústrias farmacêuticas.” O grupo conta ainda com a colaboração dos professores Otavio Thiemann, Rafael Guido e Glaucius Oliva, do IFSC, e Luiz Carlos Dias, da Universidade de Campinas (Unicamp).
Atualmente, uma média de 300 compostos foi sintetizada, com moléculas que já foram confirmadas como inibidoras. A próxima fase será trabalhar as propriedades fármacocinéticas, ou seja, a melhoria para percorrer todo o “caminho” num organismo infectado. “Precisamos observar diversas propriedades como absorção do composto, solubilidade, biodisponibilidade. Esse trabalho é conjunto e cada um dos grupos que faz parte da rede da OMS presta auxílio, cada um na parte que lhe cabe”,diz o professor.
Testes
Adriano Andricopulo explica que a fase final — também chamada de fase clínica —, quando empresas farmacêuticas irão financiar testes em seres humanos, dos possíveis candidatos a fármaco, deve ser acelerada. Segundo o professor do IFSC, o maior desafio atualmente é encontrar um candidato clínico, ou seja, o composto que a indústria farmacêutica irá escolher para realizar testes em humanos.
O grupo de pesquisa do IFSC desenvolve estudos in vitro e in vivo, e a relação com a OMS e com os grupos da rede tem sido importante e fundamental para a evolução dos estudos. “A OMS consegue coordenar toda essa rede e fazê-la funcionar corretamente”, ressalta.
O grupo disponibiliza a primeira base de dados da América Latina, PK/DB, para acesso e acompanhamento de outros estudiosos do assunto. “A capacidade de trabalhar com moléculas sintéticas e fazer ensaios biológicos é algo difícil de encontrar e isso tem nos trazido credibilidade de grupos externos, onde se inclui a OMS”.
Em comemoração ao Ano Internacional da Química, os debates serão intensos. “Neste ano, a reunião anual da Sociedade Brasileira de Química, a Escola Avançada de Química, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e nesses eventos as atividades e discussões serão grandes, também com o objetivo de atrair estudiosos para essa área”, conta o docente.
Por Tatiana Zanon, da Assessoria de Comunicação do IFSC
Link de acesso: http://www.usp.br/agen/?p=47776
Irritação na garganta, pequenos pontos vermelhos nas mãos e nos pés e queda de cabelo. Quem tem estes sintomas pode estar com sífilis. Apesar das constantes campanhas contra as doenças sexualmente transmissíveis, a sífilis ainda é um grave problema de saúde pública. Segundo o Ministério da Saúde, todo ano surgem quase um milhão de casos no Brasil. O assessor técnico do programa nacional de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Valdir Pinto, explica que, como os primeiros sintomas da doença não causam muito incômodo, poucas pessoas procuram atendimento médico. No entanto, quanto mais tardio for o diagnóstico, maior a gravidade do caso.
"Você vai ficar cinco, sete, dez, quinze anos sem saber, você pode ter as complicações da sífilis tardia, que é a terciária. Aí, as complicações já são neurológicas, levam até à demência, a problemas cardíacos. Se a gente pode diagnosticar essa doença aqui no comecinho, que tem cura, pra que nós vamos deixar para diagnosticar lá atrás. Então é só as pessoas terem consciência: eu fiz sexo sem camisinha? Sim! Eu posso ter corrido o risco de ter adquirido uma DST, dentre elas a sífilis."
Valdir Pinto explica também que a sífilis pode ser passada de mãe para filho. Toda gestante deve fazer o exame para detectar a doença durante o pré-natal. O SUS oferece diagnóstico e tratamento gratuitos para todos os brasileiros.
Reportagem de Juliana Costa - Ministério da Saúde
Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS110123
Agência FAPESP – A ansiedade é algo normal e muitas vezes desejável, sendo parte do que ajuda o homem a superar perigos e ameaças, por exemplo. Mas tão importante quanto a ansiedade é o retorno ao estado normal. Quem tem dificuldade de “desligar” o estado pode desenvolver distúrbios de ansiedade, estresse pós-traumático e depressão.
Entender como o organismo humano responde a estados de estresse agudo é o que motivou a pesquisa conduzida por Alon Chen e colegas no Departamento de Neurobiologia do Instituto de Ciência Weizmann, em Israel.
Os cientistas dirigiram o estudo para uma família de proteínas que tem papel importante para regular o mecanismo do estresse. Uma dessas moléculas, a CRF, é conhecida por iniciar uma sequência de eventos que ocorrem quando uma pessoa se sente pressionada.
A pesquisa identificou evidências de que três proteínas, denominadas urocortina 1, 2 e 3, atuam no desligamento da resposta ao estresse. Os resultados foram publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Os pesquisadores geraram camundongos geneticamente modificados para que não produzissem as três urocortinas e usaram outro grupo controle, de animais normais.
Ao serem submetidos a situações estressantes, os dois grupos reagiram de modo semelhante. As diferenças foram percebidas 24 horas depois, quando o grupo controle havia voltado ao estado normal, mas o outro ainda estava com os mesmos níveis de ansiedade observados logo após o episódio estressante.
Para tentar entender os mecanismos de ação das proteínas, Chen e colegas analisaram os dois grupos de camundongos para níveis de expressão de genes com papel conhecido na resposta ao estresse.
Os cientistas verificaram que os níveis de expressão genéticos permaneceram constantes durante e após o estresse nos animais geneticamente modificados. Os padrões se alteraram consideravelmente no grupo controle.
Segundo os cientistas, o motivo é que no primeiro grupo o sistema urocortina não pode ser ativado, impedindo os animais de retornarem ao estado normal.
“Os resultados implicam que o sistema urocortina tem um papel central na regulação das respostas ao estresse. Isso poderá ter implicações para o estuso de distúrbios de ansiedade, depressão e anorexia”, disse Chen.
O artigo Perifornical Urocortin-3 mediates the link between stress-induced anxiety and energy homeostasis (doi/10.1073/pnas. 1003969107), de Alon Chen e outros, pode ser lido por assinantes da PNAS em www.pnas.org/content/107/18/8393.full.
Agência FAPESP
Link de acesso: http://www.agencia.fapesp.br/materia/13427/desligando-o-estresse.htm