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O Mal de Alzheimer é uma das doenças mais estudadas nos dias atuais e o resultado disso começa a aparecer. Em recente pesquisa conduzida por cientistas americanos, descobriu-se que alterações em células específicas da retina podem auxiliar no diagnóstico e no acompanhamento da progressão desta doença degenerativa, que afeta os neurônios.

Para chegar aos primeiros indícios, os estudiosos americanos analisaram a perda da espessura na camada das células oculares de camundongos com a doença. Como a retina é extensão direta do cérebro, os pesquisadores logo concluíram que a perda de neurônios retinais pode ter relação com a diminuição de células cerebrais devido ao Alzheimer.

Além de detectar sinais da doença degenerativa dos neurônios, os cientistas envolvidos na pesquisa acreditam que as alterações nas células da retina podem ajudar a detectar outras doenças, como o glaucoma, que possui características semelhantes ao Alzheimer e que pode levar à cegueira.

"A retina é uma extensão do cérebro, por isso faz sentido que os mesmos processos patológicos encontrados no cérebro de Alzheimer também sejam observados no olho", explica o diretor do programa de transtornos de memória do Centro Médico da Universidade Georgetown, Scott Turner.

Com o avanço dos estudos, a equipe de cientistas prevê que, futuramente, os oftalmologistas terão condições, com os devidos aparelhos, de detectar o Mal de Alzheimer em exames de vista de rotina. "Nossa descoberta sugere uma nova compreensão do processo da doença em seres humanos e pode levar a novas formas de diagnosticar ou prever a doença de Alzheimer, que poderiam ser tão simples como um exame de vista", destaca Turner.

Apesar de não ter cura, o Alzheimer pode ter os seus sintomas amenizados quando é tratado precocemente. Por isso, as novas descobertas podem trazer novas esperanças, mas ainda precisam ser testadas em humanos para que a tese possa ser comprovada.

 

Fonte: BBC

A Lei Antiálcool do Estado de São Paulo para menores de 18 anos completou dois anos na última terça-feira (19). Em balanço divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde, o governo registrou que, em média, dois estabelecimentos são multados diariamente por infringirem a lei, criada em novembro de 2011 para combater a ingestão precoce de bebidas alcoólicas por crianças e adolescentes.

A Lei Antiálcool paulista conta com a fiscalização de agentes da Vigilância Sanitária Estadual, das vigilâncias municipais e do Procon, que nos dois últimos anos realizaram 487,2 mil inspeções e aplicaram 1.540 multas. De acordo com os órgãos, o índice de descumprimento da lei chega a 99,68% dos estabelecimentos visitados.

"Nestes dois anos de vigência, a Lei Antiálcool atuou como uma importante ferramenta para inibir o consumo de álcool pelos jovens, uma vez que quanto mais cedo a experimentação de bebidas alcoólicas se inicia, maiores são as chances de a pessoa desenvolver dependência química no futuro", afirma a diretora da Vigilância Sanitária Estadual, Maria Cristina Megid.

As fiscalizações da lei são feitas em lugares de comércio de bebidas alcoólicas, como lojas de conveniência, restaurantes, bares, supermercados, padarias e casas noturnas. Segundo o levantamento, os líderes no ranking do descumprimento são as lanchonetes, padarias, bares e restaurantes, que correspondem a 55% das multas aplicadas nos últimos anos.

Por venderem, oferecerem ou permitirem o consumo de bebidas alcoólicas por menores de 18 anos em seu interior, mesmo que acompanhados pelos responsáveis, os estabelecimentos estão sujeitos a sanções administrativas. Além de multas de até R$ 96,8 mil, em caso de reincidência, eles podem sofrer interdições de 15 a 20 dias ou perda de inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS, que representa o encerramento das atividades comerciais.

Para realizar a venda ou deixar que o produto seja consumido no local, a Lei Antiálcool exige do comprador a apresentação de documento de identificação. Essa medida tem como objetivo evitar que adolescentes tenham livre acesso a bebidas alcoólicas, que podem causar doenças, dependência, violência, entre outros problemas.

 

Fonte: Secretaria da Saúde de São Paulo

Um estudo realizado por cientistas americanos afirma que o autismo, disfunção que afeta a capacidade de socialização do indivíduo, pode ser identificado em bebês com até dois meses de vida.

No estudo, pesquisadores liderados pela Escola de Medicina da Emory University em Atlanta, nos Estados Unidos, usaram uma tecnologia de rastreamento visual para medir a forma como os bebês olhavam e respondiam a estímulos sociais.

A pesquisa, que foi publicada na Nature, descobriu que as crianças que posteriormente foram diagnosticadas com autismo mostraram um declínio gradativo na capacidade de manter um contato visual constante com os olhos de outras pessoas a partir da idade de dois meses, quando começaram a assistir a vídeos de interações humanas.

Segundo o coordenador da pesquisa, Warren Jones, esta foi a primeira vez que "foi possível detectar alguns sinais de autismo nos primeiros meses de vida".

Metodologia

O estudo acompanhou 59 crianças que tinham um alto risco de autismo por terem irmãos com a doença, e 51 crianças de baixo risco.

As crianças foram examinadas até completarem três anos, quando voltaram a ser formalmente avaliadas quanto à doença.

Treze das crianças (11 meninos e duas meninas) foram diagnosticadas com transtornos do espectro do autismo – uma série de distúrbios que inclui o autismo e a síndrome de Asperger.

Os pesquisadores, então, voltaram a observar os dados de rastreamento ocular dos pacientes e fizeram uma descoberta surpreendente. "Em crianças com autismo, o contato visual já está em declínio nos primeiros seis meses de vida", disse Jones.

Jones acrescentou, entretanto, que tal quadro só pode ser observado com tecnologia sofisticada e não seria visível para os pais.

Entenda o autismo

O autismo e a síndrome de Asperger fazem parte de uma série de transtornos conhecidos como desordens do espectro autista (DEA) que surgem na infância e permanecem durante toda a idade adulta.

O transtorno é marcado por três características principais, incluindo a inabilidade para interagir socialmente, dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

Caroline Hattersley, diretora de informação, aconselhamento e apoio da National Autistic Society, baseada no Reino Unido, disse que a pesquisa foi "baseada em uma amostra muito pequena e precisa ser replicada em uma escala muito maior antes de podermos tirar quaisquer conclusões concretas".

A pesquisa foi feita em parceria com o Marcus Autism Center e o Children's Healthcare of Atlanta.

 

Fonte: BBC Brasil

Uma pesquisa da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) constatou que as condições ao nascer podem interferir diretamente no desenvolvimento infantil.

O estudo, feito pela psicóloga Adriana Martins Saur, do Departamento de Psicologia da FFCLRP, avaliou 677 crianças entre 10 e 11 anos de idade, de ambos os sexos, que nasceram prematuras, pequenas para a idade gestacional ou com baixo peso, e identificou altas taxas de comprometimento comportamental e emocional.

No estudo, as crianças foram divididas em grupos segundo três critérios: peso ao nascer, podendo ser muito baixo peso (MBP), baixo peso (BP), peso insuficiente (PI), peso normal (PN) e muito alto peso (MAP); idade gestacional (prematuros e a termo); e tamanho ao nascer, neste caso podendo ser pequeno para a idade gestacional (PIG) ou adequado para a idade gestacional (AIG).

Do ponto de vista cognitivo, as crianças foram avaliadas por meio dos Testes de Raven (teste de inteligência não verbal, em que as crianças são solicitadas a escolher uma figura que se encaixe na matriz apresentada) e da técnica de Desenho da Figura Humana (medida de desenvolvimento cognitivo e conceitual, em que as crianças são solicitadas a desenhar as figuras de um homem e uma mulher).

Já para a análise comportamental e emocional, os pais colaboraram, respondendo a um questionário sobre as capacidades e dificuldades de seus filhos. A pesquisa também identificou os fatores que podem interferir no desenvolvimento cognitivo, comportamental e emocional dessas crianças com base em variáveis biológicas, clínicas e socioeconômicas. Estabeleceu, ainda, as taxas de problemas comportamentais encontradas, independentemente do critério adotado.

Os resultados da pesquisa mostraram que crianças de muito baixo peso são mais hiperativas que os outros grupos. Além disso, o peso ao nascer não se mostrou associado ao desfecho cognitivo ou comportamental. Em relação aos sintomas emocionais, o grupo formado por crianças com baixo peso ao nascer apresentou mais problemas emocionais do que aquelas que nasceram com muito baixo peso ou peso normal.

O critério da prematuridade não se mostrou associado a nenhum dos três desfechos investigados e, em relação ao tamanho ao nascer, o estudo identificou que crianças consideradas pequenas para a idade gestacional apresentaram mais comprometimentos cognitivos, comportamentais e emocionais em comparação àquelas nascidas com peso adequado para a idade gestacional.

Outro dado que a pesquisa apontou foi que o grau de escolaridade da mãe e a classificação econômica influenciaram os desfechos cognitivo, comportamental e emocional das crianças avaliadas no estudo. Além disso, nascer com tamanho considerado pequeno para a idade gestacional contribuiu para o aumento de problemas emocionais. Meninos apresentaram mais chances de desenvolver problemas comportamentais.

Em geral, as taxas de identificação de problemas comportamentais foram altas: 38,2% para problemas gerais e 53,9% para sintomas emocionais.

Os resultados encontrados no estudo apontam para a necessidade de ações preventivas direcionadas ao período pré-natal das gestantes, a fim de evitar o nascimento prematuro e/ou de crianças com baixo peso ao nascer, atenuando possíveis riscos decorrentes de tais adversidades. Além disso, sugere-se também a elaboração de programas sociais que possam incrementar as condições socioeconômicas e educacionais da população, visto serem estes fatores que influenciaram o desenvolvimento das crianças em idade escolar.

 

 

Fonte: Agência USP

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (12) alterações nas regras para doação de sangue no país. A partir de agora, a idade máxima para isso passa a ser de 69 anos, dois anos a mais do que o limite anterior, que previa a faixa etária entre os 16 e os 67 anos.

Com a mudança nas regras, que já foi adotada em outros países, como EUA, França e Espanha, o governo brasileiro espera aumentar em até dois milhões o número de potenciais doadores de sangue. Atualmente, são coletadas 3,6 milhões de bolsas por ano no país, número que corresponde ao índice de 1,8%. Embora o valor esteja dentro dos parâmetros da OMS, o Ministério da Saúde trabalha para chegar ao índice de 3%.

Além da alteração da faixa etária, que já havia sido reduzida em 2012 de 18 para 16 anos de idade mínima, o ministério anunciou ainda a obrigatoriedade do teste NAT (teste de ácido nucleico) em todas as bolsas de sangue coletadas no país.

"A qualidade da rede de sangue brasileira já é reconhecida internacionalmente. A implantação do teste NAT e o questionário, aplicado nos hemocentros aos doadores, complementam o controle do sangue doado por meio de testes já realizados no SUS", explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Desde a década de 90, o Sistema Único de Saúde oferece teste para detecção de vírus de algumas doenças, como as hepatites B e C, Doença de Chagas, HIV, Sífilis e Malária (região Nordeste). Com a obrigatoriedade do teste NAT, este passará a ser realizado apenas de forma adicional, ou seja, os exames de sorologia continuarão sendo aplicados.

"Celebramos a adoção do teste NAT, tecnologia já adotada em outros países e que representa o que há de mais avançado no mercado para a detecção dos vírus da hepatite C e HIV", opinou Carmino Antonio de Souza, presidente da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH).

Em fase de implementação gradativa desde 2011, o NAT é desenvolvido com tecnologia nacional, com rigorosos processos de qualidade de sangue e sem importação de produtos. A versão brasileira do teste é produzida pelo laboratório público Bio-Manguinhos, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

 

Fonte: Ministério da Saúde

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