O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (12) alterações nas regras para doação de sangue no país. A partir de agora, a idade máxima para isso passa a ser de 69 anos, dois anos a mais do que o limite anterior, que previa a faixa etária entre os 16 e os 67 anos.
Com a mudança nas regras, que já foi adotada em outros países, como EUA, França e Espanha, o governo brasileiro espera aumentar em até dois milhões o número de potenciais doadores de sangue. Atualmente, são coletadas 3,6 milhões de bolsas por ano no país, número que corresponde ao índice de 1,8%. Embora o valor esteja dentro dos parâmetros da OMS, o Ministério da Saúde trabalha para chegar ao índice de 3%.
Além da alteração da faixa etária, que já havia sido reduzida em 2012 de 18 para 16 anos de idade mínima, o ministério anunciou ainda a obrigatoriedade do teste NAT (teste de ácido nucleico) em todas as bolsas de sangue coletadas no país.
"A qualidade da rede de sangue brasileira já é reconhecida internacionalmente. A implantação do teste NAT e o questionário, aplicado nos hemocentros aos doadores, complementam o controle do sangue doado por meio de testes já realizados no SUS", explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Desde a década de 90, o Sistema Único de Saúde oferece teste para detecção de vírus de algumas doenças, como as hepatites B e C, Doença de Chagas, HIV, Sífilis e Malária (região Nordeste). Com a obrigatoriedade do teste NAT, este passará a ser realizado apenas de forma adicional, ou seja, os exames de sorologia continuarão sendo aplicados.
"Celebramos a adoção do teste NAT, tecnologia já adotada em outros países e que representa o que há de mais avançado no mercado para a detecção dos vírus da hepatite C e HIV", opinou Carmino Antonio de Souza, presidente da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH).
Em fase de implementação gradativa desde 2011, o NAT é desenvolvido com tecnologia nacional, com rigorosos processos de qualidade de sangue e sem importação de produtos. A versão brasileira do teste é produzida pelo laboratório público Bio-Manguinhos, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Fonte: Ministério da Saúde