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A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, popularmente conhecida como Aids, sempre foi uma das doenças mais temidas do mundo devido à sua alta taxa de mortalidade. No entanto, esta parece ser uma realidade cada vez mais distante, pelo menos no Estado de São Paulo.

Em recente levantamento realizado pelo Programa Estadual DST/Aids-SP, da Secretaria da Saúde, a mortalidade pela doença atingiu o menor índice da história. Em 2012, o número de mortes registradas foi de 2.760, que representam uma taxa de mortalidade de 6,6 a cada 100 mil habitantes. Há 17 anos, os óbitos registrados foram 7.739, com taxa de mortalidade de 22,9.

Além de destacar a queda dos índices de mortalidade, o secretário de Estado da Saúde, David Uip, ressalta também a melhora na qualidade de vida dos pacientes. "Para reduzir ainda mais a mortalidade, continuaremos investindo no diagnóstico precoce da infecção pelo HIV, com a ampliação da oferta do teste rápido, além de garantir o acesso às terapias antirretrovirais de alta potência", afirma.

Criado em 1983 para atender a urgência dos primeiros casos da Aids no Brasil, o Programa Estadual DST/Aids estabeleceu quatro premissas básicas para a sua atuação: vigilância epidemiológica, esclarecimento à população para evitar o pânico e discriminação dos grupos considerados vulneráveis na época, garantia de atendimento aos casos verificados e orientação aos profissionais de saúde.

Reconhecido nacionalmente e internacionalmente por sua política pública para portadores do vírus HIV, o programa tem o seu sucesso atribuído a diversos fatores. Dentre os principais, o secretário destaca a participação e a mobilização de diversos setores da sociedade civil, o equilíbrio entre prevenção e tratamento e a promoção de direitos humanos em todas as estratégias e ações.

 

Fonte: Secretaria da Saúde de São Paulo

Uma pesquisa divulgada pela Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) apontou que 80% das pessoas com glaucoma só procuram o oftalmologista depois de perceber alterações nos olhos, como perda de visão, olhos vermelhos, desconforto e embaçamento. De acordo com o presidente da SBG, Francisco Eduardo Lima, a doença não tem cura e os danos são irreversíveis.

"O que nos preocupa é que a grande maioria das pessoas chega nos consultórios quando já tiveram perdas", lamentou Lima. De acordo com a SBG, o glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível no mundo. No Brasil, há um milhão de pessoas com a doença. Se tratado adequadamente o paciente vai ter a doença estabilizada, evitando a evolução para a cegueira.

A pesquisa foi feita com 100 portadores da doença de três hospitais-escola em São Paulo – Santa Casa, Unifesp e Unicamp e revela que a maioria dos indivíduos chega ao consultório já com muita perda de visão e alto impacto na qualidade de vida, já que a pessoa acaba deixando de fazer algumas atividades que antes lhe eram normais. Entre os entrevistados, 69% tiveram a capacidade de leitura significativamente reduzida com a doença, 65% disseram que a adaptação à mudança de ambiente claro para escuro e vice-versa é a maior barreira causada pelo glaucoma e para 50% caminhar passou a ser uma atividade muito difícil.

O que é?

O glaucoma é uma doença ocular hereditária, degenerativa e progressiva causada principalmente pelo aumento da pressão do olho e que leva à lesão do nervo óptico. O presidente da SBG alerta que na maioria das vezes a doença chega sem apresentar sintomas, o que pode ocasionar um tratamento tardio para aqueles que não fazem os exames rotineiramente.

Ela é irreversível, mas pode ser tratada com colírios, laser e até intervenção cirúrgica. Os negros, os que têm histórico familiar de glaucoma e aqueles que usam esteroides por longos períodos estão mais propensos a desenvolver a doença. Para o especialista, o ideal é que depois dos 40 todos incluam uma consulta oftalmológica aos exames anuais de rotina.

Ele alerta ainda que a simples aferição da pressão intraocular é inconclusiva para o diagnóstico, uma vez que a pressão não é constante e pode estar baixa na hora do exame. "É necessário fazer também o exame de fundo de olho, pois mostra os sinais que o glaucoma deixa", alertou.

Segundo Francisco Eduardo Lima, há preocupação dos especialistas com as pessoas que não têm problemas de visão, porque não costumam fazer os exames de rotina. "Quem tem miopia costuma ser acompanhado por um médico, que vai indicar o exame adequado. O problema são as pessoas que não têm problemas de vista. Quando chegam aos 40 e apresentam dificuldade na leitura, pensam que a compra de um óculos vai resolver tudo", diz.

O oftalmologista explicou que há o glaucoma congênito, detectado no teste do olhinho, outro muito comum após os 40 anos e ainda outro que pode ser causado pelo uso de colírios com corticoide. "Muita gente com olhinho vermelho, alergia, vai a uma farmácia e compra colírio de corticoide, que não precisa de receita. O colírio faz a coceira passar, passa também a vermelhidão. As pessoas precisam ficar atentas. O remédio pode mascarar uma doença e pode mesmo causar o glaucoma", ressaltou.

Com o objetivo de alertar a população sobre os cuidados com a visão a partir dos 40 anos, a SBG lançou a segunda edição da campanha Cuidado com o glaucoma. Com o mote "Veja todos os dias", a campanha faz um alerta geral sobre a importância da visão. Mais detalhes no site Cuidado com o Glaucoma.

 

 

Fonte: Agência Brasil

Um estudo realizado no Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) verificou a ação da ondansetrona, utilizada para evitar náusea em pessoas que estão sob quimioterapia, no tratamento de dependentes de álcool. Segundo resultados preliminares, a substância retardou o consumo de álcool, além de reduzir sintomas de depressão e desejo por bebidas alcoólicas.

Para verificar tais resultados, o pesquisador e médico João Maria Corrêa Filho utilizou a dose de 16 miligramas (mg) por dia da ondansetrona, que atua como antagonista do receptor da serotonina, substância envolvida com a sensação de prazer promovida pela bebida alcoólica. Dessa forma, o antagonismo criado fez com que o prazer da ingestão da bebida diminuísse consideravelmente.

A dose de 16 mg por dia, além de diminuir o prazer da bebida, melhorou sintomas depressivos nas pessoas testadas, bem como reduziu o desejo de consumir álcool. Para se ter uma ideia, os dependentes medicados com a ondansetrona demoraram mais a ingerir o primeiro gole de bebida alcoólica (54,7 versus 40,9 dias, em média, a partir do início do tratamento) e a ter o primeiro consumo intenso (58,4 versus 45,4 dias, em média).

O estudo foi realizado de 2007 a 2010 e contou com a participação de 102 alcoolistas, com idade entre 18 e 60 anos, e que buscaram tratamento no IPq. Enquanto metade dos pacientes recebeu placebo, a outra metade recebeu os 16 mg da ondansetrona, divididos em duas doses diárias, por via oral.

Além das medicações, a pesquisa levou em consideração uma série de entrevistas sobre os sintomas depressivos e técnicas motivacionais, assim como exames de avaliação de consumo, conversas com familiares e encontros realizados no grupo Alcoólicos Anônimos.

 

Abandono do tratamento

Apesar dos ótimos resultados apresentados, o abandono do tratamento com a ondansetrona atingiu uma taxa equivalente à média de outros procedimentos de reabilitação (50%). Para João Maria Corrêa, porém, esse não era um resultado esperado. "A gente ligava para a família, chamava, buscava onde estava o paciente para ver se ele aparecia", conta.

Após as etapas do tratamento, a pesquisa procurou comparar resultados com outras que foram feitas com metodologias iguais, mas com o uso de medicamentos diferentes, como o topiramato, o acamprosato e a naltrexona. O que se concluiu, no entanto, é que a porcentagem daqueles que terminaram o processo foi equivalente.

"Aparentemente, a maior adesão depende de questões pessoais e do tipo de tratamento que é ofertado, e não do efeito direto dos medicamentos avaliados", revelou o pesquisador.

 

Fonte: Agência USP

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou nesta segunda-feira (21) a inclusão de 87 novos procedimentos para beneficiários de planos de saúde individuais e coletivos. As mudanças, que passam a valer a partir de janeiro de 2014, incluem pela primeira vez 37 medicamentos orais utilizados no tratamento domiciliar de vários tipos de câncer, além de 50 outros novos exames, consultas e cirurgias.

Após passarem por consulta pública, as mudanças propostas nos planos de saúde já estavam garantidas desde maio pelo governo, mas só agora foram confirmadas. Na época, os novos procedimentos eram apenas 80, porém foram ampliados, assim como a nova lista de medicamentos, que subiu de 36 para 37.

Com relação aos medicamentos orais para o tratamento de câncer, o Ministério da Saúde revelou que a oferta engloba aqueles que são utilizados no tratamento de tumores de grande incidência na população, como os de testículo, útero, mama, ovário, estômago, fígado, intestino e rim.

"Medicamento extra-hospitalar, principalmente para o câncer, passa a ser obrigatório para os planos de saúde. Medicamentos e procedimentos de assistência farmacêutica fora do hospital não eram obrigatórios. É uma mudança de paradigma que passa a ser obrigatória e dá uma maior qualidade de vida ao paciente de câncer", afirmou Alexandre Padilha, ministro da Saúde.

Dentre os procedimentos incluídos no rol da ANS, estão 28 cirurgias por videolaparoscopia, uma técnica considerada menos invasiva, além da obrigatoriedade de fornecimento de bolsas coletoras intestinais ou urinárias para pacientes ostomizados. A agência ampliou também o uso de outros 44 procedimentos já ofertados anteriormente, entre eles o exame de Pet Scan, que passou de três para oito indicações.

Segundo a ANS, a medida de ampliação deverá beneficiar 42,5 milhões de consumidores com plano de saúde de assistência médica, além de mais 18,7 milhões com planos exclusivamente odontológicos. A consulta pública, que contou com 7.340 contribuições, teve ampla participação dos consumidores, que foram responsáveis por 50% delas.

Para conferir a lista completa de novos medicamentos e procedimentos, basta acessar o site da Agência Nacional de Saúde Suplementar.

 

Fonte: Agência Brasil

O uso de laser para a prevenção de cárie radicular, isto é, na raiz dos dentes, vem sendo testado com sucesso em pesquisas na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da USP. A técnica, experimentada no trabalho do dentista César Lepri, permite prevenir a cárie com uma intervenção mínima, como acontece atualmente com a aplicação de flúor. O método pode evitar a necessidade da realização de tratamento restaurador nos dentes.

O estudo de César Lepri teve como objetivo avaliar em laboratório a efetividade dos parâmetros da irradiação de lasers no tratamento de prevenção do desenvolvimento da lesão de cárie radicular formada em situação de alto risco de cárie, analisando a influência do tipo de laser empregado, associado ou não ao flúor. A lesão de cárie radicular é considerada uma das principais causas de perda dos dentes em adultos, sendo que o problema se agrava com o envelhecimento. "Este fato se deve à exposição das raízes, por doença periodontal ou mesmo naturalmente, a uma dieta que favorece a sua formação, dificuldade de higienização e problemas crônicos de saúde que refletem na diminuição da quantidade e qualidade da saliva", explica a professora Regina Guenka Palma-Dibb, da FORP, que orientou a pesquisa. "A cárie radicular acomete cerca de 40% a 60% da população adulta."

O tratamento atual é feito com broca e restauração com material normalmente estético e a prevenção atualmente é feita apenas com aplicação de flúor e controle da placa dental (biofilme).

A professora explica que o laser pode ser usado para o preparo do dente no lugar da broca e do motorzinho, o que causaria menos desconforto ao paciente. "No entanto, o laser também vem sendo empregado na tentativa de controlar a evolução da cárie e assim diminuir a necessidade de restauração."

O laser já vem sendo utilizado na clínica em estudos de prevenção de cárie em esmalte, com resultados promissores. "Não há necessidade de reaplicação em curtos espaços de tempo, como ocorre com o método convencional, que consiste na aplicação tópica de flúor", conta a professora. Os testes em laboratório em cárie radicular também tiveram resultados favoráveis, mas o uso clínico da técnica depende de estudos mais aprofundados.

Uso do laser

O uso do laser na odontologia não é novidade, ele já vem sendo bastante usado, principalmente em situações em que é preciso atuar na hipersensibilidade dentinária, tratamento de lesões bucais, de dores causadas por problemas de ATM ou traumas (cirúrgicos ou não), para herpes, para cirurgias de tecido mole, como anti-inflamatório e fototerápico. "Nessas situações o laser demonstra eficácia e uma facilidade muito grande de aplicação e aceitabilidade pelo paciente", ressalta Regina.

Ele também já vem sendo usado para o preparo de dentes, como prevenção de cárie, mas ainda sem muita intensidade, por serem utilizados diferentes equipamentos que ainda apresentam um alto custo. Além disso, muitos aparelhos não têm aprovação da Anvisa para uso em consultório particular. "O seu uso é viável e a aceitabilidade pelo paciente é melhor que o tratamento convencional, visto que causa menos desconforto, pois gera menos ruído, vibração e muitas vezes não necessita de aplicação de anestesia quando do seu emprego", finaliza a professora da FORP.

 

Fonte: Agência USP

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