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Em pesquisas científicas na área da saúde, é comum ouvirmos falar da utilização de ratos e camundongos em testes. No entanto, essa é uma realidade que poderá deixar de acontecer muito em breve no Brasil, mais especificamente no Instituto Butantan, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e maior centro de pesquisas biomédicas da América Latina.

Por meio de um projeto inovador desenvolvido no instituto, será possível "aposentar" os ratos de laboratório em pesquisas científicas. No novo modelo, a ideia é utilizar o "Peixe Paulistinha", que irá substituir os camundongos ou, em alguns casos, complementar os estudos, o que traria redução nos custos.

"O projeto é um grande avanço para a ciência. Além de ser bastante funcional, contribui drasticamente para a redução dos custos das pesquisas e armazenamento dos animais", explica a pesquisadora responsável pelo criadouro do Instituto Butantan, Mônica Lopes Ferreira.

Conhecido como Zebrafish, o peixe poderá ser utilizado em pesquisas de diferentes áreas, como manipulação genética, tumores, psicologia, toxicológicos, agentes terapêuticos e regeneração de tecidos, além de trazer outros benefícios que não estão apenas relacionados à redução de custos.

"Outro aspecto importante é a presença de elementos de imunidade inata, quando a resposta imune é independente de antígenos e acontece de maneira imediata e máxima", completa a pesquisadora.

O principal motivo da escolha do Zebrafish para as pesquisas é o fato de ele ser um animal de pequeno porte e a sua alta taxa reprodutiva, semelhante à dos mamíferos. Além disso, seus embriões são transparentes, sua prole é numerosa e o desenvolvimento é rápido, características que são importantes para o andamento dos estudos.

Ainda sem previsão para a implantação, o modelo inovador com peixes está em fase avançada no Instituto Butantan. No local, já foi instalada a estrutura para o funcionamento do criadouro, com capacidade para até 1,5 mil peixes.

 

Fonte: Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo

Testes realizados na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) constataram que uma dieta com restrição de lactose foi a responsável pela melhora de pacientes portadores da Síndrome do Intestino Irritável (SII).

A doença é psicossomática, ou seja, não tem causa anatômica específica, mas é reflexo de perturbações no organismo, como o estresse, a ansiedade e possíveis infecções anteriores. Ela afeta até 25% da população brasileira e, dentre eles, de 70% a 80% possuem alguma intolerância alimentar.

A pesquisa, realizada pela nutricionista Marília Pinheiro César, englobou dois grupos de pacientes, ambos portadores de SII, sendo que um grupo possuía também o diagnóstico de má digestão de lactose. Segundo Marília, o estudo teve como principal objetivo "avaliar se a dieta com restrição de lactose gera melhora dos sintomas em todos os pacientes com SII ou somente naqueles que possuem má digestão de lactose diagnosticada".

No total, 81 pacientes participaram da pesquisa e todos eles fizeram o exame para diagnosticar a má digestão da lactose. Logo depois, foi aplicada uma dieta com restrição de lactose para todos os envolvidos na pesquisa e, com isso, foi possível avaliar se houve alguma melhora com a inserção da dieta. O acompanhamento médico dos pacientes foi capaz de comprovar que ambos os grupos com SII, tanto os com má digestão de lactose como os que digeriam a lactose, obtiveram algum tipo de melhora com a dieta de restrição de lactose. "O que me surpreendeu foi o fato de que todos os pacientes melhoraram com a dieta com restrição de lactose, o que provavelmente defende o fato de serem outros componentes do leite que não a lactose que causem melhora nesses pacientes, ao serem retirados", comenta Marília.

Causas da doença

Os sintomas da SII são cólicas que passam e voltam, gases que provocam distensão do abdômen, crises alternadas de diarreia e prisão de ventre e sensação de que o intestino não foi plenamente esvaziado após a evacuação.

Entre as possíveis causas da SII, estão as ineficiências nos movimentos intestinais ou o intestino pode sofrer com sensibilidade no alongamento. O seu diagnóstico depende da exclusão de outras doenças que possuem causas aparentes. "O portador da SII quase sempre possui algum tipo de intolerância alimentar", afirma a nutricionista.

Portanto, é de extrema necessidade que a SII seja tratada de forma adequada e de acordo com as tolerâncias do paciente, sem restrições alimentares muito rígidas, que podem provocar deficiências de nutrientes importantes. "Trata-se de um estudo de importância no cenário brasileiro contemporâneo", considera a nutricionista.

Marília iniciou sua pesquisa em 2010, pensando em "melhorar a qualidade de vida e o tratamento dietoterápico aplicado aos pacientes com SII". A pesquisa contou com a orientação de Adérson Omar Mourão Cintra Damião.

 

 

Fonte: Agência USP

O Ministério da Saúde instituiu nesta semana o Sistema de Regulação, Controle e Avaliação (Sisrca), medida que terá como finalidade aprimorar o controle do pagamento de internações de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Instituída por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União, a medida definiu ainda que a Autorização para a Internação Hospitalar (AIH) e a autorização para o pagamento deverão passar por uma checagem on-line prévia. Para isso, a unidade de saúde deverá observar as informações do paciente na base nacional do Cartão Nacional de Saúde, o popular cartão SUS.

Segundo o ministério, informar o número do cartão SUS no AIH é um procedimento obrigatório desde 2012. No entanto, com a criação do novo sistema, será possível validar o cadastro por meio de uma busca na base do banco de dados, facilitando o preenchimento do registro das autorizações para as internações.

Além disso, outro avanço importante com a criação do sistema é minimizar erros e fraudes cometidos no ato do registro da AIH, como, por exemplo, o registro de usuários que já tenham sido identificados como falecidos pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade.

Em reportagem exibida pelo programa Fantástico, da Rede Globo, no último domingo (8), foram denunciadas fraudes em autorizações de internações hospitalares que foram posteriormente pagas e que envolveram pessoas que já haviam falecido, assim como um parto registrado no nome de um homem.

De acordo com o Ministério da Saúde, o novo sistema de registro deverá estar disponível para os gestores a partir de dezembro e, após fevereiro de 2014, todas as AIHs deverão obrigatoriamente estar registradas no sistema. Sem esse procedimento, o ministério informa que os hospitais ficarão impedidos de comprovar atendimentos e posteriormente receber recursos.

Apesar das denúncias de fraudes recentes, o ministério afirmou que faz um monitoramento frequente para detectar possíveis erros. De 2008 até 2013, foram identificadas inconsistências em 4,9 milhões de AIHs preenchidas, o que impediu o pagamento indevido de recursos que poderiam chegar a R$ 7,1 bilhões.

 

Fonte: Agência Brasil

Pesquisadores da Universidade de East Anglia, no leste da Inglaterra, acreditam que comer uma grande quantidade de brócolis pode diminuir, e até mesmo prevenir, a artrose.

Testes feitos em células e em ratos mostraram que um composto encontrado no brócolis – que os seres humanos também podem obter a partir da couve-de-bruxelas e do repolho – bloqueou uma enzima fundamental destrutiva, que causa danos à cartilagem. Depois do sucesso dos estudos em laboratórios, os testes serão iniciados em humanos.

Depois do sucesso de estudos feitos em laboratórios, uma equipe da Universidade de East Anglia, no leste da Inglaterra, está iniciando os testes em humanos. Para isso, os pesquisadores estão pedindo a 20 pacientes para comer uma dose diária de um brócolis "supercarregado" de nutrientes, conhecido como Beneforte – criado a partir do cruzamento entre o brócolis padrão e um parente selvagem da Sicília.

Superdose

O corpo humano pega esse composto encontrado no vegetal, o glucoraphanin, e o transforma em outro, chamado sulforafano, que parece proteger as articulações.

Os voluntários farão a dieta por duas semanas antes de se submeterem à cirurgia para ter seus joelhos artríticos reparados.

Rose Davidson e sua equipe vão examinar o tecido que for removido para ver o impacto, se houver, que o brócolis teve. "Nós estamos pedindo aos pacientes para comer uma dose diária de 100g do brócolis durante duas semanas. Essa é uma dose normal, de bom tamanho – cerca de um punhado – e é uma quantidade que a maioria das pessoas ficaria feliz em comer todos os dias."

Embora seja altamente improvável que essa quantidade seja o suficiente para causar qualquer grande mudança em duas semanas, Davidson espera que seja o suficiente para oferecer alguma evidência de como o "super" brócolis pode beneficiar os seres humanos. Sua equipe quer verificar se o sulforafano chegou até a articulação, e se está causando mudanças benéficas nas células.

Dieta especial

Outros 20 pacientes, que também serão submetidos à cirurgia de joelho, e que não estão fazendo a dieta, serão utilizados como um grupo de comparação.

Alan Silman, da Arthritis Research UK, que está financiando o trabalho de Davidson, disse: "Até agora, pesquisas não conseguiram demonstrar que alimentos ou dietas podem desempenhar qualquer papel em reduzir a progressão da artrose, por isso, se estes resultados puderem ser replicados em humanos, seria um enorme avanço".

"Nós sabemos que praticar exercício e manter um peso saudável pode melhorar os sintomas e reduzir as chances da doença progredir, mas a pesquisa adiciona uma nova informação, que diz como uma dieta especial pode desempenhar um papel."

Os resultados dos testes feitos em animais encontrados por Davidson estão na publicação científica Arthritis & Rheumatism.

 

Fonte: BBC 

A publicação científica Journal of Neuroscience divulgou nesta semana uma descoberta que irá agradar aqueles que adoram passar o tempo livre dormindo. De acordo com um estudo feito por cientistas americanos, dormir ajuda na reposição de um tipo de célula do cérebro responsável pela produção da substância mielina, que por sua vez protege o sistema neural.

A pesquisa, que ainda está em uma fase preliminar e foi testada apenas em ratos, é o primeiro passo que pode auxiliar a compreender como o sono age na reparação e crescimento do cérebro. Além disso, de acordo com os pesquisadores envolvidos, há indícios de que o estudo possa ajudar no combate à esclerose múltipla.

Para chegar a mais essa descoberta sobre o sono, a equipe liderada pela cientista americana Chiara Cirelli, da Universidade de Wisconsin, observou que a taxa de células produtoras de mielina dobrou enquanto os ratos dormiam. De acordo com as observações, o aumento se deu com maior intensidade na fase REM do sono, período associado aos sonhos.

"Por muito tempo, os cientistas concentraram seus esforços em comparar a atividade cerebral quando estamos dormindo e quando estamos acordados. Agora, está claro que a maneira como operam outras células de apoio no sistema nervoso também muda significativamente se estivermos dormindo ou acordados", completa Chiara.

Com relação à esclerose múltipla, o que se sabe até hoje é que a perda de sono pode agravar alguns sintomas da doença, que prejudica a produção de mielina. Segundo a líder da pesquisa, apenas novos estudos poderão revelar definitivamente se o sono afeta ou não os sintomas.

A cientista acrescenta que o próximo passo de sua equipe de estudos será estudar se a falta de sono, especialmente no período da adolescência, pode gerar efeitos nocivos a longo prazo no cérebro, já que os conhecimentos atuais sugerem que um sono profundo atua na liberação do hormônio do crescimento em crianças e em jovens adultos.

 

Fonte: BBC

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