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O Ambulatório de Drogas do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP) revelou nesta semana mais um dado alarmante sobre o fumo passivo. Segundo pesquisa coordenada pelo diretor do ambulatório, João Paulo Lotufo, 51% das crianças de até 5 anos são consideradas fumantes passivas devido ao vício dos pais.
Ainda de acordo com a pesquisa, realizada com a urina do fumante e de alguém da família que não fuma, crianças com pais tabagistas desenvolvem mais bronquites, rinites, otites, asma e até duas vezes mais morte súbita em comparação com crianças de pais não fumantes.
Este não é o primeiro nem deve ser o último estudo preocupante a respeito do tabagismo passivo. No início do mês, uma pesquisa realizada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP revelou que a exposição à fumaça do cigarro no período após o nascimento traz alterações no desenvolvimento do sistema nervoso central (SNC), além de diminuição da atividade locomotora na infância e na adolescência.
"O fumante passivo também corre o risco de dependência e de inflamação das mucosas. Todos os que têm tendência a desenvolver doenças como as otites, rinites, bronquites, asma vão sofrer e ter mais problemas. Nesses casos a mucosa já é inflamada e com a fumaça isso piora muito", afirma João Paulo.
Para evitar que as crianças inalem passivamente a fumaça, muitos pais adotam a medida de fumar apenas fora de casa. Porém, segundo o diretor do ambulatório, o cheiro do cigarro fica nas roupas e no corpo do fumante, o que não deixa de ser prejudicial.
"O cheiro já é motivo de inflamação. Sem dúvida é melhor fumar fora, mas o ideal é parar de fumar. Boa parte dos que vêm ao ambulatório para parar de fumar têm como motivação os filhos", completa.
Ainda que a Lei Antifumo tenha reduzido o número de casos de doenças cardiorrespiratórias no país, especialmente em São Paulo, o especialista ressalta que apenas sete estados possuem a legislação em vigor. No restante do Brasil, a lei foi aprovada, mas aguarda regulamentação.
Fonte: Agência Brasil
A Secretaria da Saúde de São Paulo irá utilizar um novo sistema para agilizar o atendimento em casos de desastres e acidentes com múltiplas vítimas. Para mobilizar as equipes médicas com mais eficiência, a pasta pretende utilizar a rede social WhatsApp para tornar o atendimento pré-hospitalar mais rápido.
No sistema convencional, a comunicação entre as equipes médicas se dá pelo sistema de "cascata". Nele, o médico chefe de plantão é avisado por telefone da ocorrência e comunica os primeiros médicos e enfermeiros da lista, que em seguida comunicam os segundos e assim por diante, até que todos os profissionais da equipe sejam avisados.
O novo sistema de comunicação entre a equipe médica, porém, é mais ágil. Por meio da criação de um grupo no aplicativo de mensagens de texto pela internet WhatsApp, médicos e enfermeiros do Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências (Grau) poderão trocar mensagens em tempo real, reduzindo o tempo utilizado pelos profissionais nas chamadas telefônicas e acelerando a chegada dos mesmos até as ocorrências.
"É fundamental acompanharmos a evolução dos meios de comunicação e acrescentarmos as facilidades deles aos serviços de emergência, em que o tempo de resposta é determinante para vida ou morte", salienta o diretor do Grau, Jorge Ribera.
O novo sistema de comunicação por WhatsApp já foi inclusive colocado em prática no último dia 29 de novembro, data do incêndio que atingiu o Memorial da América Latina. O aplicativo foi utilizado também no recente desabamento de um prédio em construção na cidade de Guarulhos.
Para organizar a comunicação entre as equipes, foram criados três diferentes grupos: um para chamada e recrutamento dos profissionais disponíveis, outro pelo qual médicos e enfermeiros conversam para trocar informações sobre a ocorrência e um terceiro para desmobilização da equipe. Para declarar-se disponível, o membro do grupo precisa apenas digitar um "ok".
Implantada apenas na capital e na região metropolitana da Grande São Paulo, a ferramenta também deverá ser colocada em prática nas novas bases do Grau localizadas no litoral e no interior do Estado. No entanto, ainda não há previsão para que isso ocorra.
Sabe aquela famosa frase usada pelos gordinhos, de que ele é gordinho, mas é saudável? Uma pesquisa conduzida por cientistas canadenses afirma que não passa de um mito.
O estudo feito com mais de 60 mil pessoas mostrou que o excesso de gordura traz riscos à saúde, mesmo que os níveis de colesterol, pressão arterial e açúcar no sangue sejam normais. Divulgada na publicação científica Annals of Internal Medicine, a pesquisa analisou resultados de mais de mil outros estudos publicados sobre o tema.
Mito
O levantamento feito por pesquisadores do Hospital Mount Sinai, em Toronto, concluiu que pacientes com sobrepeso cujo coração foi monitorado por mais de 10 anos não apresentaram qualquer melhora na saúde. Eles argumentam que os "gordinhos", apesar de metabolicamente saudáveis, têm, provavelmente, fatores de risco subjacentes que pioram com o tempo. "Nossos resultados realmente colocam em dúvida a existência desse conceito de obesidade saudável", afirma Ravi Retnakaran, responsável pelo estudo.
"Os dados sugerem que tanto os pacientes que são obesos e metabolicamente doentes quanto os que são obesos mas metabolicamente saudáveis têm risco elevado de morte por doenças cardiovasculares. Nesse sentido, a 'obesidade saudável' pode ser considerada um mito."
A Fundação Britânica do Coração diz que a obesidade é um conhecido fator de risco para doenças cardiovasculares e as pesquisas mostram que não há nível saudável de obesidade.
Ela destaca a necessidade de uma mudança no estilo de vida em detrimento de uma preocupação exagerada com os fatores de risco individuais.
Fonte: BBC Brasil
O verão ainda não chegou oficialmente, mas as chuvas fortes, típicas dessa estação do ano, já atingiram várias partes do país. A Sociedade Brasileira de Diabetes criou um documento informativo com algumas instruções para os diabéticos que vivem em áreas atingidas pelas enchentes. Confira:
Quanto à conservação e duração da insulina:
- As insulinas que estavam conservadas na geladeira, mas que permaneceram sem refrigeração devido à falta de luz durante 2 ou 3 dias, podem ser usadas, desde que não tenham sido expostas ao sol, calor intenso ou congeladas. Os frascos que não foram abertos têm uma validade de 3 meses;
- Recomenda-se que os novos frascos de insulina que forem recebidos pelas pessoas que estiverem alojadas em abrigos sejam mantidos na geladeira na gaveta destinada aos legumes ou em geladeiras de isopor com gelo gel (não usar gelo normal, para evitar o congelamento das mesmas). Se não houver condições de conservar assim, que pelo menos o frasco de insulina seja colocado num local fresco e onde não bata sol. É importante identificar o frasco com o nome do portador de diabetes para o qual se destinam aqueles frascos ou frasco de insulina;
- Os moradores que estiverem em casas de vizinhos ou parentes poderão seguir as mesmas orientações acima.
Quanto às condições de higiene e a aplicação de insulina:
- Não utilizar seringas ou frascos que foram molhados pelas águas das chuvas ou pela lama;
- Usar álcool gel ou líquido para limpar as mãos e a região onde será aplicada a insulina. Lavar com água e sabão tanto as mãos como o local de aplicação de insulina tem a mesma eficácia que o álcool.
Quanto ao reaproveitamento de seringas:
- Se não houver disponibilidade de seringas em número suficiente para que sejam descartadas após o uso, pode-se usar a mesma seringa, desde que seja para a mesma pessoa, tomando os seguintes cuidados:
1- Identificar a seringa do portador de diabetes e deixar a mesma com o próprio, orientando para que a mesma seja mantida dentro da própria embalagem com a agulha tampada;
2- A mesma poderá ser utilizada para o mesmo portador de diabetes 3 a 4 vezes. Se não houver condições de trocar a seringa, é melhor continuar a usá-la do que ficar sem tomar a insulina;
3- Não tocar na agulha com a mão nem com algodão com álcool; não colocar a seringa com agulha em recipiente com álcool.
Quanto aos cuidados dos pés:
Cuidar de não pisar em locais que possam ferir os pés, usar sapatos confortáveis e fechados, mantendo meias limpas, é fundamental para os adultos que tenham diabetes.
Se ferir os pés lave bem com água e sabonete, proteja com gaze limpa e mantenha-se em repouso sempre que possível.
Dieta:
Em situação de emergência com falta de frutas, legumes e verduras, como e o caso nestas ocasiões, a saída é comer em quantidades moderadas, se você tiver excesso de peso, mesmo que seja só arroz e feijão ou macarrão. No caso de crianças e adolescentes se estiver contando carboidrato isto pode ser mantido.
É importante frisar que esta é uma situação de emergência e que essas indicações podem não ser ideais para as condições normais.
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes – www.diabetes.org.br
A carambola, fruta típica de regiões tropicais e subtropicais, como o Brasil, deve ser evitada por pacientes com problemas renais crônicos. Segundo especialistas, essa restrição deve-se à presença da caramboxina, uma neurotoxina que atua no sistema nervoso do indivíduo doente quando não é filtrada pelos rins.
Ainda que seja considerada perigosa aos pacientes com problemas renais, a carambola pode deixar de fazer parte desta "lista negra" em breve. Isso porque, em um recente estudo realizado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP), ambas da USP, foi possível isolar e caracterizar a caramboxina, o que permitiria futuramente criar uma espécie de "antídoto".
De acordo com o professor e pesquisador Norberto Peporine Lopes, da FCFRP, ao isolar a toxina, foi possível notar a sua baixa concentração na carambola. Além disso, as pesquisas permitiram uma confirmação de que a caramboxina sofre degradação quando é misturada e conservada por um longo período na água.
"Se uma pessoa sadia ingere a carambola, a toxina é absorvida pela digestão, filtrada pelo rim e eliminada na urina. Mas em pacientes com problemas renais, como o funcionamento do rim está comprometido, a toxina, que é um aminoácido modificado, cai na corrente sanguínea, se liga a potenciais receptores do sistema nervoso central e inicia uma sequência de eventos que incluem: soluços, confusão mental, agitação psicomotora, convulsões e até a morte", explica o pesquisador.
Além de ser de grande risco para pacientes com problemas renais, a carambola precisa ter o seu consumo moderado também por pessoas sem histórico de problemas renais. Segundo Lopes, a fruta possui ácido oxálico, uma substância que contribui para o desenvolvimento de cálculos renais.
Substâncias antagonistas
Ao isolar e caracterizar a caramboxina, uma nova ferramenta de pesquisa em neurociências pode ser descoberta com a produção de substâncias chamadas de "antagonistas", que seriam responsáveis por imitar a toxina e ligar-se a receptores cerebrais, evitando o surgimento de sintomas indesejados.
"Atualmente, a intoxicação é tratada com bastante sucesso com hemodiálise, se o diagnóstico for precoce", relembra o pesquisador e professor Norberto Garcia-Cairasco, da FMRP.
Fonte: Agência USP