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Em todo o mundo, mais de 1,5 bilhões de adultos sofrem com o excesso de peso, incluindo 400 milhões que são obesos. No Brasil, estima-se que metade da população acima de 20 anos está com o peso acima do recomendado.
Quando as pessoas acima do peso estão de dieta, elas conseguem emagrecer. No entanto, mais de 80% de obesos que fazem dieta não conseguem manter o peso reduzido.
Um estudo realizado pela Universidade de Melbourne em colaboração com a Universidade La Trobe investigou 50 adultos com sobrepeso ou obesos, com IMC entre 27 e 40 e um peso médio de 95kg. Eles haviam se inscrito em um programa de perda de peso de 10 semanas com uma dieta de baixa caloria. Os níveis de hormônios do apetite foram medidos no início do estudo, no final do mesmo e um ano após a perda de peso inicial.
Os resultados mostraram que após perder uma média de 13 kg, os níveis hormonais que influenciam a fome começaram a aumentar o apetite dos pacientes. Essa mudança hormonal durou um ano, e os participantes ganharam novamente em torno de 5kg durante o período anual do estudo.
O Prof. Joseph Proietto, da Universidade de Melbourne, afirmou que o estudo revelou o papel importante dos hormônios na regulação do peso corporal. “Esse estudo fornece pistas sobre o motivo das pessoas obesas que perderam peso terem recaídas. A recaída tem uma forte base fisiológica e não é simplesmente o resultado da retomada voluntária de velhos hábitos”, explica.
Proietto também comenta que, apesar das campanhas contra a obesidade recomendarem que as pessoas obesas adotem mudanças de estilo de vida, como ser mais ativo, não é possível reverter totalmente a epidemia da obesidade. “Seria mais eficaz concentrar os esforços de saúde pública na prevenção da doença em crianças”, comenta.
Fonte: Universidade de Melbourne
Pesquisa realizada em ratos e camundongos mostra que ingestão diária de pequenas doses de azeite de oliva e óleo de linhaça reduzem obesidade e diabetes tipo 2. Ambos os óleos contém nutrientes que apresentam ações no hipotálamo, órgão responsável pela sensação de fome e queima da gordura corporal. O estudo foi realizado no Laboratório de Sinalização Celular (Labsincel) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp pela bióloga Juliana Contin Moraes Martins, sob a supervisão do médico e pesquisador Lício Velloso. O estudo também contou com a colaboração do nutricionista Dennys Cintra, da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) de Limeira.
De acordo com outras pesquisas desenvolvidas no Labsincel, o consumo de gorduras saturadas como manteiga, leite integral, carnes gordas e alguns tipos de pães levam a uma inflamação, principalmente do sistema nervoso central, que tem o hipotálamo como centro controlador da fome e do gasto energético. O aumento de peso está associado ao diabetes, dislipidemias e doenças cardiovasculares. “Com o hipotálamo inflamado, o cérebro não consegue perceber que organismo já está alimentado e precisa parar de comer”, explica Juliana.
Se as gorduras saturadas levam a uma inflamação do hipotálamo, poderiam as gorduras insaturadas como o ômega-9, presente no azeite de oliva e o ômega-3, presente no óleo da semente de linhaça reverter esse quadro? Essa foi a questão levantada pela pesquisadora que rendeu à Juliana o prêmio Pemberton da Coca-Cola Brasil entregue no mês passado, em São Paulo. Foram inscritos mais de 500 trabalhos da área da saúde de todo o Brasil, do qual a pesquisa “Ácidos graxos mono e poli-insaturados no controle da inflamação hipotalâmica em animais obesos e diabéticos” ficou em primeiro lugar.
Separados em gaiolas individuais e mantidos em ambientes com água, ração, luz e temperatura controladas, ratos da linhagem Wistar e camundongos da linhagem Swiss foram submetidos durante 60 dias a uma dieta rica em gordura saturada para o desenvolvimento de obesidade e diabetes tipo 2. Ambas as espécies tiveram suas dietas suplementadas com diferentes concentrações de óleo de linhaça ou azeite de oliva. Outros grupos experimentais de animais receberam diretamente no hipotálamo os mesmos ácidos graxos, ômega-3 e ômega-9, purificados e em concentrações pré-estabelecidas.
O ganho de peso e consumo dietético em ambos os grupos foram avaliados diariamente. No hipotálamo e nos tecidos adiposos marrom e branco foram avaliados neurotransmissores, proteínas da via da insulina, leptina, biogênese energética, oxidação, inflamação e morte celular programada, pelas técnicas de RT-PCR, Western-blot e imunohistoquímica. Testes de tolerância à insulina e glicose foram realizados.
“Pelos resultados prévios em animais, a perda de peso é bastante significante. Há um restabelecimento da função hipotalâmica. Com a adição do azeite de oliva e do óleo de linhaça na alimentação, conseguimos proteger os animais do ganho de peso causado pela ingestão em excesso de gordura saturada e melhorar a sensibilidade à insulina e à glicose. O azeite de oliva e óleo de linhaça são salvaguardas nas dietas e bom funcionamento do organismo”, revela Juliana.
Para a próxima fase do estudo, segundo a bióloga, pretende-se utilizar o azeite de oliva e o óleo de linhaça no tratamento de pacientes com obesidade mórbida atendidos pela equipe de cirurgia bariátrica do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Pessoas obesas apresentam alterações morfológicas no hipotálamo e marcadores inflamatórios na circulação sanguínea. Após a cirurgia, esses marcadores inflamatórios diminuem devido a perda de peso.
“Queremos suplementar a dieta dessas pessoas obesas com óleo de linhaça e azeite de oliva para diminuir esses marcadores inflamatórios antes da cirurgia bariátrica. Isto em 2012 depois de rigorosos protocolos aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa”, revela a pesquisadora.
O Prêmio Pemberton é uma iniciativa da Coca-Cola Brasil voltada a profissionais, instituições de pesquisa e universidades, nas diferentes áreas da Saúde. Seu objetivo é incentivar pesquisas científicas com foco em bem-estar e nos requisitos para uma vida saudável, tais como os benefícios da alimentação equilibrada, da hidratação e da prática de exercícios físicos. O prêmio Pemberton conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO); Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) e Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
O terceiro lugar ficou para o educador físico Carlos Kiyoshi Katashima, da FCM Unicamp, com a pesquisa intitulada “O exercício físico aumenta sinais de saciedade em roedores obesos inibindo a S-Nitrosação de proteínas.” A orientação foi do professor José Barreto C. Carvalheira. Katashima foi um dos cinco vencedores da 5ª Semana de Pesquisa da FCM, realizada em maio de 2011 na faculdade.
Fonte: FCM Unicamp
Um estudo ampliado, considerado um dos maiores já feitos sobre o assunto, não encontrou ligação entre o uso prolongado de telefones celulares e um maior risco de desenvolvimento de tumores cerebrais. A informação é de um estudo publicado na revista científica British Medical Journal.
Cientistas dinamarqueses não encontraram evidências de um risco maior entre mais de 350 mil donos de telefones celulares analisados por 18 anos. Pesquisas anteriores sobre uma possível relação entre o uso de celulares e tumores cancerígenos tinham sido inconclusivas, parcialmente devido à falta de dados de longo prazo.
Em junho deste ano, a IARC (Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer), da OMS (Organização Mundial da Saúde), classificou a radiação dos celulares como "possivelmente cancerígena para humanos". O novo estudo é a sequência de uma pesquisa anterior, que comparou o risco de câncer enfrentado por todos os utilizadores de telefonia celular na Dinamarca – cerca de 420 mil pessoas – com o restante da população adulta.
Patrizia Frei, pesquisadora de pós-doutorado da Sociedade Dinamarquesa de Câncer, e colegas examinaram registros de saúde entre 1990 e 2007 de 358.403 donos de celulares. No total, foram diagnosticados 10.729 tumores do sistema nervoso central. Porém, entre as pessoas que fizeram uso mais prolongado do telefone celular – 13 anos ou mais –, as taxas de câncer foram quase as mesmas das que não faziam uso do aparelho. "O acompanhamento estendido nos permitiu investigar os efeitos nas pessoas que utilizaram telefones celulares por dez anos ou mais, e esse uso de longo prazo não esteve associado com riscos maiores de câncer."
As descobertas, no entanto, não descartaram a possibilidade de um "risco pequeno a moderado" para usuários muito intensos ou pessoas que utilizam os aparelhos por mais de 15 anos.
Anders Ahlbom e Maria Feychting, do Instituto Karolinska, da Suécia, disseram que a nova evidência é tranquilizadora, mas pediram monitoramento contínuo dos registros de saúde.
Fonte: British Medical Journal
Um estudo publicado nesta terça-feira, 25, pela revista britânica Injury Prevention mostrou a descoberta de uma associação, em termos estatísticos, que cientistas americanos fizeram entre a violência juvenil e a quantidade de refrigerante que os adolescentes tomam.
Alunos do ensino médio da região metropolitana de Boston que consumiram mais de cinco latas de refrigerante normal por semana demonstraram uma propensão a desenvolver um comportamento agressivo entre 9% e 15% maior em comparação com colegas que ingeriram menor quantidade.
"O que descobrimos foi a existência de uma forte relação entre quantos refrigerantes estes jovens consumiam e seu comportamento violento, não só com relação aos colegas, mas também em relacionamentos afetivos, com irmãos", afirmou David Hemenway, professor da Escola de Saúde Pública de Harvard. "Foi chocante para nós perceber como esta relação era clara." Porém ele ressaltou que apenas trabalhos futuros poderão confirmar ou descartar se um consumo maior de refrigerante não dietético causaria um comportamento violento.
O novo estudo se baseou nas respostas a questionários preenchidos por 1.878 estudantes de escolas públicas com idade entre 14 e 18 anos, na região metropolitana de Boston, onde Hemenway afirmou que as taxas de criminalidade eram muito maiores do que nos subúrbios com níveis de renda maiores.
A esmagadora maioria dos respondentes era hispânica, afro-americana ou miscigenada. Havia poucos asiáticos ou brancos. Entre as perguntas estava a quantidade de latas de 355 mililitros de refrigerante não dietético que os adolescentes beberam nos sete dias anteriores. Eles também foram questionados se ingeriram álcool ou fumaram, transportavam alguma arma ou foram violentos com colegas, familiares e parceiros afetivos.
Segundo Hemenway, as respostas evidenciaram uma relação causa-efeito, na qual quanto maior o consumo de refrigerante, maior a tendência de se apresentar um comportamento violento.
Entre aqueles que ingeriram uma ou duas latas de refrigerante por semana, 23% transportavam arma de fogo ou faca; 15% praticaram atos violentos contra o parceiro; e 35% agiram de forma violenta com os colegas.
Na outra ponta da tabela, entre aqueles que ingeriram 14 latas por semana, 43% transportavam arma de fogo ou faca; 27% agiram com violência com relação ao parceiro; e mais de 58% praticaram atos violentos com os colegas.
De modo geral, os adolescentes que mais consumiram refrigerantes foram de 9% a 15% mais propensos a demonstrar um comportamento agressivo em comparação com aqueles que consumiam menos.
Esta é uma magnitude similar ao vínculo encontrado em uma pesquisa anterior com o álcool e o tabaco. Hemenway afirmou que o estudo incluiu duas questões relativas aos registros familiares das crianças, inclusive se o adolescente fez refeições em família nos dias anteriores.
Como só tinha a intenção de ser uma pesquisa preliminar, o questionário não consultou o tipo de refrigerante que os adolescentes beberam, afirmou. "Este é um dos primeiros estudos a examinar a questão", disse Hemenway.
"Nós não sabemos por quê (existe esta forte associação). Pode haver algum efeito causal, mas também é certamente plausível que seja apenas um marcador para outros problemas – o de que crianças que são violentas independente do motivo tendem a fumar mais, a ingerir mais álcool e talvez a beber mais refrigerantes. Simplesmente, não sabemos", disse. "Queremos examinar isso com mais cuidado nos estudos subsequentes", acrescentou.
Outros estudos estabeleceram um vínculo entre o consumo elevado de açúcar e falta de socialização ou comportamento irritável e antissocial. Algumas pesquisas chegaram a apontar a falta de micronutrientes como fonte de agressão, mas este trabalho ainda está em estágio inicial.
Fonte: British Medical Journal
Camisinhas que, segundo os fabricantes, podem ser colocadas em apenas três segundo são vendidas na África do Sul e começam a ser exportadas para o resto do mundo