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A importância do aleitamento materno para a saúde do bebê é mais do que reconhecida e garantida por uma infinidade de estudos sobre o tema. No entanto, uma nova pesquisa que aborda os aditivos de leite materno, que têm o objetivo de aumentar a quantidade de nutrientes para recém-nascidos com menos de 1,5 kg, pode mudar algumas perspectivas.
Segundo levantamento do Ministério da Saúde, pessoas acima de 60 anos têm 12 vezes mais riscos de morrer por dengue do que as outras faixas etárias, por isso os idosos devem procurar os serviços de saúde nos primeiros sintomas da doença.
"As causas desta condição de risco não estão completamente esclarecidas, mas podem estar relacionadas com a maior prevalência, nesta faixa etária, de doenças crônicas, como cardíacas, diabetes, entre outras", observa o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
Os sintomas mais comuns da doença são febre, dor de cabeça (algumas vezes localizadas no fundo dos olhos) e dores nas articulações. De acordo com Jarbas Barbosa, se a pessoa com a doença apresentar dores abdominais e vômitos persistentes, deve buscar imediatamente um serviço de saúde porque esses são sinais de agravamento. Também é fundamental não tomar remédio que tenha em sua composição o ácido acetilsalicílico e se hidratar com água, sucos e água de coco.
MAPA DA DOENÇA: nos três primeiros meses deste ano, 11 estados brasileiros apresentaram alta incidência de dengue e concentraram 74,5% dos casos notificados ao Ministério da Saúde. De 1º de janeiro a 30 de março, os estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Tocantins, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás registraram índices que vão de 304,9 até 3.105 casos por 100 mil habitantes. O Ministério da Saúde considera três níveis de incidência de dengue: baixa (até 100 casos por 100 mil habitantes), média (de 101 a 300 casos) e alta (acima de 300). A média nacional é de 368,2 casos/100 mil habitantes.
Em números absolutos, os 11 estados registraram 532.107 casos suspeitos, o equivalente a 74,5% do total das notificações em todo o país, ou seja, 714.226. Do total de casos suspeitos notificados neste ano, 83.768 já foram descartados. Vale destacar que as notificações em 2013 ainda são consideradas suspeitas, podendo ser descartados ou confirmados após a investigação pelas secretarias municipais de saúde. No ano passado, no mesmo período (1º de janeiro a 30 de março), foram 190.294 notificações. Em 2011, os casos notificados foram 344.715 e, em 2010, 501.806.
Embora o Brasil contabilize aumento nos casos suspeitos, foi registrada redução de 5% dos casos graves, se comparado ao mesmo período de 2012. No ano passado, ocorreram 1.488 casos graves e, neste ano, foram confirmados 1.417. Já em relação ao mesmo período de 2011, a redução foi de 74% (5.361) e, em comparação com 2010, foi de 82% (7.804). Com relação aos óbitos, foram confirmados 132 (entre 1º de janeiro e 30 de março) de 2013. Em 2012, foram 117 óbitos; 236 (2011) e 306 (2010), no mesmo período.
Confira algumas medidas para evitar a dengue:
CONTRA PICADAS
Se as pessoas não são picadas, não se tornam mais um foco indireto da doença. Veja algumas dicas:
MEDIDAS PARA EVITAR PICADA DE MOSQUITO
Espirais ou vaporizadores elétricos: devem ser colocados ao amanhecer e/ou no final da tarde, antes do pôr do sol, horários em que os mosquitos da dengue mais picam.
Mosquiteiros: devem ser usados principalmente nas casas com crianças, cobrindo as camas e outras áreas de repouso, tanto durante o dia quanto à noite.
Repelentes: podem ser aplicados no corpo, mas devem ser adotadas precauções quando utilizados em crianças pequenas e idosos, em virtude da maior sensibilidade da pele.
Telas: usadas em portas e janelas, são eficazes contra a entrada de mosquitos nas casas.
MEDIDAS PARA ELIMINAÇÃO DOS LOCAIS DE REPRODUÇÃO DO MOSQUITO
Tampar os grandes depósitos de água: a boa vedação de tampas em recipientes como caixas d'água, tanques, tinas, poços e fossas impedirá que os mosquitos depositem seus ovos. Esses locais, se não forem bem vedados, permitirão a fácil entrada e saída de mosquitos.
Remover o lixo: o acúmulo de lixo e de detritos em volta das casas pode servir como excelente meio de coleta de água de chuva. Portanto, as pessoas devem evitar tal ocorrência e solicitar sua remoção pelo serviço de limpeza pública – ou enterrá-los no chão ou queimá-los, onde isso for permitido.
Fazer controle químico: existem larvicidas seguros e fáceis de usar, que podem ser colocados nos recipientes de água para matar as larvas em desenvolvimento – este método para controle doméstico da dengue em cidades grandes tem sido usado com sucesso por várias secretarias municipais de saúde e é realizado pelos agentes de controle da dengue.
Limpar os recipientes de água: não basta apenas trocar a água do vaso de planta ou usar um produto para esterilizar a água, como a água sanitária. É preciso lavar as laterais e as bordas do recipiente com bucha, pois nesses locais os ovos eclodem e se transformam em larvas.
Fonte: Ministério da Saúde
Começa hoje (15) e vai até o dia 26 de abril a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. Em sua 15ª edição, a mobilização deve reunir 65 mil postos de saúde em todo o país e terá um dia de intensificação das ações, marcado para 20 de abril (sábado).
Segundo o Ministério da Saúde, a meta da campanha neste ano é imunizar 31,3 milhões de pessoas que fazem parte do chamado "grupo de risco", que engloba as gestantes, crianças entre 6 meses e 2 anos, idosos com mais de 60 anos, índios, profissionais da saúde, população carcerária e doentes crônicos.
Em 2013, a vacinação terá novidades. Pela primeira vez, mulheres em período de puerpério (até 45 dias depois do parto) receberão a dose, assim como os pacientes de doenças crônicas, que agora poderão receber a imunização nos postos de saúde. Anteriormente, as vacinas para o grupo só eram dadas em centros de referência.
Ainda de acordo com a pasta, a nova campanha de imunização distribuirá cerca de 43 milhões de doses, capazes de proteger contra três subtipos do influenza: A (H1N1) ou gripe suína, A (H3N2) e B. Além disso, 240 mil profissionais da saúde devem estar envolvidos em uma megaoperação, que deve contar ainda com 27 mil veículos marítimos, terrestres e fluviais.
Para receber as doses, basta apresentar prescrição médica no ato da vacinação.
Fonte: Agência Brasil
Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) pode trazer novidades no entendimento do processo de envelhecimento do cérebro. A pesquisa analisou o nível de três substâncias encontradas no sangue e, ao investigar os compostos envolvidos no chamado estresse oxidativo, que desequilibra a presença de radicais livres no organismo, os pesquisadores perceberam que essa desregulação ocorre de forma mais intensa em pacientes com Alzheimer. Os resultados abrem caminho para que, no futuro, possa ser feita a identificação precoce de doenças neurodegenerativas por meio de exames de sangue.
O diagnóstico do Alzheimer hoje é feito após a morte do paciente com a análise de partes do cérebro. "Fomos atrás de marcadores [da doença] no sangue, porque trabalhos científicos recentes já consideram o Alzheimer como uma doença sistêmica e não exclusiva do cérebro. Então a gente acreditava que, se esse mecanismo de estresse oxidativo estivesse presente na doença, talvez a gente pudesse verificá-la perifericamente [no exame de sangue]", explicou a professora Tania Marcourakis, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP.
Na primeira fase do estudo foram estudados três compostos presentes no sangue, cujos níveis variam de acordo com o envelhecimento: monofosfato cíclico de guanosina (GMP cíclico), óxido nítrico sintase (NOS) e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (Tbars). Os pesquisadores compararam as plaquetas de três grupos de pacientes: 37 adultos jovens (18 a 49 anos), 40 idosos saudáveis sem nenhum tipo de demência (62 a 80 anos) e 53 idosos com Alzheimer (55 a 89 anos).
Os pesquisadores verificaram que com o avanço da idade aumenta a presença do NOS e do Tbars e ocorre uma diminuição do GMP cíclico. "Com a doença, a gente viu que o Tbars aumenta mais ainda. Vimos uma escadinha: no envelhecimento ele sobe e com a doença de Alzheimer sobe mais ainda. E a mesma coisa ocorre com o NOS, mostrando que são processos contínuos. Já o GMP cíclico, uma vez que ele diminui no envelhecimento, continuava diminuindo na doença", expôs Marcourakis. Esse desequilíbrio leva a uma formação maior de radicais livres.
A segunda fase da pesquisa tinha o objetivo de identificar se o que foi percebido no sangue também ocorre no cérebro, com a análise do cérebro de ratos. O trabalho foi feito em parceria com o professor Cristóforo Scavone, do Departamento de Farmacologia. "Percebemos duas coisas importantes: no envelhecimento do rato acontecia a mesma coisa que no humano e a mesma coisa que a gente achava no sangue também encontrava no cérebro. Isso foi muito importante para validar o nosso modelo: o que você analisa no sangue está refletido no cérebro", disse a pesquisadora.
Marcourakis destacou que os resultados ainda não podem ser utilizados como diagnóstico de doenças neurodegenerativas, mas avançam na compreensão fisiopatológica delas. "A gente entende melhor a doença. Veja o Alzheimer, por exemplo, ele não está só no cérebro, está no corpo inteiro, a análise do sangue mostrou isso", declarou. Para apontar o quanto esses dados ajudariam no tratamento, seria necessário ampliar o estudo com populações maiores.
Além disso, é preciso descobrir um marcador específico de cada doença. "O estresse oxidativo não é exclusivo do envelhecimento, nem da doença de Alzheimer. Qualquer doença neurodegenerativa, como o Parkinson, tem o mesmo mecanismo", explicou. Ela destacou que vários grupos de pesquisa no Brasil e no exterior dedicam-se a estudar diferentes substâncias com o objetivo de descobrir formas de identificar cada vez mais no início essas doenças.
O mal de Alzheimer não tem cura, porém, o diagnóstico precoce traz mais qualidade de vida ao paciente. "Hoje, quando você faz o diagnóstico, já tem um índice de morte de neurônio muito grande e não tem como reverter", explicou a pesquisadora. As medicações existentes são compensatórias. "Elas aumentam o neurotransmissor que está faltando, mas eles continuam morrendo e chega a um ponto que o remédio não faz mais efeito", disse. Quanto mais cedo a doença é identificada, por mais tempo a medicação pode funcionar. "Abre-se uma janela para que se possa atuar mais", explicou a pesquisadora.
Fonte: BBC
As dores causadas por alterações na estrutura óssea e articulações dos pés em pacientes obesos graves representam papel-chave na deficiência dessas pessoas, afetando sua capacidade de realizar atividades da vida cotidiana, como caminhar. "A dor induzida pela obesidade grave pode levar à incapacidade funcional dessas pessoas, como a fraqueza muscular, e a uma piora em sua qualidade de vida", esclarece a fisioterapeuta Sonia Maria Fabris Luiz.
Em sua tese de doutorado, desenvolvida na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Sonia avaliou o impacto do excesso de peso sobre o joelho e pé, buscando verificar a prevalência do pé plano em superobesos, bem como suas repercussões.
A pesquisa avaliou 81 pacientes do ambulatório de cirurgia do aparelho digestivo do Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) que estavam na fila de espera para a realização da gastroplastia, comumente conhecida como cirurgia de redução do estômago. Dentre os que participaram havia representantes de dois níveis de obesidade grave: com Índice de Massa Corpórea (IMC) de 40 a 50 quilos por metro quadrado (kg/m²) e maior do que 50 kg/m². (O IMC é calculado a partir da divisão do peso da pessoa pelo quadrado de sua altura.)
No início da pesquisa, esses pacientes passaram por uma avaliação de idade, peso e estatura e depois foram submetidos a exames específicos para a medição do arco plantar (curvatura) dos pés e verificação da presença de osteoartrite nos joelhos.
Presença de pé plano e osteoartrite
A baropodometria, que avalia a impressão da superfície do pé, mostrou que 20% dos pacientes apresentavam pé plano, porém, a avaliação de imagens radiográficas mostrou a existência do arco plantar, em diferentes graus, em 100% deles. "O excesso de peso que esses pacientes têm força o arco plantar em direção ao chão. Há, então, uma distensão dessa região da musculatura, dos tendões, uma fraqueza muscular. Com isso o pé fica mais aplanado", explica Sonia. A divergência entre os resultados pode ser explicada pela natureza de cada exame, já que a radiografia permite a observação da estrutura óssea do pé, enquanto a baropodometria avalia as razões entre as regiões do mediopé e retropé (respectivamente as porções intermediária e anterior do pé) da impressão plantar.
Em relação à presença de osteoartrite dos joelhos, os testes demonstraram que 81,5% dos pacientes apresentavam a degeneração nas articulações, em diferentes níveis. No entanto, não foi possível associar estatisticamente esse desgaste ao IMC. "A distribuição entre os graus de osteoartrite foi heterogênea", conta Sonia. Ela explica que o possível motivo da ausência de relação entre as duas variáveis seja o fato de os pacientes ainda serem jovens, com idade máxima de 50 anos. "Acredito que se acompanhássemos essas pessoas nos próximos anos, veríamos uma progressão da osteoartrite nos joelhos relacionada ao IMC", comenta.
Efeito nas atividades cotidianas
Os pacientes também responderam a dois questionários relacionados aos aspectos funcionais dos pés e joelhos: o Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC), para avaliar a rigidez articular e a funcionalidade do joelho em relação à osteoartrite; e o Foot and Ankle Outcome Score (FAOS), que dá a percepção da pessoa em relação às alterações que apresenta no pé e no tornozelo.
Esses dois questionários permitem o conhecimento do grau da dor em relação a uma série de atividades do dia a dia, como caminhar no plano, subir e descer escadas, entrar em carros, tirar e calçar meias, movimentar o pé em várias posições, etc. "Com base no resultado dos exames e nos questionários, tivemos uma avaliação global, não só em termos de alteração estrutural, mas também em termos de sintomatologia de dor e de funcionalidade", relata a fisioterapeuta.
A maioria dos pacientes relatou ter dificuldades para realizar exercícios físicos simples, como caminhadas regulares, em função da dor no pé e no joelho. "Vimos que a dor induzida pela obesidade pode favorecer o abandono desse paciente em programas de atividade física para a perda de peso e, consequentemente, favorecer o sedentarismo nessa população", acrescenta Sonia.
A pesquisa também sugere uma possível relação entre as alterações morfológicas no pé e a dor e disfunção na articulação do joelho durante as atividades.
Fonte: Agência USP