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Um novo estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) pode trazer novas esperanças para o tratamento de drogas, como a cocaína. Por meio da técnica de estimulação magnética transcraniana de repetição, observou-se uma diminuição do desejo intenso (fissura) de consumir a droga em até 60% dos pacientes tratados.

Para realizar a estimulação no paciente, o médico psiquiatra e desenvolvedor da pesquisa, Philip Leite Ribeiro, utilizou no paciente uma bobina responsável por produzir um potente campo magnético que, ao oscilar, gera uma corrente elétrica.

"A corrente atravessa o crânio e age no sistema nervoso central, realizando a modulação do cérebro de forma não invasiva. Os estímulos elétricos atingem regiões que estão diretamente ligadas à modulação da fissura, que são a área ventral tegmental anterior, o giro cingulado anterior e o córtex orbitofrontal, permitindo a sua redução", explica o pesquisador.

De acordo com os resultados demonstrados no estudo, o tratamento obteve uma redução de 80% da fissura e de 60% do consumo da cocaína. Segundo Philip, esta é uma diminuição mais efetiva do que aquela conseguida por meio de tratamento medicamentoso, que consegue uma redução entre 20% e 30%.

 

A técnica da estimulação magnética

O primeiro aparelho de estimulação magnética foi desenvolvido em 1985, na cidade inglesa de Sheffield. A partir daí, modelos mais modernos foram criados, o que permitiu a sua utilização nos serviços de saúde para o tratamento de depressão, alucinações e dores resistentes a tratamentos convencionais.

"A técnica também é adotada no mapeamento de áreas funcionais em cirurgias neurológicas, para diminuir o impacto das intervenções cirúrgicas no funcionamento do cérebro", complementa o médico psiquiatra.

Para o tratamento de pacientes dependentes de cocaína, a estimulação elétrica ainda é adotada experimentalmente em hospitais universitários e centros de pesquisa. Porém, o método agora precisa de aprovação do Conselho Federal de Medicina (CFM) para poder ser utilizado clinicamente, além de outros estudos que comprovem a sua eficácia.

 

Fonte: Agência USP

Uma pesquisa britânica, publicada na revista Nature, constatou que as células de câncer que usavam sua matéria-prima ficavam "estressadas" e cometiam erros ao fazer cópias de seus códigos genéticos.

Segundo os cientistas responsáveis pelo estudo, as células de câncer que formam um tumor são muito diferentes entre si e, assim, tornam-se mais resistentes aos medicamentos, facilitando sua proliferação.

A maioria das células normais no corpo humano tem 46 cromossomos. No entanto, algumas células cancerosas podem ter mais de 100 cromossomos. Além disso, tal padrão é inconsistente: células cancerosas podem ter números diferentes de cromossomos entre si.

Para os cientistas, essa diversidade ajuda os tumores a não serem afetados pelos tratamentos e a 'colonizarem' novas partes do corpo.

Caos e ordem

Os cientistas da organização Cancer Research UK e do Instituto do Câncer do University College de Londres tentam descobrir como o câncer se transforma em algo tão diverso, com células tão diferentes entre si.

Antes se acreditava que, quando uma célula cancerosa se separava para criar duas novas células, os cromossomos não eram divididos de forma igual entre as duas.

No entanto, Charles Swanton, que liderou a pesquisa, realizou exames em células de um câncer no intestino e concluiu que "há pouca prova" de que isso ocorre.

Cânceres são levados a fazer cópias deles mesmos. No entanto, se as células cancerosas não têm mais os tijolos de construção de seu DNA, elas desenvolvem o chamado "estresse de replicação de DNA" e, de acordo com a pesquisa, é a partir desse "estresse" que surgem os erros e os tumores diversos.

"É como construir uma ponte sem todos os tijolos e cimento o bastante para as fundações. Contudo, se você pode fornecer os blocos de DNA, você pode reduzir o estresse de replicação e limitar a diversidade nos tumores, o que pode ser terapêutico", afirmou Swanton.

O professor admitiu que "parece errada" a ideia de que pode ser terapêutico fornecer o combustível para o crescimento de um câncer, mas também afirmou que o estudo prova que o estresse de replicação era a raiz do problema e que novas ferramentas podem ser desenvolvidas para lidar com isso.

Os pesquisadores identificaram três genes perdidos com frequência em células de câncer de intestino diferentes, que foram muito importantes para o câncer que está passando pelo processo de estresse de replicação de DNA. Todos estavam localizados em uma região do cromossomo 18.

"Esta região do cromossomo 18 é perdida em muitos tipos de câncer, sugerindo que este processo não é visto somente no câncer de intestino", afirmou o professor Nic Jones, cientista-chefe da organização Cancer Research UK.

"Cientistas agora podem começar a procurar formas de evitar que isto ocorra ou usar esta instabilidade contra o câncer", acrescentou.

Os próximos estudos vão investigar se esse mesmo estresse causa a diversidade em outros tipos de tumores.

 

Fonte: BBC

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou nesta terça-feira (5), em parceria com o Ministério da Saúde, novas normas para negativas de atendimento de planos de saúde. A partir de agora, as operadoras deverão enviar justificativa por escrito, em linguagem clara, por meio de correspondência ou meio eletrônico num prazo máximo de 48 horas.

Segundo a Resolução Normativa nº 319, o beneficiário do plano de saúde deverá solicitar as informações por telefone, por exemplo, e anotar um número de protocolo para obter o documento. A partir daí, a operadora deve incluir em sua resposta a cláusula contratual ou dispositivo legal que justifique a negativa de atendimento.

"É uma iniciativa bastante importante para empoderar o cidadão a exercer seus direitos", afirma o diretor-presidente da ANS, André Longo, que ainda completa com um dado significativo: em 2012, 76% das reclamações recebidas pela agência tinham relação com a cobertura de planos de saúde.

Quem também se manifestou favoravelmente à medida regulatória foi o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que fez um alerta: a resolução não é válida para casos de urgência e emergência, quando o atendimento das operadoras de planos de saúde deve ser imediato e sem possibilidade de negativa.

"É uma resolução muito importante para o aprimoramento do ciclo de monitoramento que estamos fazendo. O usuário, ao fazer a reclamação, pode qualificar a justificativa dada pelo plano. Isso permite que a ANS possa agir mais rapidamente", opina o ministro.

Caso queira ingressar na Justiça contra as operadoras, o usuário poderá anexar aos processos as justificativas de atendimento por escrito, de acordo com o ministério. Além disso, a pasta ainda informa que a nova regra entra em vigor em 60 dias após a publicação no Diário Oficial da União, o que deve ocorrer nesta quarta-feira (6).

 

Fonte: Agência Brasil

Uma pesquisa realizada na Grã-Bretanha revelou que aparentemente o mosquito da dengue desenvolveu resistência a um princípio ativo presente na maioria dos repelentes atualmente comercializados no mundo, inclusive no Brasil.

A DEET, ou dietiltoluamida, é usada em repelente contra insetos, combatendo mosquitos, pernilongos, muriçocas e borrachudos. O composto age interferindo nos receptores sensoriais desses animais, inibindo seu desejo de picar o usuário.

Os pesquisadores analisaram a reação de mosquitos Aedes aegypti, vetores da dengue e da febre amarela, à substância e concluíram que, ainda que inicialmente repelidos pelo composto químico, os insetos depois o ignoraram.

A recomendação dos pesquisadores é a de que os governos e laboratórios farmacêuticos realizem mais pesquisas para encontrar alternativas a essa substância.

Isca

Para provar a eficácia da substância DEET, os cientistas pediram a voluntários que passassem na pele um repelente com a substância em um braço e, depois, soltaram os mosquitos. Em um primeiro momento, o repelente afastou os mosquitos, mas, algumas horas depois, quando ofereceram aos mesmos mosquitos uma nova oportunidade de picarem a pele, os cientistas constataram que a substância se mostrou menos eficiente.

Para investigar os motivos da ineficácia da DEET, os pesquisadores puseram eletrodos na antena dos insetos. "Nós conseguimos registrar a resposta dos receptores na antena dos mosquitos à DEET, e então descobrimos que os mosquitos não eram afetados pela substância", disse James Logan, da London School of Hygiene and Tropical Medicine, instituição que realizou o estudo.

"Há algo sobre ter sido exposto ao composto químico pela primeira vez que muda o sistema olfativo dos mosquitos. Ou seja, a substância parece mudar a capacidade dos mosquitos de senti-la, o que a torna menos eficiente", acrescentou.

Uma outra pesquisa anterior feita pela mesma equipe constatou que as mudanças genéticas em uma mesma espécie de mosquito podem torná-los imunes à DEET.

"Os mosquitos evoluem muito rapidamente", disse ele. "Quanto mais nós pudermos entender sobre como os repelentes funcionam e os mosquitos os detectam, melhor poderemos trabalhar para encontrarmos soluções para o problema quando tais insetos se tornarem resistentes à substância."

Segundo o especialista, as descobertas não devem impedir que as pessoas continuem usando o repelente em áreas de alto risco, porém, ele salienta que caberá aos cientistas tentar desenvolver novas versões mais efetivas da substância.

Para complementar o estudo, os pesquisadores britânicos agora planejam entender por quanto tempo o efeito dura depois da primeira exposição ao composto químico. Outros mosquitos, incluindo espécies que transmitem a malária, também devem ser estudados.

Brasil

No Brasil, a dietiltoluamida está presente na maioria dos repelentes encontrados à venda. Produtos com termetrina e citronela também podem ser achados, mas em menor número.

Esta não é a primeira vez que a substância causa polêmica. No ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu para consulta popular uma proposta de resolução para assegurar a segurança e a eficácia dos repelentes a ser adotada pelos fabricantes.

No documento, o órgão determinava, por exemplo, a proibição do uso de repelentes com DEET em crianças menores de dois anos, além de informar sobre a necessidade de um estudo prévio para produtos com dosagem acima de 30% para um público acima de 12 anos. Em altas dosagens, especialmente em crianças, repelentes com DEET podem ser tóxicos.

Em entrevista à BBC Brasil, Jorge Huberman, pediatra e neonatologista do Hospital Albert Einstein e diretor do Instituto Saúde Plena, sugeriu alternativas ao uso de repelentes com DEET. "É comum que depois de algum tempo os mosquitos adquiram certa imunidade ao produto, ainda que sejam necessários mais estudos para comprovar tal tese", explicou.

"Como alternativa, as pessoas podem usar repelentes com citronela e tomar complexo B, cujo cheiro desagrada os mosquitos, além, é claro, de usar mosquiteiros", disse.

 

 

Fonte: BBC

Falar sobre o uso de álcool com os filhos não é uma tarefa fácil, principalmente quando o problema do consumo em excesso já está instalado. Para ajudar na abordagem do tema em família, o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) elaborou uma série de orientações para auxiliar os pais na identificação do problema e também em sua resolução.

De acordo com o CISA, os sinais de que o jovem possa estar consumindo álcool em excesso são: mudanças de humor, irritabilidade, faltas na escola, notas baixas e ação disciplinar recente, além de comportamento de rebeldia contra a família, falta de envolvimento em atividades que antes o interessavam, baixa energia ou preguiça constante.

Esses comportamentos são próprios da adolescência, porém é preciso ficar atento se eles acontecem ao mesmo tempo, em um curto espaço de tempo, e de curso progressivo.

Outros sinais também demonstram uso crítico do álcool, como encontrar bebida no quarto ou na mochila do adolescente, sentir cheiro de bebida alcoólica, lapsos de memória, dificuldade de concentração, olhos vermelhos e falta de coordenação motora e/ou fala arrastada.

Ao notar esses sinais, a recomendação do CISA é de que a intervenção seja realizada o quanto antes. Nesse caso, o diálogo entre pais e filho deve ser estabelecido em um ambiente tranquilo e sem pressa. Um bom começo é perguntar ao filho o que ele pensa sobre o consumo de bebidas alcoólicas. Informe a ele que o álcool é uma substância que age diretamente em órgãos como o cérebro, coração e rins, diminuindo o tempo de reação e prejudicando a coordenação motora, a clareza de raciocínio e o julgamento, deste modo, afetando o corpo e a mente.

Também é importante discutir as consequências do uso do álcool sem exagero, já que eles veem que muitos consomem álcool, mas não apresentam problemas.

Para esclarecer essa questão, deixe-o ciente de que os efeitos são diferentes entre adultos e adolescentes, e é justamente por isso que o consumo não é recomendado para menores de 18 anos de idade.

Uma boa estratégia é abordar a sua autoestima, afirmando que eles são muito inteligentes e têm muitos projetos de vida futuros interessantes, por isso, não precisam embriagar-se para fugir da realidade.

Uma recomendação do CISA é que o tom do diálogo seja de uma conversa e não de uma palestra.

Reações agressivas por parte dos adolescentes são comuns e os pais devem tentar lidar com a situação da melhor forma possível, procurando ajuda de profissionais capacitados neste momento.

Outro ponto salientado pelo CISA é que, dependendo de como é o estilo de vida dos pais, eles terão que mudar para que possam dar o exemplo. Atitudes simples, como não fazer o uso excessivo, não oferecer bebida a menores de idade e não passar a ideia de que você bebe como única opção de lazer ou relaxamento, podem ser úteis. Além disso, é muito importante estimular hábitos saudáveis no tempo livre, como atividades culturais e a prática de exercícios físicos.

Sobre o CISA

O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool – CISA, organização não governamental criada em 2004 pelo psiquiatra e especialista em dependência química Dr. Arthur Guerra de Andrade, é, hoje, a maior fonte de informações no País sobre o binômio saúde e álcool. Por meio de seu website (www.cisa.org.br), a ONG disponibiliza um banco de dados baseado em publicações científicas reconhecidas no cenário nacional e internacional, em dados oficiais (governamentais) e na informação de qualidade publicada em jornais e revistas destinados ao público geral, estudantes, profissionais de saúde, pesquisadores e empresas sobre o álcool e suas relações com o corpo, a mente e a sociedade.

O CISA acredita na importância do rigor ético e na transparência de suas ações no que diz respeito à obtenção e divulgação de conhecimento atualizado e imparcial na área de saúde e álcool e prontifica-se a colaborar com políticas públicas que abordem o tema de forma eficaz. Também está comprometido com o avanço do conhecimento nessa área e encoraja a adoção de medidas para prevenir o uso nocivo de álcool e suas consequências, por meio de parcerias e elaboração de materiais educativos e de prevenção.

 

 

Fonte: CISA

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