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Um estudo recente da Unifesp, Universidade Federal de São Paulo, revelou que o sua frequente de maconha, mesmo em pouca quantidade, pode prejudicar a memória. A neuropiscóloga e coordenadora da pesquisa, Maria Alice Fontes, explica que foram avaliados 173 usuários crônicos de maconha e comparados com um grupo de 55 não usuários. Dos consumidores da droga, 49 tinham iniciado precocemente. A neuropsicóloga afirma que quando o uso é crônico e se inicia antes dos 15 anos de idade, o risco de danos é ainda maior.
"O cérebro tem um amadurecimento que ele só finaliza no final da adolescência e aí qualquer substância que você utilize numa fase muito precoce, quando o cérebro ainda está numa fase de desenvolvimento, é mais nocivo a longo prazo."
Maria Alice Fontes destaca que os participantes do estudo também foram avaliados após um período de abstinência. A conclusão foi que os danos produzidos pela maconha são cumulativos e permanentes. Segundo a neuropsicóloga, esse prejuízo sobre o controle do cérebro faz com que os usuários acabem sofrendo recaídas ao tentar abandonar o hábito.
Reportagem de Juliana Costa - Ministério da Saúde
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Recentemente lançado nos cinemas do mundo todo, o filme Cisne Negro aborda um problema ainda nebuloso: a esquizofrenia, doença que atinge 1% da população mundial. O filme conta a história de Nina, uma bailarina de 28 anos, que luta para ser destaque em uma companhia de balé. A pressão profissional e o estresse fazem a jovem bailarina desencadear surtos de esquizofrenia. Nina vê feridas e sangramentos pelo corpo, que desaparecem num piscar de olhos. O psicólogo da Universidade de Brasília, Ileno Izídio, explica que a doença aparece geralmente entre os 18 e 20 anos de idade e os sintomas iniciais podem surgir ainda na infância. De acordo com o psicólogo, alguns estudos apontam que a esquizofrenia poder ser hereditária, mas fatores ambientais, como pressão, ansiedade e estresse, também podem desenvolver a doença. Ileno Izídio explica que a família precisa ficar atenta aos primeiros indícios da doença e procurar apoiar o paciente com esquizofrenia.
"A primeira coisa que tem que ver, os familiares, é que isso não é fingimento, que isso possivelmente é uma doença, a pessoa não tem controle sobre isso e que precisa de ajuda profissional. A família também sofre e não sabe o que fazer. Tradicionalmente o que se faz? Procura um psiquiatra, um hospital e interna-se. Hoje a gente sabe que a mera internação e mera medicação não resolve. E às vezes a gente evita internar e medicar excessivamente para poder trabalhar mais esses lados psicológicos, relacionados à família pra ver se diminui e a gente faz com que a pessoa retorne, digamos assim, pro funcionamento anterior."
O psicólogo explica que a doença não tem cura, mas com os medicamentos corretos, qualquer pessoa com esquizofrenia pode viver bem.
"A pessoa pode normalmente, com o devido tratamento, que seja medicamentoso, psicológico ou familiar ou relacional, ter uma vida normal. Na realidade, o que a gente tem que fazer é tentar resgatar o mais rápido possível ou mais cedo possível as capacidades que a pessoa tem de continuar a vida normal. Várias pessoas têm diagnóstico de esquizofrenia, que tomam a sua medicação, que fazem a sua terapia e trabalham e têm a sua vida funcional."
Para Ileno Izídio, o preconceito é ainda um dos principais obstáculos para uma pessoa com esquizofrenia. De acordo com ele, o preconceito impede até mesmo os pacientes de buscarem ajuda. No entanto, o psicólogo afirma que ao surgir os primeiros sintomas, a pessoa deve iniciar o tratamento.
Reportagem de Juliana Costa - Ministério da Saúde
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Carnaval, tempo de festa e alegria. Mas, para desfrutar com tranqüilidade, é importante tomar cuidados com o que se vai comer durante a folia. Segundo especialistas, o maior pecado é o excesso de bebidas e alimentos gordurosos. O resultado são diarréias, intoxicações, febre, vômitos, enfim, festa interrompida. O gastroenterologista do Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, André Nazar, explica como dever ser a alimentação dos foliões.
"A primeira coisa importante é sempre se hidratando muito bem, tomando água, água de coco, um suco de fruta, tomando cuidado também pra ver se as frutas estão adequadas, se foram conservadas adequadamente. Alimentos leves, comer frutas, legumes. Ter sempre consigo cereais. E, de preferência, escolher bem o lugar que come, porque a maioria das vezes se come na rua. Esses alimentos quentes de carrocinha de rua, tipo cachorro quente, maionese exposta ao sol, isso tudo deve ser evitado."
Outra dica de Nazar são os sorvetes, principalmente, os de fruta. Ele aconselha ainda evitar carnes mal passadas ou cruas, como carpaccio e comidas japonesas. Esses alimentos associados ao calor facilitam a intoxicação alimentar.
Reportagem de Juliana Costa - Ministério da Saúde
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São Paulo – A taxa de mortalidade perinatal do estado de São Paulo caiu 25% em dez anos. A taxa, que mede o número de bebês que morrem durante o pré-natal, a partir da 22ª semana de gestação, ou até sete dias completos depois do nascimento, passou de 18,5 a cada mil nascidos, em 2000, para 13,8 a cada mil nascidos, em 2009. Os dados foram divulgados hoje (17) pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, na capital.
As regiões do estado onde houve maior queda no índice de mortalidade perinatal foram São José do Rio Preto, que passou de 15,6 mortes a cada mil nascidos, em 2000, para 11,1, em 2009; Bauru, que tinha taxa de 18,9, caiu para 13,9; e a Grande São Paulo, que passou de 18,1 para 13,1 mortes a cada mil nascidos vivos.
O levantamento aponta que 76,1% das grávidas do estado de São Paulo passam por pelo menos sete consultas de pré-natal nas unidades básicas de Saúde, superando o mínimo de seis atendimentos, recomendados pelo Ministério da Saúde e o mínimo de de quatro atendimentos, estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O secretário estadual da Saúde, Giovanni Guido Cerri, afirmou que a meta da secretaria é sempre buscar índices menores de mortalidade perinatal já que zerar essas taxas é impossível, porque existem causas que não são controláveis pela medicina, como más-formações congênitas. “Essa redução de 25% em dez anos foi uma ótima melhora, mas vamos buscar reduzir mais ainda”.
Cerri disse que, nas regiões onde os índices são maiores, é preciso que o governo dê uma atenção especial, o que está muito relacionado à infraestrutura e capacitação dos profissionais de saúde que lidam com a gestante. “Temos que fazer com que a gestante faça as consultas pré-natais. É uma combinação da infraestrutura da maternidade, da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. O mais importante é o acompanhamento da gestação. É ali que se reduz de forma mais forte a mortalidade perinatal”.
Segundo a coordenadora da Saúde da Mulher do estado de São Paulo, Tânia Lago, a queda das taxas de mortalidade perinatal depende exclusivamente das condições de desenvolvimento social e econômico de uma região. “Alguma melhora nesse sentido ocorreu no estado e, para que possamos melhorar [ainda mais], maior desenvolvimento nas áreas menos desenvolvidas também será necessário”.
Tânia ressaltou que foram feitos investimentos em reformas e na aquisição de equipamentos para maternidades estratégicas, nas regiões onde havia maior problema na assistência à gestação e ao parto, além da abertura de novos hospitais com leitos de maternidade e UTIs, para o cuidado com os recém-nascidos. “Nestes hospitais, a assistência ao parto e ao nascimento obedece a critérios de atendimento bem estritos”, afirmou.
Por Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil
Edição: Lana Cristina
São Paulo – Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), inédito na literatura médica internacional, mostra que os usuários de crack ficam mais tempo presos do que em tratamento contra a droga. A pesquisa, que acompanhou, por 12 anos, 107 dependentes, indica que, nesse período, em média, os usuários ficaram presos por um ano e oito meses, e permaneceram em tratamento, em média, por três meses.
“Os usuários passaram mais tempo presos do que em tratamento, o que nos faz questionar a política repressiva voltada para os usuários da droga, quando a questão deveria ser tratada como um problema de saúde pública”, afirma a pesquisadora da Unifesp, Andréa Costa Dias, coordenadora e responsável pelo estudo.
A pesquisa verificou que, após 12 anos, 29% dos usuários estudados estavam abstinentes, sem usar a droga há cinco anos ou mais; 20% relataram períodos de consumo alternados com períodos de abstinência; e 13% mantiveram o consumo de crack por mais de uma década, com uso mais controlado e em menores quantidades e frequência.
Dos 107 pacientes acompanhados, após o período de análise, dois estavam desaparecidos, 13 estavam presos no período da entrevista e 27 tinham morrido, sendo que 59% das mortes foram homicídios. Apesar do alto índice de violência relacionado ao uso da droga, o estudo detectou que os dependentes têm conseguido, com o tempo, evitar situações de risco.
“É claro que existe todo um contexto de risco e violência em torno do crack, mas foi o usuário que foi aprendendo, aos poucos, a se adaptar a esse contexto, a não se colocar tanto em risco, seja em risco de overdose como em risco de se envolver em situações de violência, como brigas entre companheiros de consumo ou conflito com a polícia ou mesmo contraindo dívida de droga”, explica a pesquisadora.
Dos pacientes acompanhados, 88,5% eram homens e 11,5% mulheres. Dentre eles, 63,3% tinham idade entre 15 e 24 anos. Os solteiros integravam a maioria (67%) da amostra e 27% deles eram casados.
A pesquisa mostra ainda que há fatores comuns que fizeram com que dependentes conseguissem se afastar do consumo do crack. A procura por tratamento, a religião e a inserção no mercado de trabalho ajudaram, de modo geral, os usuários a se distanciarem da droga.
“Foram importantes também 'pontos de virada', como entrar em uma faculdade, a gravidez, encontrar uma namorada ou se casar, enfim, situações que, para aquela pessoa, foram significativas o suficiente para que ela, então, conseguisse ir se desprendendo do consumo”, explica Andréa Costa.
Por Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil
Edição: Lana Cristina