Notícias
Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, desenvolveram uma forma de criar células-tronco a partir do sangue e da pele. De acordo com a pesquisa, essas células-tronco podem ser usadas no combate às doenças de circulação e do coração.
Para o cientista Amer Rana, do Departamento de Medicina da Universidade de Cambridge, a descoberta aumenta a esperança dos doentes que sofrem com os problemas cardiovasculares. "Estamos entusiasmados por ter desenvolvido um método prático e eficiente para criar células-tronco", disse Rana.
O estudo, que foi publicado na revista científica Stem Cells: Translational Medicine e financiado pela Fundação Britânica do Coração (cuja sigla em inglês é BHF) e pelo Conselho de Pesquisa Médica (MRC), faz uma série de experiências a partir das amostras de sangue e tecidos da pele e a aplicação de diferentes produtos químicos.
Na pesquisa foi constatado que as células de sangue podem ser congeladas e armazenadas, depois transformadas em células-tronco. Segundo os cientistas, essa possibilidade é considerada essencial, pois o material não perde a validade.
Fonte: Agência Brasil
Está disponível em serviços de atendimento especializado e em emergências de hospitais públicos de todo o país um tratamento que pode evitar a infecção pelo HIV em pessoas que passaram por algum tipo de situação de risco – como sexo desprotegido ou rompimento do preservativo. É a chamada profilaxia pós-exposição, também conhecida como coquetel do dia seguinte, que tem como base uma combinação de três medicamentos antirretrovirais e deve ser iniciada até 72 horas após o evento considerado de risco.
O infectologista do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Ronaldo Hallal, lembra que, até 2010, o tratamento era indicado apenas para casos de acidente entre profissionais de saúde (quando há exposição ao vírus), para vítimas de violência sexual e para casais sorodiscordantes (quando apenas um dos parceiros é soropositivo).
Hoje, o serviço está disponível para toda a população e, segundo ele, é preciso passar por uma avaliação de risco, feita por um profissional de saúde, antes de iniciar o uso do coquetel, que deve ser mantido por um período de quatro semanas. Os efeitos colaterais, apesar de fracos, incluem náusea, vômitos, sensação de fraqueza e cansaço.
"O papel da profilaxia é tentar evitar que a pessoa se infecte com o HIV. Além disso, ela traz alguns outros ganhos, já que acaba atraindo as pessoas aos serviços de saúde, o que permite trabalhar também o diagnóstico, o aconselhamento e as estratégias de prevenção, de redução de risco e de vulnerabilidade", explica.
O coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) no Brasil, Pedro Chequer, avalia que o coquetel do dia seguinte é uma estratégia pouco difundida no país. "Falta informação. As pessoas não conhecem", diz. "E, nesses casos, quanto mais rápido começar o tratamento, melhor. O ideal é que seja em menos de 48 horas", completa.
Porém, ele salienta que a estratégia não pode se transformar em rotina, é uma medida de exceção, uma vez que não há 100% de eficácia no bloqueio ao vírus. "Não é uma vacina", ressalta.
De acordo com dados do Unaids, houve um aumento de novas infecções por HIV no Brasil entre mulheres jovens e gays jovens, sobretudo com idade entre 15 e 24 anos. Essa faixa etária, de acordo com o coordenador, precisa de uma abordagem de prevenção "continuada, objetiva e sem preconceito", para que busquem os serviços de saúde quando houver necessidade.
"A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) recomenda que a educação sexual seja iniciada a partir dos 5 anos. No Brasil, isso acontece a partir dos 12 anos. Essa onda conservadora e forte preocupa, já que a necessidade é cada vez maior de abordarmos temas como a diversidade sexual", finaliza.
Fonte: BBC
Pesquisadores do Imperial College de Londres afirmam que uma fórmula simples com cinco perguntas é capaz de prever o risco de obesidade de uma criança logo após o seu nascimento. Eles analisaram 4.032 crianças finlandesas nascidas em 1986 e as informações de outros dois estudos, com 1.053 crianças italianas e 1.032 americanas, e a descoberta foi que apenas a análise de algumas medidas simples já é o bastante para prever a obesidade.
A lista tem cinco perguntas: o peso da criança ao nascer, o índice de massa corporal dos pais, se a mãe fumou ou não durante a gravidez, o número de pessoas que moram na casa da criança e o status profissional da mãe. As duas últimas perguntas estão relacionadas ao ambiente no qual a criança nasce e que pode elevar o risco de obesidade. "Quanto menor o número de pessoas morando na residência, maior o risco de obesidade da criança, pois esse número está ligado a mães solteiras", afirmou à BBC Brasil a professora do Imperial College Marjo-Riitta Jarvelin, que participou do estudo.
"E, quanto ao status profissional da mãe, sabemos que uma mãe com maior (nível de) educação é mais bem preparada, sabe mais a respeito da saúde da criança", acrescentou.
Até então, os cientistas acreditavam que fatores genéticos eram os principais determinantes de problemas de peso em crianças, mas apenas um em cada dez casos de obesidade é resultado de uma mutação genética rara que afeta o apetite.
Para Philippe Froguel, a prevenção da obesidade é a melhor estratégia para a infância.
"Infelizmente, as campanhas de prevenção têm sido muito ineficazes para evitar a obesidade entre crianças em idade escolar. Ensinar aos pais sobre o risco do excesso de alimentação e maus hábitos nutricionais seria muito mais eficaz", afirmou.
Paul Gately, especialista em obesidade infantil na Leeds Metropolitan University, afirmou que uma ferramenta como esta pode ajudar o sistema público de saúde britânico a alcançar especificamente pessoas que têm risco de obesidade, em vez de uma abordagem sem foco e única para todos os casos, "que nós sabemos que não funciona".
Fonte: BBC
A partir do ano que vem mais um medicamento com o rótulo nacional para o tratamento da Aids será distribuído na rede pública: o Sulfato de Atazanavir.
O antirretroviral, que já é distribuído aos pacientes do SUS, é utilizado por cerca de 45 mil pessoas – perto de 20% do total de pacientes, 217 mil.
A produção do medicamento será possível graças a uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), firmada entre o Ministério da Saúde – por meio do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – e um laboratório internacional. Atualmente, o Atazanavir é importado. Com a PDP, a expectativa é de que o Ministério da Saúde economize cerca de R$ 81 milhões por ano, durante a parceria. "Essa iniciativa reforça o compromisso do Ministério de fortalecer o Complexo Industrial da Saúde e possibilita a autonomia do país na produção de medicamentos. Com a parceria, o Brasil terá capacidade para se tornar autossuficiente na produção do Atazanavir e para fortalecer sua indústria farmoquímica", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O Sulfato de Atazanavir é um antirretroviral da classe dos inibidores de protease e é uma importante droga na composição de esquemas terapêuticos para o tratamento de pacientes com infecção por HIV/Aids. Ele é indicado para início de terapia antirretroviral como um dos medicamentos preferenciais pelas diretrizes internacionais do Departamento de Saúde dos Estados Unidos (DHHS, na sigla em inglês), da Sociedade Internacional de Aids (IAS, na sigla em inglês) e da Sociedade Clínica Europeia de Aids (EACS, na sigla em inglês), e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
ACORDO - A parceria inclui a transferência da tecnologia, a fabricação e a distribuição pelo período de cinco anos. Entre 2012 e 2016, serão produzidos 99,5 milhões de cápsulas de Atazanavir na apresentação de 300 mg, sendo 19,9 milhões delas a cada ano; e 28 milhões das cápsulas de 200 mg, sendo 5,6 milhões também a cada ano.
COMBATE AO VÍRUS - O Brasil é referência mundial no enfrentamento do HIV/Aids. Há 16 anos, o SUS garante acesso universal a todos os medicamentos necessários para o combate ao vírus HIV, além de exames e acompanhamento médico, que beneficiam 217 mil brasileiros. Além disso, o SUS oferece tratamento antirretroviral a 97% dos brasileiros diagnosticados com Aids.
O Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente 20 antirretrovirais, que representam investimentos de R$ 850 milhões por ano na aquisição dos medicamentos. Desses 20, oito são objeto de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo.
Fonte: Ministério da Saúde
Um levantamento realizado no Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo (antigo Hospital Brigadeiro), unidade da Secretaria de Estado da Saúde na capital paulista, mostra que o uso de pílula anticoncepcional por mulheres fumantes pode aumentar expressivamente as chances das mulheres desenvolverem trombose.
O estudo foi elaborado com base nos atendimentos ambulatoriais do ano passado. No total, 400 mulheres entre 20 e 45 anos com trombose venosa foram acompanhadas e 45% fumavam e também usavam o método contraceptivo. As pacientes que não faziam uso de nenhuma das substâncias corresponderam a 6% do total. As demais 197 usuárias que desenvolveram o problema apresentavam também outros fatores de risco, mas também já tinham tido contato com o fumo e a pílula anticoncepcional em algum momento.
Trombose venosa profunda - Ela ocorre quando há formação de um coágulo sanguíneo em uma veia do interior do corpo. "É como se o sangue formasse uma 'rolha' no vaso sanguíneo e não deixasse o sangue circular", explica a médica hematologista Denise Zahr.
Os hormônios dos anticoncepcionais, como o estrógeno e a progesterona, alteram a circulação e aumentam os fatores de coagulação do sangue, por isso as chances de desenvolvimento de coágulos nessas veias profundas são maiores. De maneira geral, o problema pode estar associado a alterações genéticas, mas é relacionado, principalmente, às dislipidemias (hipertensão arterial e colesterol) e a fatores de risco como a obesidade, o sedentarismo e o tabagismo.
"Este efeito colateral da pílula é informado na bula do medicamento, mas nem sempre as mulheres são bem orientadas pelos especialistas. A combinação do uso do anticoncepcional com o cigarro ou mesmo a um dos fatores de risco para trombose funciona como uma bomba para o organismo. É extremamente importante que o médico conheça bem a história de sua paciente antes de receitar qualquer tipo de medicação, além de acompanhar de perto o tratamento", ressalta Denise.
Somente especialistas podem indicar o melhor método de prevenção para cada mulher, conforme sua idade, histórico familiar e condição financeira. Além da pílula, existem outros contraceptivos, como o dispositivo intrauterino (DIU). "Realizar caminhadas e exercícios físicos regularmente, consumir uma dieta equilibrada, evitar a automedicação e abandonar o cigarro são maneiras seguras de evitar a trombose", finaliza a especialista.
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo