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São Paulo-As pessoas com 30 anos ou mais idade - principalmente as mulheres - são as mais preocupadas com a contaminação do vírus HIV, transmissor da aids, segundo o levantamento feito pela Secretaria Estadual da Saúde com base em 36 mil testes de diagnósticos gratuitos, realizados durante a campanha Fique Sabendo 2010, entre os meses de novembro e dezembro, do ano passado.
Uma em cada três pessoas que procuraram o teste pela primeira vez tinham mais de 40 anos de idade e a maioria dos interessados, 56,8% , na faixa dos 30 anos. Comparando-se homens e mulheres, o sexo feminino teve maior participação (53,6%), mas os resultados comprovando a infecção prevaleceu entre os do sexo masculino com número de casos três vez mais.
Entre os homens com diagnósticos positivos 53,3% tinham idade na faixa de 25 a 39 anos e a minoria 16,9% de 14 a 24 anos. Já os casos confirmados em mulheres, 56,2% tinham entre 25 e 39 anos e 13,3% de 14 a 24 anos.
Por meio de nota, a coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, Maria Clara Gianna, alertou que “o diagnóstico tardio da doença prejudica o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes”. Diante disso, observou ser importante que haja maior interesse da população jovem porque “as pessoas iniciam a vida sexualmente ativa cada vez mais cedo”.
Por Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil
Edição: João Carlos Rodrigues
Agência FAPESP – Em 2006, um artigo publicado na revista Science por cientistas ligados a um Projeto Temático do Programa Biota-FAPESP demonstrou que as plantas da Mata Atlântica possuem uma diversidade impressionante de bactérias associadas: cada uma das espécies de árvores conta com uma comunidade distinta – e única – de centenas de espécies de bactérias.
A descoberta sugeriu que a função desses microrganismos para a dinâmica da floresta pode ser muito mais importante do que se imaginava. Agora, um outro Projeto Temático, iniciado em 2009, está aprofundando aquelas pesquisas a fim de entender melhor a diversidade microbiológica da floresta.
Um dos achados mais importantes até agora no novo projeto indica que a substituição de uma área de floresta por uma área de plantas cultivadas pode reduzir em mais de 99% a diversidade de bactérias associadas às superfícies das folhas. As consequências disso ainda estão sendo avaliadas.
De acordo com o coordenador do Temático, Marcio Rodrigues Lambais, professor do Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), a base para os estudos foi a descoberta de 2006, que demonstrava que cada planta possuía sua própria comunidade de bactérias.
“Estamos agora tentando aprofundar os estudos para saber como essa comunidade bacteriana varia não apenas em relação às várias espécies de planta, mas também em relação à localização das plantas em diferentes ambientes, levando em conta, por exemplo, a posição das árvores dentro de um determinado parque, ou a comparação entre a mesma espécie de planta em parques distantes”, disse à Agência FAPESP.
Na superfície das folhas, troncos e raízes das árvores existem biofilmes muito complexos compostos por diversos microrganismos que interagem entre si, com a planta, com os animais e com a atmosfera. Segundo Lambais, esses microrganismos associados às plantas – e cuja função pouco se conhece – estão sendo estudados com a utilização de ferramentas metagenômicas.
“Os estudos mostram que cada espécie de planta tem associada a ela um conjunto único de espécies de bactérias. E cada parte da planta tem uma comunidade diferente. Na folha, na casca ou na raiz, as mesmas espécies bacterianas não se repetem”, disse Lambais. Só nas folhas foram encontradas de 30 a 600 espécies bacterianas distintas, dependendo da espécie vegetal.
“Se computarmos a totalidade dessa diversidade, concluímos que cada espécie de planta pode ter mais de 2 mil espécies de bactérias associadas. Uma diversidade gigantesca sobre a qual não conhecemos praticamente nada”, destacou.
A maior parte dos estudos está sendo realizada nas áreas pertencentes ao Temático que gerou os estudos concluídos em 2006, conhecido como Parcelas Permanente e coordenado pelo professor Ricardo Ribeiro Rodrigues, também da Esalq. O trabalho mais recente foi feito na parcela de 10 hectares localizada no Parque Carlos Botelho, onde existem 217 espécies de árvores.
“O projeto Parcelas Permanentes já havia caracterizado toda a área e realizado o censo das espécies vegetais. Já tínhamos esses dados, além de outros relacionados às características químicas e físicas do solo, e os utilizamos para agregar informação microbiológica. No estudo, conseguimos demonstrar relação entre a estrutura da comunidade de bactérias e a filogenia das plantas”, disse Lambais.
Diferenças nas áreas cultivadas
A partir das informações levantadas com o uso de tecnologias moleculares, os pesquisadores acreditavam que provavelmente as plantas cultivadas teriam associadas a elas uma quantidade de bactérias menor e bem diferente das que estão presentes nas espécies da floresta.
“Tínhamos essa curiosidade e fomos fazer essa comparação utilizando soja, cana-de-açúcar e eucalipto. Para nossa surpresa, as plantas cultivadas e as árvores da floresta são estatisticamente muito semelhantes em termos de diversidade e riqueza estimada de espécies bacterianas. No entanto, os tipos de bactéria que vivem nas folhas das plantas cultivadas é bem diferente daquelas que vivem nas plantas da floresta”, disse.
Enquanto nas plantas da mata predominam as gamaproteobactérias, nas plantas cultivadas predominam as alfaproteobactérias. “Normalmente, essas alfaproteobactérias são microrganismos que crescem muito rápido e que, por isso, estão muito bem adaptadas ao ciclo curto das culturas agrícolas”, contou Lambais.
Uma cultura de soja, por exemplo, passa por um ciclo de três meses até a colheita. A comunidade de bactérias ali presente está adaptada a essa situação e cresce muito rapidamente.
“Em espécies arbóreas a situação é muito mais estável. O biofilme de bactérias nas folhas pode se desenvolver por um período de tempo muito maior. Certamente, esse tipo de comunidade bacteriana tem funções muito diferentes. Então, se alteramos o uso do solo, alteramos também todos os processos que dependem dessa comunidade microbiana associada às plantas”, disse.
A substituição de uma área de floresta por uma área idêntica de plantas cultivadas poderia reduzir drasticamente a diversidade bacteriana, segundo o estudo. Segundo Lambais, o cálculo foi feito a partir dos dados da área de 10 hectares de floresta da reserva Carlos Botelho, que possui mais de 200 espécies arbóreas.
“Considerando-se que há 200 espécies vegetais e cada uma possui pelo menos 50 espécies de bactérias associadas à filosfera, temos pelo menos 10 mil espécies diferentes de bactérias por hectare. Se substituirmos os 10 hectares de floresta por 10 hectares de cana-de-açúcar, por exemplo, teremos apenas as 50 bactérias associadas à folha da cana-de-açúcar. Serão apenas 50 tipos de bactérias, em vez de 10 mil. Só aí temos uma redução de mais de 99%”, explicou.
Nas plantações, grandes área são dominadas por uma só espécie vegetal. Isso se reflete na variabilidade das espécies de bactérias, fazendo com que um único grupo domine toda a área. A manutenção de diversidade vegetal, portanto, é importante também para manter a diversidade microbiológica.
“O que não sabemos ainda com exatidão é qual a importância de se manter essa diversidade de bactérias. Por isso, estamos tentando entender quais são os papéis funcionais dessas bactérias na floresta, definir o que elas fazem”, disse Lambais.
Funções das bactérias
Um exemplo dessas funções das bactérias foi descoberto em uma outra área do programa Biota: o Núcleo Santa Virgínia, no Parque Estadual da Serra do Mar. Ali, a equipe do Prof. Lambais detectou que algumas espécies de plantas têm altíssima atividade de fixação de nitrogênio na superfície de suas folhas.
“O nitrogênio é um elemento essencial para o crescimento da planta e não existe disponibilidade desse elemento no solo da floresta. Para a manutenção da floresta, o nitrogênio precisa vir do meio externo. Ele é capturado do ar por microrganismos que vivem associados à folha e à casca das árvores”, explicou Lambais.
Segundo o professor da Esalq, o palmito, uma planta dominante nessas áreas de Mata Atlântica, foi identificado como uma das plantas que têm alta fixação de nitrogênio nas folhas. “Temos uma hipótese que ainda vamos testar com o palmito: achamos que a predominância de algumas espécies de plantas na floresta está associada à capacidade delas se associarem com bactérias fixadoras de nitrogênio”, afirmou.
A fixação do nitrogênio, no entanto, é apenas um dos inúmeros exemplos da importância funcional das bactérias para a floresta. Algumas dessas bactérias têm alta capacidade de produção de compostos antibióticos.
“Por que as plantas na floresta raramente ficam doentes? Provavelmente elas têm a proteção natural desses microrganismos que estão ali vivendo. Quando uma planta é domesticada e cultivada em grandes monoculturas, ela rapidamente perde a capacidade de inibir o crescimento de microrganismos patogênicos e, com isso, o resultado são os surtos de doenças nas plantações. Proteger a própria planta pode ser uma das outras funções que as bactérias podem ter”, afirmou.
Segundo Lambais, embora ainda esteja em seu primeiro ano, o Projeto Temático já tem resultados promissores e várias publicações estão em preparação. “Temos um grupo grande envolvido com o projeto e contamos com o apoio de várias outras pessoas interessadas na questão microbiológica”, disse.
Por Fábio de Castro - Agência FAPESP
Link de acesso: http://www.agencia.fapesp.br/materia/13319/microbios-das-florestas.htm
Grávidas não deixam de utilizar drogas e não informam ao médico sobre o uso
Uma pesquisa realizada na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP resultou em um método capaz de detectar a presença de crack e cocaína nas primeiras fezes após o nascimento do bebê, chamada de mecônio, que se acumula no organismo da criança a partir da décima segunda semana de gestação.
“Durante a gravidez, o uso de drogas lícitas, tais como cigarro e álcool ou ilícitas, como cocaína e crack podem prejudicar tanto a saúde da mãe quanto do feto. A análise do mecônio possibilita ao médico uma análise mais completa sobre determinados sintomas que a criança possa apresentar, como tremores, deficiências neurológicas, hipertensão arterial e síndrome da morte súbita em neonatos, mas que a falta ou a omissão de informações transmitidas pela mãe pode inviabilizar um diagnóstico mais correto”, conta a farmacêutica Marcela Nogueira Rabelo Alves.
A escolha pelo mecônio foi a busca de uma alternativa menos invasiva do que a extração de sangue ou líquido amniótico, e também que viabilizasse uma ampla janela de detecção para a benzoilecgonina e o éster metilanidrecgonina substâncias que identificam respectivamente, a cocaína e o crack. A proposta foi ao encontro de outros pesquisas já realizadas nessa área pelo orientador do trabalho, o professor Bruno Spinosa De Martinis, do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia,Ciências e Letras de Ribeirão Preto, como o uso de outras matrizes, como suor, humor vítreo, saliva, cabelo, dente, entre outras.
Os dados estão no mestrado Desenvolvimento e validação de metodologia para analise de cocaína, derivados e metabolitos em amostras de mecônio utilizando a Cromatografia em fase Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas defendido, em 2010, na FCFRP.
O método denominado cromatografia gasosa acoplada a espectometria de massas (CG-EM) consiste no isolamento de uma parte do mecônio, retirado da fralda de bebês recém-nascidos, na purificação da amostra com cartuchos de extração em fase sólida e posterior injeção da mesma no cromatógrafo.
Toda a preparação e análise leva em média de 6 a 7 horas. A análise deve ser feita mediante uma padronização de métodos e parâmetros, em conformidade com a Resolução 899/2003 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que possa vir a ser utilizada em laboratórios e hospitais. “Esta foi a fase mais demorada da pesquisa”, aponta Marcela.
A pesquisa foi feita em parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da da USP (HCFMRP), previamente avaliada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do próprio hospital.O trabalho envolveu a busca por voluntárias com a garantia de sigilo absoluto sobre a identidade das mesmas, um termo de consentimento livre e esclarecido sobre a participação, um questionário e a análise das amostras.
Drogas na gravidez
A pesquisadora pôde constatar por meio da comparação entre o questionário feito e a conclusão de análise das amostras que ,“a maioria das usuárias quando grávidas não deixam de utilizar drogas e dificilmente informam ao médico sobre o uso de quaisquer tipos destas substâncias. Houve questionários em que a mãe negava o uso, mas análise mostrava um resultado positivo para o uso de crack ou cocaína”, aponta.
A cientista informa que a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em 2009, estimou um crescimento de 91% de usuárias de cocaína, em 3 anos, no Estado. “Um problema de saúde pública que assusta e se agrava em casos de gravidez”, finaliza.
Por Sandra O. Monteiro - Agência USP de Notícias
Link de acesso: http://www.usp.br/agen/?p=46066
Brasil Sorridente credencia 116 novos laboratórios regionais. Governo investe mais R$ 5 milhões na expansão do programa.
A partir do próximo mês, 116 municípios receberão recursos do Programa Brasil Sorridente, coordenado pelo Ministério da Saúde, para ampliar a produção de próteses dentárias. Por ano, o ministério repassará mais R$ 5 milhões a estes municípios (de 19 estados) para o custeio de Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPDs) – sendo um em cada cidade beneficiada – que terão capacidade de produzir 83 mil próteses por ano. Com a iniciativa, os brasileiros passam a contar com 780 LRPDs, em todo o país, para a produção total de 563 mil próteses por ano. “Estamos ampliando a assistência odontológica aos usuários do SUS”, destaca o coordenador de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca.
Os recursos para o pagamento dos 116 LRPDs habilitados serão repassados diretamente às secretarias municipais ou estaduais de saúde e liberados de acordo com a estrutura e com a capacidade de produção dos laboratórios, que podem confeccionar mensalmente entre 50 e 150 próteses totais, parciais ou de um único dente. Em fevereiro, as secretarias já receberão os recursos referentes às próteses produzidas este mês.
O PROGRAMA – Lançado em 2004 pelo Ministério da Saúde, o Programa Brasil Sorridente implantou, pela primeira vez, políticas e ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal dos brasileiros. Só em 2010, o programa investiu R$ 600 milhões em saúde bucal. O aumento da oferta de serviços públicos de saúde bucal e de ações preventivas poupou a extração de 400 mil dentes, por ano, no país.
Além dos LRPDs, fazem parte da estrutura do programa 20 mil equipes de Saúde Bucal, integradas à Estratégia Saúde da Família, que estão presentes em 85% dos municípios. Também são oferecidos, por meio do Brasil Sorridente, tratamentos como canal, cirurgias, intervenções estéticas e exames para detectar câncer bucal. Os atendimentos são realizados nos 853 Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) que, só no ano passado, fizeram 25 milhões de atendimentos.
Segundo a pesquisa, a proporção de crianças livres de cárie aos 12 anos cresceu de 31% para 44%. Isso significa que 1,4 milhão de brasileiros com esta idade não tem nenhum dente cariado atualmente — 30% a mais que em 2003.
Municípios beneficiados com os novos LRPDs:
UF
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MUNICÍPIO
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AL
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Olho D'água das Flores
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AM
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Tefé
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BA
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Guanambi
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BA
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Itamaraju
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BA
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Livramento de Nossa Senhora
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BA
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Salvador – repasse para o Estado
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CE
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Crato – repasse para o Estado
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CE
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Croatá
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CE
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Icó
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CE
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Jati
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CE
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Madalena
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CE
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São Benedito
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GO
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Anápolis
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GO
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Goiatuba
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GO
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Rio verde
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MA
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Governador Nunes Freire
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MA
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Porto Franco
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MG
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Conceição das Alagoas
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MG
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Contagem
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MG
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Divisópolis
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MG
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Frutal
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MG
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Ibiaí
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MG
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João Monlevade
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MG
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Lavras
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MG
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Ribeirão das Neves
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MG
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Salinas
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MG
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Uberaba
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MS
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Aparecida do Taboado
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MS
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Bonito
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MS
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Corumbá
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MS
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Guia Lopes da Laguna
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MS
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Paranaíba
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MS
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Ponta Porã
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PA
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Água Azul do Norte
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PA
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Igarapé-Miri
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PA
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São Domingos do Araguaia
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PA
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Senador José Porfírio
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PB
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Araruna
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PB
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Barra de são Miguel
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PB
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Cruz do Espírito Santo
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PB
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Duas Estradas
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PB
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Itabaiana
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PB
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Juarez Távora
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PB
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Lagoa Seca
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PB
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Monteiro
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PB
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Pombal
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PB
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Santa Cruz
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PB
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Seridó
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PB
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Sertãozinho
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PE
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Caetés
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PE
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Igarassu
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PR
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Cianorte
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PR
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Foz do Iguaçu
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PR
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Goioerê
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PR
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Mamborê
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PR
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Palmas
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PR
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Realeza
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PR
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Terra Boa
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PR
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Umuarama
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RJ
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Itaperuna
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RJ
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Natividade
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RJ
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Petrópolis
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RJ
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Pinheiral
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RJ
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Resende
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RJ
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Rio Bonito
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RJ
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Volta Redonda
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RN
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Açu
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RN
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Florânia
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RS
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Panambi
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SC
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Criciúma
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SC
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Maravilha
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SC
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São Lourenço do Oeste
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SE
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Nossa Senhora do Socorro
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SP
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Alambari
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SP
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Atibaia
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SP
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Barretos
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SP
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Bocaina
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SP
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Bom Sucesso de Itararé
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SP
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Caraguatatuba
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SP
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Cerquilho
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SP
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Cubatão
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SP
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Diadema
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SP
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Divinolândia
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SP
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Dobrada
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SP
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Fernandópolis
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SP
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Guapiaçu
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SP
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Herculândia
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SP
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Iacri
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SP
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Itápolis
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SP
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Juquiá
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SP
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Lutécia
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SP
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Marapoama
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SP
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Matão
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SP
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Mococa
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SP
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Motuca
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SP
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Nova Europa
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SP
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Osasco
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SP
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Palmital
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SP
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Patrocínio Paulista
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SP
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Pereira Barreto
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SP
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Pindorama
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SP
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Pirangi
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SP
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Poá
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SP
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Ribeirão do Sul
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SP
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Rubiácea
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SP
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Sales Oliveira
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SP
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Santa Lúcia
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SP
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Santo Antônio do Pinhal
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SP
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São Bernardo do Campo
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SP
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São João de Iracema
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SP
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São Joaquim da Barra
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SP
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São Roque
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SP
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Tietê
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SP
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Trabiju
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SP
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Valparaíso
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TO
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Palmeiras do Tocantins
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Por Gabriel Fialho, da Agência Saúde – Ascom/MS
Ministério da Saúde
Link de acesso: http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=12090
A descoberta de uma nova abordagem para as pesquisas genéticas envolvendo doenças periodontais rendeu a um grupo de cientistas liderado pelo professor Gustavo Pompermaier Garlet, da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP, o “Prêmio de Impacto Clínico” outorgado pela Academia Americana de Periodontia (AAP). Por meio desta nova abordagem, o grupo descobriu cinco genes associados a uma maior suscetibilidade para a ocorrência da periondontite, e um gene que confere uma resistência maior para o desenvolvimento da doença.
A periodontite é caracterizada por uma inflamação na gengiva (gengivite). Esta inflamação pode evoluir e se tornar crônica, levando à destruição dos tecidos de suporte dos dentes (parte da gengiva, do ligamento periodontal – que liga o osso ao dente – e do osso alveolar). Esse quadro (periodontite) pode levar à mobilidade dentária e, em estágio avançado, ocasiona a perda total dos dentes, além de se mostrar associado a algumas alterações sistêmicas, como diabetes e problemas do sistema cardiovascular.
O professor Garlet explica que, algumas pessoas sem medidas de higiene bucal adequadas desenvolvem gengivite, mas a doença nunca evolui para o estágio mais grave, a periodontite. “Uma pessoa com higiene bucal adequada não terá a doença. Mas quando a higiene bucal é inadequada, a incidência e a severidade da periodontite podem ser variar sob influência da predisposição genética”, esclarece.
Garlet explica que outros cientistas já haviam tentado associar a doença com aspectos genéticos, mas os resultados eram sempre negativos ou inconsistentes. Isso acontecia porque as pesquisas sobre periodontite costumavam utilizar dois grandes grupos: pessoas com e sem a doença. Na comparação genética entre esses grupos, os resultados apontavam que os genes não tinham nenhuma ou pouca influência no desenvolvimento da doença, ou ainda não ofereciam base para se obter uma resposta precisa. Esses pesquisadores não levavam em conta a existência de pessoas com gengivite crônica que nunca desenvolviam periodontite e não associaram esse fato a um possível gene que representasse um fator protetor contra a doença.
Gengivite x periodontite
A abordagem inovadora do grupo liderado por Garlet consistiu em analisar três grupos: o primeiro era formado por pacientes com gengivite; no segundo, foram incluídas pessoas com periodontite. O terceiro grupo (controle) – assim como nos estudos realizados anteriormente por outros pesquisadores -, era formado por pessoas com e sem gengivite ou periodontite, e que, na verdade, representam uma mistura das duas populações representadas nos outros grupos. Cada grupo tinha cerca de 200 pessoas, totalizando aproximadamente 600 participantes, sendo todos do estado de São Paulo.
Os pesquisadores coletaram a saliva dos participantes, realizaram extração do DNA e analisaram o material pela técnica PCR Real Time, que descrimina quais são as variantes genéticas presentes em cada amostra.
A seleção dos participantes começou em Ribeirão Preto, em 2001, durante o mestrado do professor Garlet, junto a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Esta coleta teve continuidade durante o seu doutorado e pós-doutorado ainda na FMRP, e depois de sua contratação como docente junto à FOB. Finalmente, em um estágio de pós-doutorado na Universidade de Pittsburgh, o professor Garlet aprimorou seu conhecimento nos aspectos genéticos necessários para a conclusão do estudo, finalizado em 2010, na FOB.
“Com esta nova abordagem conseguimos identificar alguns genes como fatores de risco significantes para a proteção ou susceptibilidade à doença”, aponta Garlet. Segundo ele, do ponto de vista técnico, o avanço apresentado pelas pesquisas do grupo não é tão grande; mas a abordagem inovadora e a sua potencial aplicação a novos estudos na área sim.
Prêmio
O prêmio foi concedido durante o 96º Encontro Anual da Academia Americana de Periodontia (AAP), realizado no Centro de Convenções do Hawaii, em Honolulu, nos Estados Unidos, no período de 30 de outubro a 2 de novembro de 2010.
Também participaram do estudo os pesquisadores Ana Paula Campanelli, professora associada da FOB; Ana Paula Favaro Trombone, do Instituto Lauro de Souza Lima (bolsa JP-FAPESP); Cristina Ribeiro Cardoso, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP; João Santana Silva, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP; Walter Martins Jr, da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP); além de Ariadne Letra, Renato Menezes e Alexandre Vieira, da Universidade de Pittsburgh.
Por Valéria Dias - Agência USP de Notícias
Link de acesso: http://www.usp.br/agen/?p=45992