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Consumir água limpa é uma das medidas mais importantes para manter-se saudável durante as enchentes
Uma das medidas mais importantes que podem ser tomadas pelas pessoas atingidas por enchentes, em suas casas ou nos abrigos, é cuidar da qualidade da água a ser consumida, especialmente aquela destinada para ingestão, preparo de alimentos e higiene. Existem métodos caseiros de purificação da água que podem ser realizados com recursos simples, que deixam a água livre de bactérias, vírus e parasitas que podem causar doenças.
A melhor forma de limpar a água e torná-la apropriada para o consumo humano é filtrá-la e, depois, fervê-la. Para filtrar a água, pode ser usado um filtro doméstico, um coador de papel ou um pano limpo. Depois, é preciso ferver a água. Infelizmente, nem sempre é possível fazer a fervura, pois as condições de vida da população podem tornar-se precárias durante a ocorrência de fortes chuvas e enchentes.
Neste caso, depois de filtrada, a água precisa ser tratada com hipoclorito de sódio (2,5%). Coloque duas gotas do produto em um recipiente com um litro de água e deixe descansar por 15 minutos. Depois disso, a água está pronta para o consumo. (Para mais detalhes sobre o procedimento e a proporção água x hipoclorito de sódio, ver Tabela 1)
Segundo Guilherme Franco Netto, diretor do Departamento de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, a fervura da água é extremamente importante. “Existindo um fogão disponível, é sempre indicado ferver a água. Claro que é preciso ter cuidado. Não se pode ferver e deixar em um recipiente aberto. O indicado é esperar apenas que a água esfrie para ser consumida em seguida. Melhor ainda é usar todos os métodos de purificação, se for possível: filtrar, ferver, tratar com hipoclorito, e depois consumir”.
Também é fundamental higienizar e manter limpos os recipientes – garrafas, potes, vidros – usados para armazenar a água já purificada. Primeiro, lave-os com água filtrada e sabão (ver tabela 2). Em seguida, deve-se iniciar o processo de desinfecção dos recipientes. Para isso, dilua duas colheres de sopa de hipoclorito de sódio em um litro de água. Com essa água, é possível higienizar os utensílios.
Vale destacar que esta água não pode ser bebida, apenas usada para limpeza. Encha os recipientes com essa água, feche-os, agite bem, e deixe descansar por 15 minutos. Esvazie-os, e enxágüe com água para consumo (ver Tabela 1). (Para mais informações sobre a limpeza de recipientes e utensílios domésticos em geral, ver Tabela 2)
Fazer a limpeza da caixa d’água também é essencial para que se possa garantir que toda a água consumida estará potável. Para fazer essa higienização, é só seguir os seguintes passos:
1. Feche o registro da água e esvazie a caixa d’água, abrindo as torneiras e dando descargas. Quando a caixa estiver quase vazia, feche a saída e utilize a água que restou para a limpeza da caixa e para que a sujeira não desça pelo cano.
2. Esfregue as paredes e o fundo da caixa utilizando panos e escova macia ou esponja. Nunca use sabão, detergente ou outros produtos de limpeza. Retire a água suja que restou da limpeza, usando balde e panos, deixando a caixa totalmente limpa.
3. Deixe entrar água na caixa até encher, e acrescente 1 litro de hipoclorito de sódio (2,5%) para cada 1.000 litros de água. Na falta de hipoclorito de sódio, poderá ser utilizada água sanitária que contenha apenas hipoclorito de sódio e água. Deixe descansar por duas horas, para o hipoclorito desinfete o reservatório.
4. Esvazie a caixa d’água novamente para que a água com hipoclorito limpe e desinfete as tubulações. Esta água não deve ser utilizada para consumo humano, apenas para limpeza de pisos e calçadas.
5. Tampe a caixa d’água para que não entrem pequenos animais, ratos ou insetos. Anote a data da limpeza do lado de fora da caixa.
6. Abra a entrada de água.
Tabela 1. Água para consumo humano |
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A água para consumo humano deve ser filtrada (com filtro doméstico, coador de papel ou pano limpo) e, posteriormente, fervida. A fervura da água elimina bactérias, vírus e parasitas; por isso, é o método preferencial para tratamento da água de consumo humano. Caso não seja possível ferver, obter água de uma fonte que não tenha sido contaminada por esgoto e realizar a filtração (com filtro doméstico, coador de papel ou pano limpo) e posterior tratamento com hipoclorito de sódio (2,5%). |
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Água |
Hipoclorito de sódio |
Modo de higienização |
1 litro |
2 gotas |
• Para cada litro de água para consumo humano, adicionar duas gotas de hipoclorito de sódio (2,5%); |
20 litros |
1 colher das de chá |
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200 litros |
1 colher das de sopa |
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1.000 litros |
2 copinhos de café |
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Tabela 2. Recipientes para armazenamento de água, embalagens de alimentos e utensílios domésticos |
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Água |
Hipoclorito de sódio |
• A água para higiene dos recipientes de armazenamento de água, embalagens de alimentos e utensílios domésticos deve ser filtrada (com filtro doméstico, coador de papel ou pano limpo) e passar por um posterior tratamento com hipoclorito; |
1 litro |
2 colher das de sopa |
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1 litro |
1 colher das de sopa |
Ministério da Saúde
Link de acesso: http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=12143
Revista britânica reconhece protagonismo brasileiro no investimento em P&D para o combate a doenças infecciosas
Artigo publicado na edição de janeiro da revista britânica The Economist destacou o Brasil como líder internacional em pesquisa em medicina tropical. O título sugere que o país é destino promissor para jovens cientistas do mundo todo: “Go south, young scientist” (algo como: vá para o sul, jovem cientista). O texto ressalta que, além de o Brasil ter uma comunidade científica atuante, o investimento financeiro do governo em pesquisa é alto – 1% do Produto Interno Bruto (PIB) - quase o dobro da média dos demais países da América Latina.
Os investimentos do Ministério da Saúde também têm impacto nesses investimentos: desde 2003, orienta grande parte de seus recursos a linhas de pesquisa relacionadas às doenças “negligenciadas”, também chamadas de doenças infecciosas da pobreza (dengue, doença de Chagas e malária, por exemplo). De 2003 a 2009, o ministério investiu R$ 82,4 milhões em centenas de projetos nesta área. Não à toa, o país está no topo da lista de países que financiam pesquisa em dengue, segundo a GFinder List, instituição inglesa que realiza levantamento anual de pesquisas.
A atuação brasileira na área tem chamado a atenção dos financiadores do mundo de P&D em saúde. Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde foi convidado pela Bill & Melinda Gates Foundation para uma reunião em Washington com as maiores instituições internacionais que financiam P&D. O encontro ocorreu no Research for Development Institute, ONG financiada pelo fundador da Microsoft. Ao lado do Ministério da Saúde brasileiro, estavam representantes da OMS, da Usaid e do banco belga UBS.
“Eles queriam principalmente entender os mecanismos utilizados pelo Brasil para incentivar a realização de pesquisas a respeito de doenças negligenciadas – uma área não muito atraente para a indústria farmacêutica, pelo reduzido potencial de retorno lucrativo, uma vez que a população atingida é de baixa renda e presente, em sua maioria, em países em desenvolvimento”, afirma a diretora de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Leonor Pacheco, que representou o ministério no evento.
O número de pesquisadores brasileiros e de publicações em revistas científicas também está crescendo. São formados anualmente 10 mil PhDs – dez vezes mais do que 20 anos atrás. Entre 2002 e 2008, a participação de pesquisadores brasileiros na publicação de artigos científicos cresceu de 1,7% para 2,7%. Ainda tem aumentado a colaboração de cientistas brasileiros em artigos de pesquisadores de outras partes do mundo: 30% dos artigos assinados por brasileiros têm um co-autor estrangeiro atualmente.
Em 2006, o Ministério da Saúde lançou o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento em Doenças Negligenciadas no Brasil, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia. Foram estabelecidas sete prioridades de atuação que compõem o programa em doenças negligenciadas: dengue, doença de Chagas, leishmaniose, hanseníase, malária, esquitossomose e tuberculose. Por meio deste programa, já foram financiados 140 projetos.
Além disso, o Programa de Pesquisa para o SUS promove o financiamento de projetos de pesquisa em saúde em todos os estados brasileiros, estimulando o investimento das fundações de amparo à pesquisa estaduais, secretarias estaduais de saúde e de ciência e tecnologia. De 2003 a 2008, foram financiados 203 projetos. O Ministério da Saúde também tem investido na organização de redes de pesquisa em áreas específicas, tais como a Rede Malária, que agrega competências de regiões distintas do País para o enfrentamento da doença. O intuito é estimular o intercâmbio entre instituições que concentram competências, a integração entre pesquisadores e o compartilhamento de infraestrutura.
Por Bárbara Semerene, da Agência Saúde – Ascom/MS
Link de acesso: http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=12136
Brasília – O Ministério da Saúde emitiu um alerta para o risco provocado por água e alimentos contaminados e por animais peçonhentos, sobretudo neste período de alto índice de enchentes no país.
De acordo com a pasta, o cuidado com a alimentação é uma das principais medidas para proteger a saúde durante e após a ocorrência de enchentes. Consumir alimentos que entraram em contato com a água ou a lama da enchente pode causar doenças e, até mesmo, levar à morte. A orientação é dar preferência a alimentos não perecíveis e evitar legumes, verduras e carnes.
Todos os alimentos que estiverem com cheiro, cor e aspecto fora do normal – úmidos, mofados ou murchos – devem ser descartados. Os alimentos em embalagens de plástico lacradas, mas que tiveram contato com água de enchente, também devem ser jogados fora. O mesmo se aplica aos que estiverem acondicionados em latas amassadas, enferrujadas ou semi-abertas.
Outra medida importante a ser tomada em situações de enchente é cuidar da qualidade da água a ser consumida, seja para ingestão, preparo de alimentos ou higiene. O ministério recomenda que métodos caseiros de purificação da água sejam adotados para que haja a eliminação de bactérias, vírus e parasitas.
A melhor forma de limpar a água e torná-la apropriada para o consumo humano é filtrá-la e, depois, fervê-la. Para filtrar a água, pode ser usado um filtro doméstico, um coador de papel ou um pano limpo. Depois, é preciso ferver a água. Caso não seja possível fervê-la, a água precisa ser tratada com hipoclorito de sódio (2,5%) ou água sanitária – duas gotas do produto para cada litro de água. Em seguida, deve-se deixar descansar por 15 minutos.
Em relação ao alerta para animais peçonhentos, o ministério explicou que os alagamentos fazem com que esses animais saiam de seus esconderijos naturais, procurando abrigo dentro das casas. A orientação é utilizar equipamentos de proteção individual como luvas, botas, calçados fechados e de estrutura rígida. É preciso ainda cuidado na limpeza da casa, durante o deslocamento de móveis e outros objetos.
Caso um animal peçonhento seja encontrado, a pessoa deve se afastar com cuidado, evitar assustar ou tocar o animal, mesmo que pareça morto, e procurar a Vigilância Ambiental. Caso a pessoa seja picada, é recomendado limpar o local com água e sabão e manter a vítima em repouso até a chegada de socorro.
Por Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
Brasília - O diretor administrativo da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, Dante Mário Longhi Júnior, disse que se o teste NAT (a sigla em inglês para Teste de Ácido Nucleico) fosse obrigatório no país, o risco de infecções contraídas por meio de transfusões de sangue diminuiria em até 20 vezes.
O teste NAT brasileiro é uma das inovações tecnológicas que estão sendo desenvolvidas para o combate às doenças retrovirais. A implementação gradual é feita pelo Ministério da Saúde, por meio da Coordenação da Política de Sangue. O procedimento serve para detectar o HIV e HCV (hepatite C), além de ampliar a segurança nos serviços de hemoterapia no Brasil.
Ele manifestou preocupação com a demora na adoção do teste, que ocorre devido ao custo significativo. “Não podemos, devido à justificativa econômica, deixar de garantir a maior segurança possível na transfusão realizada no Brasil. Os órgãos governamentais defendem a ideia de que esse teste tem custo relativamente elevado e que o Brasil está desenvolvendo um produto nacional. É pertinente, mas o Brasil deveria adotar esses testes que já existem no mercado e, só depois, desenvolver o nacional", disse em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
Dante Longhi disse que o país está no sentido inverso. "Temos que tratar como prioridade a segurança nas transfusões e só então buscar novas opções, economicamente viáveis”, acrescentou.
Segundo ele, diversos estudos demonstram a segurança maior com a utilização do teste NAT, entre eles, um do Hospital das Clinicas, da Universidade de São Paulo.
“A transfusão de sangue é segura no Brasil, mas ainda deixa a desejar. O teste aumenta a segurança da transfusão, pois investiga a presença de alguns agentes infecciosos como, por exemplo, o HIV e os vírus da hepatite C e B, o que faz uma triagem do sangue que vai ser doado". Se o sangue tiver material genético de algum desses vírus, ele é desprezado.
Da Agência Brasil
Edição: Graça Adjuto e Talita Cavalcante
Brasília – Com o aumento de casos de dengue entre crianças e jovens com até 15 anos, nos últimos anos, o Ministério da Saúde elaborou um manual específico para orientar os profissionais quanto ao tratamento da doença nesse público alvo.
Nas últimas epidemias, 25% das vítimas de dengue eram menores de 15 anos de idade. Desde 2003, passou-se a registrar aumento no número de casos da forma grave da doença em crianças e adolescentes.
O guia alerta os profissionais para que redobrem a atenção quanto aos sintomas da dengue em crianças. De acordo com o ministério, o diagnóstico é difícil porque os sinais podem ser semelhantes aos de outras doenças comuns nessa faixa etária. Outro alerta é para o agravamento da doença, que ocorre de maneira repentina na criança. Na maioria dos adultos, os sintomas pioram gradualmente.
O manual dispõe de um quadro com classificação de risco e a lista dos sinais alarmantes que são indicativos de uma internação imediata do paciente. O objetivo é evitar mortes e orientar os médicos para o atendimento das pessoas em estado grave.
O ministério vai distribuir 40 mil exemplares da publicação às secretarias estaduais de Saúde. O manual está disponível também no site da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), no endereço eletrônico www.saude.gov.br/svs.
Por Carolina Pimentel - Repórter da Agência Brasil
Edição: Lana Cristina