Notícias
Serão incluídos no Sistema Único de Saúde mais dois novos medicamentos contra hepatite C: o Telaprevir e o Boceprevir, que devem beneficiar 5,5 mil pacientes, portadores de cirrose e fibrose avançada.
Os novos medicamentos, que são direcionados aos portadores de hepatite C, devem estar disponíveis no SUS a partir do ano que vem, e fazem parte da classe de inibidores de protease, a mais moderna para combater a doença em todo o mundo. Ambos têm uma taxa de eficácia de 80% − o dobro do sucesso obtido com a estratégia convencional utilizada atualmente, que associa dois medicamentos, o Interferon Peguilato (injetável) e a Ribavirina (via oral), cujo tratamento tem duração de 48 a 72 semanas. Os novos medicamentos são administrados oralmente e têm duração de até 48 semanas.
As hepatites são doenças graves que atacam o fígado, um dos órgãos mais importantes do corpo humano. Os cinco principais tipos (A, B, C, D e E) são causados por vírus que podem passar de uma pessoa para outra e infectam mais homens do que mulheres. A hepatite B é uma doença sexualmente transmissível (DST). E, assim como a hepatite C, pode ser também transmitida pelo sangue.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 33 mil casos de hepatites são notificados anualmente. No Brasil, há cerca de 1,5 milhão de pessoas infectadas pela hepatite C, que é responsável por 70% das hepatites crônicas, 40% dos casos de cirrose e 60% dos cânceres primários de fígado. Esta é uma doença silenciosa, e da infecção até a fase da cirrose hepática pode levar de 20 a 30 anos, em média, sem nenhum sintoma.
Campanha Nacional contra hepatites virais
O anúncio dos novos remédios disponíveis no SUS foi feito durante o lançamento da campanha nacional contra hepatites virais na Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em Brasília. A campanha, cujo tema é "As hepatites podem estar onde você menos espera", marca o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, comemorado no próximo sábado, dia 28 de julho. Ela prevê uma série de ações de diagnóstico e prevenção, entre as quais a ampliação de testes rápidos de diagnóstico e a promoção de um concurso que vai premiar trabalhos artísticos realizados por manicures e tatuadores em unhas e tatuagens com mensagens de prevenção às hepatites.
A campanha do Ministério da Saúde envolve os cinco tipos de hepatite e os públicos prioritários são pessoas de até 29 anos, que serão incentivadas a tomar as três doses da vacina contra hepatite B, e acima de 45 anos, que deverão fazer o teste rápido de diagnóstico das hepatites B e C. Serão disponibilizados 2,3 milhões de unidades do teste rápido de diagnóstico das hepatites B e C no SUS, para serem distribuídos em um ano, conforme a demanda.
No ano passado foram distribuídos 30 mil testes rápidos, já neste ano foram disponibilizados mais de 400 mil testes apenas no primeiro semestre.
Manicures e tatuadores também são importantes parceiros na orientação da população, já que suas atividades podem ser propícias para a transmissão da hepatite B e C. Por isso, o Ministério da Saúde, em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (Unodoc), criou um concurso de arte, no qual os profissionais devem criar trabalhos de pintura de unha ou de tatuagens relacionados à prevenção da doença.
Serão concedidos prêmios aos 15 primeiros colocados. Para os três primeiros lugares, os prêmios variam entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, mais um aparelho autoclave. As inscrições são gratuitas e vão até 20 de setembro. Os formulários estão disponíveis em www.aids.gov.br/artehepatites.
Os Correios lançaram carimbo e selo alusivos à campanha, destinados a franqueamento de correspondências, para colecionadores e suvenir/recordação, e cada um custa R$ 1,20.
Fonte: Ministério da Saúde
Em decisão inédita, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) aprovou a obrigatoriedade de um exame de avaliação para formandos do curso de medicina. Até então, o teste era opcional, o que, de acordo com o conselho, contribuía para o baixo nível dos formandos avaliados nos últimos sete anos em decorrência da baixa qualidade dos cursos de medicina oferecidos.
Apesar da obrigatoriedade do exame, a concessão do registro profissional não estará condicionada à aprovação na prova, já que não há amparo legal para que isso ocorra. Desta forma, o resultado na avaliação não impedirá o exercício da profissão, mesmo que o formando obtenha nota insatisfatória e seja reprovado.
De acordo com o presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, a ausência de uma lei que impede a adoção desse tipo de medida é o principal entrave, apesar de já tramitar no Senado um projeto que prevê a criação de um exame nacional de proficiência em medicina. "Não podemos impedir porque não existe lei específica como na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Temos amparo legal para que o aluno participe da prova, para que possamos ter uma avaliação mais real da péssima formação médica que estamos tendo no Brasil e no estado de São Paulo", explica.
Segundo dados do Cremesp, no período entre 2005 e 2011, praticamente a metade dos formandos avaliados foram reprovados no exame. Dos 4.821 avaliados, 2.250 deles (46%) não obtiveram a nota mínima, que exigia o acerto de 60% das 120 questões sobre áreas médicas. Em exames anteriores, a média de acertos em alguns dos campos principais da medicina foi de 58,5% em obstetrícia, 60% em pediatria, 58,8% em saúde pública e 54,9% em clínica médica.
Além do grande número de reprovações, Azevedo alertou também para o crescimento no número de processos judiciais por erro médico, que de 2001 até 2011 subiram de 1.022 para 3.089. "Isso é uma coisa muito preocupante e estamos fazendo isso em defesa da sociedade, dos pacientes. Nenhum cidadão merece ser atendido por um médico mal formado", opina.
Associação Médica Brasileira apoia a decisão
Por meio de nota à imprensa, a Associação Paulista de Medicina (APM) e a Associação Médica Brasileira (AMB) demonstraram apoio à decisão do Cremesp. "A grande preocupação das entidades médicas é a qualidade da formação dos médicos nos dias de hoje, especialmente em virtude da constante abertura de novas vagas em escolas de medicina cuja infraestrutura deixa dúvidas quanto à qualidade da formação", afirma a nota.
Fonte: Agência Brasil
Um levantamento feito pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, em parceria com a Universidade Católica de Santos, aponta que mulheres que engravidaram após a realização da cirurgia de redução de estômago têm mais chances de ter bebês prematuros, partos por cesáreas e baixa adesão ao aleitamento materno.
O estudo analisou a gravidez de 35 mulheres com idade entre 24 e 39 anos e mostrou que 88,6% das entrevistadas tiveram parto por cesárea e 50% dos bebês nasceram abaixo do peso adequado. Outra constatação é que 14% dos bebês tiveram intercorrências após o nascimento, como problemas respiratórios ou pulmonares, infecções e até necessidade de reanimação na sala de parto.
A pesquisa também mostrou que, do total das entrevistadas, 68,6% amamentaram os filhos por menos de seis meses, sendo que, dessas, 43% só amamentaram por dois meses.
Para África Isabel de la Cruz Perez, pesquisadora e nutricionista da Divisão de Doenças Não Transmissíveis do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria, os resultados mostraram a necessidade de maior acompanhamento e intervenção nutricional dessas mulheres no período pré-natal. Uma recomendação é que a gestação aconteça apenas após 18 meses da cirurgia bariátrica. "Sérios problemas podem acometer os neonatos quando a suplementação na gestação é inadequada, tais como retardo do crescimento fetal, desequilíbrio de eletrolíticos, hemorragias cerebrais, lesão da retina permanente, anemia e morte fetal", ressalta África.
Um estudo da ONG britânica World Cancer Research Fund (Fundo Mundial de Pesquisas sobre o Câncer – WCRF) revelou que o consumo excessivo de alimentos salgados como presunto e outros embutidos, assim como o pão, pode aumentar os riscos de câncer no estômago.
Segundo a entidade, que oferece aconselhamentos sobre formas de prevenção do câncer, diminuir a quantidade de sal nos alimentos pode reduzir os riscos da doença. Além disso, outra alerta da ONG diz respeito à indicação do sódio contido em alimentos industrializados, que deve ser mais claramente exposta.
Além de aumentar os riscos de câncer, a quantidade excessiva de sal nos alimentos pode trazer ainda outros prejuízos para a saúde, como a hipertensão arterial e outros problemas decorrentes, como os acidentes vasculares cerebrais (derrames) e doenças cardíacas.
De acordo com as autoridades britânicas, o consumo diário de sal recomendado é de 6 g, enquanto a população britânica consome, em média, 8,6 g. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde encomendados ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2011, o número chega a 8,2 g.
Inimigo invisível
Considerada uma doença difícil de ser tratada devido à difícil detecção, o câncer de estômago costuma ser notado apenas quando a doença está bem estabelecida, o que aumenta a importância da sua prevenção. "Isso enfatiza a importância de escolhermos um estilo de vida que previna a ocorrência da doença – como cortar o consumo de sal e comer mais frutas e legumes", afirma Kate Mendoza, diretora de Informação do WCRF.
Para facilitar a redução no consumo diário de sal, a entidade propõe um sistema semelhante ao das luzes do semáforo, que indicaria no rótulo dos alimentos a quantidade (vermelho para alto, amarelo para médio e verde para baixo). No entanto, a medida encontra resistência por parte de fabricantes e supermercados, que preferem outras formas de rotular alimentos.
Fonte: BBC Brasil
O governo brasileiro anunciou uma boa notícia para pacientes com câncer de mama. Nesta segunda-feira (23), o Ministério da Saúde incorporou o medicamento Trastuzumabe, utilizado no tratamento da doença, à lista do Sistema Único de Saúde (SUS) e passará a distribuí-lo gratuitamente.
Conhecido por ser um dos mais eficientes e procurados medicamentos para o câncer de mama, o Trastuzumabe diminui em até 22% o risco de morte segundo alguns estudos. Por esse motivo, apenas em 2011, o governo federal gastou mais de R$ 4,9 milhões para atender pedidos judiciais que determinavam a oferta do medicamento, segundo informações do ministério. Em 2012, os gastos subiram para R$ 12,6 milhões.
Para disponibilizar o remédio em todo o país, a estimativa é de que o governo brasileiro gaste R$ 130 milhões ao ano. No entanto, antes disso, a medida ainda deve ser publicada no Diário Oficial da União e, partir daí, devem ser contabilizados mais 180 dias para que a oferta do medicamento tenha início.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, o câncer de mama é o segundo mais comum no mundo e o mais recorrente nas mulheres, com aproximadamente 1,15 milhão de novos casos todos os anos. Enquanto isso, no Brasil, a expectativa é de que, até 2013, sejam registrados novos 52.680 casos.
A taxa de mortalidade da doença é outro número que assusta. No mundo, esse tipo de câncer é responsável pela morte de 411.093 pessoas anualmente, enquanto no Brasil foram notificadas 12.812 mortes em 2010.
Fonte: Agência Brasil