Narguilés, cigarro eletrônico e cachimbos: a verdade sobre fumos alternativos

Não é apenas o cigarro que traz prejuízos e dependência. Narguilés, cachimbos, charutos, cigarros de palha, de cravo e até mesmo o cigarro eletrônico, novidade muito comentada, podem sim causar males.

Segundo a Dra. Irma de Godoy, professora adjunta de pneumologia da Faculdade de Medicina de Botucatu e coordenadora da comissão de tabagismo da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), saídas alternativas de fumo fazem mal à saúde do mesmo jeito que o cigarro ou até mesmo mais. “As formas não convencionais do uso do tabaco são potenciais epidemias do próximo século. As pessoas começam consumindo um determinado tipo e vão passando para outros. Nenhuma forma do uso do tabaco é segura”, alerta a especialista.

Cigarro eletrônico

Parece um cigarro de verdade, mas não é. O cigarro eletrônico é um cartucho que possui uma luz para simular a brasa. O filtro é descartável e contém nicotina dissolvida em propilenoglicol, um líquido sem cheiro, sem sabor e incolor. A fumaça que sai dele não é devido à queima de alguma substância, porém, cada vez que o usuário traga, o cigarro libera uma quantidade de nicotina que pode chegar aos pulmões. Além disso, o cigarro eletrônico oferece até 300 tragadas, contra as cerca de 15 de um cigarro comum. Por conter nicotina, pode causar a dependência.

Charutos e cachimbos

Um charuto corresponde a 70 cigarros. O número assusta, mas essa é exatamente a quantidade de tabaco que o charuto possui. Sendo assim, quem fuma charuto tem duas vezes mais risco de desenvolver câncer nos lábios, língua, boca, garganta, laringe e esôfago, se comparados a quem não fuma.

Além disso, quem fuma charuto apresenta um aumento de 45% no risco de desenvolver doença pulmonar obstrutiva crônica e 27% de doença coronariana. Irma afirma que o cachimbo também traz grandes prejuízos à saúde. “São 30% maiores as chances para doença cardíaca e quase três vezes mais risco para DPOC, além de existir relação entre o fumo do cachimbo e o aumento da mortalidade por câncer de pulmão, laringe, esôfago e outros graves problemas na cavidade oral”.