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Potencial do vício
Por ser um subproduto da cocaína e pela forma de introdução e repetição no organismo, pode-se dizer que o crack é, toxicologicamente, uma substância com grande poder de gerar dependência e com crises bastante agudas. "Em geral, não são diferentes das crises de uma síndrome de abstinência de cocaína, devendo ser utilizadas substâncias benzodiazepínicas em casos de excitação psicomotora. Os pacientes deverão ser deixados em ambientes tranquilos e os sinais vitais monitorizados por três a quatro dias, até a crise ser vencida, em geral, espontaneamente", explica o médico psiquiatra Dr. Sergio Seibel.
Em relação ao tratamento, o psiquiatra ressalta que é importante lidar com o problema em uma perspectiva multidisciplinar, pois o fenômeno assim o é. "O sujeito é afetado psiquicamente, clinicamente, a família é afetada, assim como todo seu entorno. Em geral, existe um ambiente de exclusão social, onde se é fundamental pensar o planejamento de reinserção socioprofissional desse indivíduo, na maior parte das vezes, alfabetizando-o e qualificando-o e colocando-o, muitas vezes, pela primeira vez no mercado de trabalho", afirma.
A família tem, nessa etapa, um papel fundamental na recuperação do paciente. A princípio, é preciso saber identificar o problema para, posteriormente, encaminhá-lo às estruturas públicas ou privadas existentes e especializadas. Por fim, a família deve oferecer todo o apoio e não marginalizar, pois se trata da vida de um familiar em questão.
Dr. Sergio Seibel é médico psiquiatra e pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Laboratório de Investigações Médicas. Também é integrante do Comitê Assessor do Ministério da Saúde para Política Nacional de Atenção a Dependentes de Álcool e Drogas.
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