Índice deste artigo:

Lidando com Culpa

Viu-se que a culpa gera problemas psicológicos, sociais, profissionais, acadêmicos, dentre outros, quando é um excesso punidor que atinge o indivíduo em toda sua plenitude de vida. A culpa pode ainda desencadear processos psicossomáticos crônicos que levam à morte, inclusive.

As pessoas tendem a lidar com a culpa desviando-se dela devido a mecanismos de defesa psicológicos. A angústia humana precisa se mover e nisso ela se transforma. Então, fumar pode dirimir parcialmente a energia da culpa, ver um bom filme também. Mas são soluções que dão tiro pela culatra.

As pessoas tendem a se defender da culpa fugindo, mantendo a atenção em outra coisa, como lazer, vício, esporte, negando a existência dela pela racionalização, suportando a dor, psicossomatizando e por fim reorientando o comportamento para extingui-la. São modos de lidar com sintomas da culpa e não com o núcleo psíquico que a emite.

Mas a melhor saída é sempre a que corrige a lei que emite a culpa. E como se faz isso senão por um processo intenso de análise e/ou terapia, ou revelação divina, ou momento mágico, aqueles em que nos transformamos mesmo sem estar em terapia? Como, por exemplo, nos relacionamentos imprevisíveis com pessoas interessantes que nos aparecem e, pelo seu jeito de ver a vida, nos modificam em alguma parte. Possibilidades.

A melhor atitude a se tomar pode ser dada por alguns princípios que nos questionam. Por que você sente culpa? Descreva a situação em detalhes. Sua mente pode estar fantasiando e exagerando ou dramatizando tudo em excesso. Anote tudo que pode ser pensamento e sentimentos excessivos e fantasiosos que habitam sua psique. Perante o anotado, se indague se precisa ser assim.

Posteriormente, procure identificar opções de atitudes corretivas frente à situação que desencadeou a culpa. A imobilidade pode ser cruel. Há maneiras de se corrigir o fato que desencadeou a culpa? Poderia ser diferente em algum aspecto? O seu orgulho impede a mobilidade para dirimir a culpa, por quê?

Há algum evento da sua vida que tenha desencadeado culpa parecida em você? O que você aprendeu nesse episódio e como você foi marcado por ele? Talvez tenha ficado mais sensível nesse evento em específico.

Como você foge e lida com essa culpa e por que lida com ela assim? Há outra maneira de lidar com isso? Provavelmente você foge do que não quer enfrentar porque se tornaria mais fraco devido a isso. Ou possui uma autocobrança excessivamente atuante só porque terminou um namoro de anos?

Você tem amigos que podem ajudar a ver a questão de outra forma sob outra perspectiva? Abrir-se e conversar clareia as ideias e espanta processos fantasiosos de pensar. É um modo de lidar com a culpa que pode ser temporário, mas em alguns casos pode se tornar corretivo definitivamente.

E, por último, tem psicoterapeuta na sua cidade? Eles são formados em longo tempo de estudo para isso.

 

 

Dr. Marcelo Quirino é Psicólogo formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e atua como Psicólogo Clínico. www.marceloquirino.com

 

Publicidade