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Quais são os procedimentos de diagnóstico desse tipo de disfagia?

Existem quatro importantes procedimentos no processo de investigação da disfagia orofaríngea. O primeiro passo deve ser o treinamento das equipes de saúde no rastreamento desse sintoma, visando identificar precocemente as populações de risco por meio de procedimentos rápidos e de muito baixo custo. Após o rastreamento, esses indivíduos considerados de risco devem ser encaminhados para uma avaliação fonoaudiológica clínica, visando identificar e analisar a segurança e as possibilidades de alimentação por via oral. Depois da avaliação clínica, é necessário eleger o método objetivo de investigação. Neste processo, são dois os exames: a videofluoroscopia de deglutição, considerada "Padrão Ouro", e a nasoendoscopia de deglutição.

 

Como é feito o tratamento? A disfagia orofaríngea tem cura ou é apenas controlada?

Algumas disfagias orofaríngeas são agudas e de recuperação espontânea. Porém, o rastreamento deve ser rápido para que a intervenção fonoaudiológica, por meio de gerenciamento, seja eficaz e evite as complicações. As disfagias orofaríngeas crônicas possuem distintos tratamentos, sendo o programa de reabilitação fonoaudiológica o mais frequentemente utilizado e que, em alguns casos, pode estar associado a condutas medicamentosa e/ou cirúrgica. Os programas de reabilitação fonoaudiológica utilizam técnicas específicas para cada alteração presente na fisiologia da deglutição, e sua eficácia, assim como em todos os procedimentos da área da saúde, vem sendo estudada e mostrando evidências. Algumas disfagias orofaríngeas podem ser tratadas com possibilidade total de via oral e outras podem necessitar de via alternativa (sondas de alimentação) associada ou exclusiva. Portanto, a abordagem de pacientes disfágicos deve ser sempre interdisciplinar e, além da terapia fonoaudiológica, pode contemplar intervenções medicamentosas e cirúrgicas.

 

 

Dra. Roberta Gonçalves da Silva é fonoaudióloga e Docente do Curso de Graduação e Pós-Graduação em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Marília. Pós-Doutorada em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo – USP/Ribeirão Preto-SP. Coordenadora do Laboratório de Disfagia da Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Marília, Coordenadora do Departamento de Disfagia da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia e Coordenadora do Grupo de Estudos Multicêntrico em Disfagia Orofaríngea (GEMDO). Membro da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Ministra cursos e palestras na área. Possui livro, capítulos de livros, artigos científicos e apresentação de trabalhos nacionais e internacionais. Filiada ao Conselho Regional de Fonoaudiologia do Estado de São Paulo – CRFa 6194-SP.

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