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As lâmpadas de mercúrio ganharam espaço nos últimos vinte anos por oferecerem algumas vantagens aos consumidores, entre elas a possibilidade de economizar energia. Porém, você sabia que, ao mesmo tempo, esse tipo de iluminação exige cuidados especiais, especialmente em caso de acidente com a quebra da lâmpada?

A iluminação que utiliza mercúrio é classificada em dois grandes grupos: as lâmpadas fluorescentes de baixa pressão, que são utilizadas nas residências, e as de descarga de alta intensidade, recomendadas para locais abertos como ruas e avenidas. Nos dois casos, a vida útil chega a ser de quatro a quinze vezes mais longa, com redução de até 80% no consumo de energia.

Além da economia de energia e redução de gastos, a iluminação com mercúrio contribui com o meio ambiente, já que menos recursos naturais serão consumidos. "As lâmpadas de mercúrio acabam gerando menos resíduos, uma vez que sua longevidade é maior, e reduzem o consumo de recursos naturais para geração de energia elétrica, diminuindo assim a dependência da termeletricidade", explica o químico e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, Dr. Walter Alves Durão.

Apesar dessas vantagens, o mercúrio contido nas lâmpadas pode se tornar um grande problema no futuro. Presente na forma gasosa dentro do vidro da iluminação, o mercúrio elementar (Hg0) sofre excitação dos seus átomos durante o seu funcionamento, criando o íon mercúrico (Hg+2). Em contato com locais inadequados como os lixões, ele pode se transformar em uma substância extremamente tóxica.

Segundo o Dr. Walter, o mercúrio traz prejuízos não só ao meio ambiente, mas também ao ser humano quando existe o contato com a substância. "O mercúrio elementar e o iônico podem ser convertidos em compostos organomercuriais altamente tóxicos por processos biológicos, tais como o metilmercúrio. Os principais sintomas decorrentes são febre, calafrios, diarreia, cãibras abdominais, sangramento nas gengivas e diminuição da visão. Casos mais graves de contaminação por metilmercúrio são as lesões no sistema nervoso central que podem levar a danos irreversíveis", ressalta.

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