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Idmed: Os pacientes são carentes em informação?

Guidi: Já foram mais, hoje existe uma tendência mundial e muito importante de se disseminar informações em saúde, principalmente informações sobre doenças crônicas e prevenção em saúde.

Acho que a grade curricular dos alunos do ensino fundamental e médio deveria contemplar informações em saúde mais abrangentes do que a simples biologia e/ou fisiologia. Coisas práticas como o ABC da reanimação, noções de primeiros socorros, noções de doenças crônicas altamente incidentes, como hipertensão, diabetes, etc. Prevenção e conhecimento a respeito dos principais cânceres que temos (câncer de mama, de próstata, do pulmão, do intestino, etc.).

 

Idmed: As consultas pessoais serão substituídas por consultas on-line?

Guidi: Não. Para onde vai o contato pessoal? Para onde vai o exame físico? Para onde vai a segurança e os aspectos médicos legais de se consultar alguém em teleconferência? Será mesmo aquele paciente, ali, aquele que se diz ser? Tive uma experiência de 15 anos em Medicina Diagnóstica: as pessoas em geral não imaginam a “ginástica” que se faz no sentido de se evitar fraudes de uma pessoa se passar por outra na coleta e realização de exames. Fraudes com a carteirinha do seguro-saúde de alguém parecido, etc. Vejam as recentes e crescentes medidas de coibir essas fraudes através da biometria, impressões digitais, etc. Poderia citar mais uma dúzia de argumentos médicos e não médicos sobre isso.

 

Idmed: A Internet, a seu ver, pode servir como uma segunda opinião?

Guidi: Também não. Segunda opinião não se resume a rever uma história num texto de Word, alguns exames laboratoriais e imagens. Toda vez que sou solicitado numa segunda opinião, surgem novas questões, novos exames necessários, outros aspectos pessoais do paciente, etc. Esse trabalho custa, entre outras coisas. A Internet não é médico.

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