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Aos 14 anos, quando visitava uma feira agrocientífica em Limeira, interior de São Paulo, Homero Guidi se apaixonou pela medicina ao ver partes do corpo humano em vidros com formol. O que para uns causava repulsa para ele se tornou a carreira que o realiza plenamente. Hoje, aos 48 anos, divide seu tempo com o livro que está prestes a lançar – “HPV - A practical guide for urologists” – e os cargos de Urologista titular da Sociedade Brasileira de Urologia, Chefe do Setor de Urologia Diagnóstica do Fleury Medicina e Saúde e Chefe da Unidade de Urodinâmica da Clínica de Ginecologia do HCFMUSP. E ainda tem tempo para escrever em seu blog e se divertir com rádios, fonógrafos e máquinas fotográficas antigas, seus hobbies prediletos.
Para Guidi, a Internet é uma ótima ferramenta para os médicos. “A comunicação melhorou muito: resultados de exames, relatórios e imagens.” Porém, critica os diversos sites médicos que expõem informações erradas sobre algumas doenças. Para ele, nada substitui o contato com o profissional da saúde. “Internet não é médico”, diz.
Idmed: O senhor sabe mensurar quantos pacientes já vêm informados da própria doença no consultório? Como consultar um paciente assim?
Guidi: Aumentou muito o número de pacientes que fazem uma pesquisa dos seus sintomas e, às vezes, da sua doença. Geralmente não há muito problema se o paciente vem aberto a discutir os detalhes e aspectos do seu problema. Difícil é o paciente que vem com a idéia fechada e convicto de que tudo o que ele leu e viu na Internet é daquele jeito e pronto. Esses dão um pouquinho mais de trabalho. Outro dia eu me deparei com um paciente que já veio assim “pós-graduado” na sua doença, mas com um monte de informações equivocadas. Foi fácil resolver, porque de pronto fiz um levantamento no PubMed (a biblioteca virtual do Congresso que reúne tudo que é publicado em medicina) e imprimi uns vinte trabalhos sobre o assunto e dei na mão dele para que ele levantasse os artigos (a maioria em inglês) e visse realmente o que era informação confiável a respeito do problema. Ele voltou uma semana depois e tinha conseguido levantar um ou dois artigos e finalmente deu a mão à palmatória em relação a um monte de baboseiras que tinha “pesquisado” na Internet.
- Ant
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