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O excesso de barulho nas ruasAs pesquisas que tentaram responder a essa pergunta mostram resultados conflitantes, e por isso uma análise em conjunto dos oito principais estudos foi realizada por pesquisadores alemães e publicada na última edição do Noise & Health. Mais de 20 mil indivíduos fizeram parte desse estudo e a conclusão foi a de que a sensação subjetiva de incômodo causado pelo barulho das ruas mexe, sim, com a saúde das pessoas, aumentando de forma significativa o risco de hipertensão arterial e de forma quase significativa o risco de infarto do coração.

Já sabemos também que o risco de doenças do coração é duas vezes maior em quem trabalha em um ambiente com alto nível de ruído. A exposição a um exagero de barulho pode ser um fator estressante comparável ao estresse psicológico, podendo levar a alterações no sistema nervoso autônomo e endócrino que promovem a redução de calibre de pequenas artérias, aumentando a pressão arterial e o risco de angina e infarto do coração.

É importante frisar que o nível de incômodo ao barulho varia muito de pessoa para pessoa e essa experiência é, a princípio, o fator mais relevante. Entretanto, há estudos que apontam maior risco de hipertensão arterial mesmo entre aqueles que se dizem não incomodados com o barulho, sugerindo que ruído em excesso mexe com o corpo e a mente mesmo que de forma inconsciente. Mais um exemplo disso é o fato de que uma noite de sono barulhenta aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca. Além disso, as crianças, que podem parecer não se incomodarem tanto com o barulho, também são susceptíveis ao aumento da pressão arterial com ruídos em excesso. Na verdade, as pesquisas revelam que as crianças se sentem incomodadas, sim, com o barulho.

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