O periódico JAMA – Jornal da Associação Médica Americana – publicou uma revisão dos estudos científicos que analisaram o risco de um ataque do coração após uma relação sexual. Num mesmo indivíduo, a chance de um infarto do coração é maior durante a atividade sexual ou imediatamente após. Entretanto, esse risco é muito pequeno, ou mesmo nem existe, entre pessoas que praticam atividade física regularmente. Os resultados sugerem que existem corações não muito saudáveis por trás dessa associação entre sexo e infarto.
Pudemos ver também algumas notícias do tipo “Sexo esporádico aumenta o risco de ataque cardíaco”. Esse tipo de afirmação faz parecer que sexo pode fazer mal às pessoas saudáveis. O recado dessa pesquisa é que as pessoas com maior risco de eventos cardíacos devem colocar o assunto sexo na pauta de discussão na consulta médica.
Na verdade, a ciência tem demonstrado de forma inequívoca que sexo faz bem à saúde, especialmente ao coração. Algumas pesquisas acompanharam indivíduos de meia-idade e idosos por até 20 anos, e têm sido quase unânimes em mostrar que, quanto maior a atividade sexual, menor a mortalidade, inclusive por doença isquêmica do coração.
Dr. Ricardo Teixeira – CRM/DF 12050 – é doutor em neurologia e pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp. Dirige o Instituto do Cérebro de Brasília e é o autor do blog "ConsCiência no Dia a Dia".