Índice deste artigo:

 casal-cama-coito

A adoção de métodos anticoncepcionais é a forma mais importante e eficaz para se evitar uma gravidez indesejada. Entre esses métodos, o coito interrompido é um dos mais utilizados, mas ainda encontra certa resistência por parte de muitos casais devido a informações muitas vezes equivocadas sobre a sua ineficácia.

O coito interrompido é um método no qual o homem interrompe a relação sexual e retira o pênis antes de ejacular, evitando que o sêmen entre em contato com a vagina. Assim, o encontro dos espermatozoides com o óvulo fica impedido, evitando uma possível gravidez não programada ou indesejada.

"Assim como na prática de outros métodos contraceptivos, a gravidez pode ocorrer, uma vez que nenhum método contraceptivo é 100% eficaz. Em uso correto e em todas as relações sexuais, cerca de 4 gravidezes podem ocorrer para cada 100 mulheres cujos parceiros usam o coito interrompido no primeiro ano", afirma a especialista em Enfermagem Obstétrica Danielle Evangelista.

Grande parte da desconfiança das pessoas sobre a ineficácia do coito interrompido diz respeito a informações, sem evidências científicas, sobre a presença de espermatozoides no líquido pré-ejaculatório, uma secreção produzida para lubrificar a uretra antes da ejaculação. Porém, segundo Danielle, é possível sugerir que, quando a mulher engravida, o homem não fez de fato a retirada do pênis antes da ejaculação.

"Em minha tese de doutorado intitulada 'Análise do líquido pré-ejaculatório e sua relação com a eficácia do coito interrompido', dos 33 participantes com espermograma normal que realizaram a coleta do líquido pré-ejaculatório, apenas 6,0% apresentaram espermatozoides no líquido pré-ejaculatório. Assim, pode-se afirmar que a presença de espermatozoides no líquido pré-ejaculatório, na amostra estudada, foi devido ao acaso", relata a enfermeira.

A especialista ainda completa que foram observados raros espermatozoides no líquido pré-ejaculatório, tendo movimentos lentos e morfologia aparentemente normal. Dessa forma, não é razoável, através do estudo morfocinético, afirmar se seria possível uma fertilização in vivo por parte desses espermatozoides, de acordo com o laudo laboratorial.

Publicidade