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Como a anafilaxia é tratada?
O sucesso no tratamento de um episódio agudo de anafilaxia depende da rapidez das ações. É importante que o médico e a equipe de emergência estejam familiarizados com a identificação dos primeiros sinais e sintomas, bem como com os procedimentos terapêuticos para controlá-la. Na emergência, a intervenção rápida é essencial e não pode ser retardada pela falta de uma história clínica completa ou de diagnóstico definitivos. Algumas atitudes imediatas podem ser decisivas no desfecho de uma reação anafilática. A primeira ação, que pode ser feita desde o transporte ao hospital, é colocar a paciente em posição supina com elevação dos pés. Na sala de emergência, é fundamental estabelecer vias aéreas pérvias, avaliar os sinais vitais, administrar adrenalina por via intramuscular e ofertar oxigênio. A monitorização fetal contínua é imprescindível. É importante ressaltar que uma equipe de prontidão, incluindo anestesista, obstetra e pediatra, deve ficar atenta para um possível parto cirúrgico.
A primeira linha de tratamento utiliza a adrenalina precocemente após o reconhecimento de potencial de anafilaxia. A via de administração deve ser a intramuscular, o que proporciona a sua absorção mais rápida e minimiza os efeitos adversos quando utilizada em doses adequadas. Essa via de administração é de fácil acesso e apresenta grande margem de segurança. O local de aplicação de melhor absorção é na face anterolateral do terço médio da coxa. Nessa situação, são úteis os aplicadores autoinjetáveis de adrenalina.
Os anti-histamínicos são considerados de segunda linha no tratamento da reação anafilática. Devido a sua ação mais lenta, não devem ser utilizados isoladamente. Os corticosteroides, apesar de atingirem seu efeito após quatro a seis horas, quando administrados por via endovenosa, possuem ação anti-inflamatória importante na prevenção dos sintomas tardios da anafilaxia. Nos casos leves, a prednisona ou prednisolona por via oral é suficiente. Na anafilaxia, o uso de oxigênio umidificado com até 100% de concentração deve ser oferecido, assim como dois acessos venosos periféricos para serem utilizados expansores de volume. Broncodilatadores por via inalatória e drogas vasoativas podem ser necessários. Nos casos em que houver parada cardiorrespiratória, está indicada a reanimação cardiopulmonar.
De acordo com "Anafilaxia: Tratamento" (Projeto Diretrizes, 2011), todo paciente em risco de sofrer nova reação anafilática deve saber reconhecer precocemente os sinais de uma crise, portar e saber aplicar a medicação de emergência. Esse kit deve conter comprimidos de anti-histamínicos e de corticosteroide, além de broncodilatador spray. Se as reações anteriores foram graves, é aconselhável dispor de adrenalina e anti-histamínico para aplicação. Os dispositivos autoinjetores de adrenalina para gestantes devem ser de 0,3 mg e podem ser utilizados apenas uma vez. O alergologista deve estabelecer um plano de ação para o manejo de uma eventual nova reação aguda. O paciente e seus familiares devem conhecer os medicamentos indicados e saber aplicá-los em uma situação de emergência. Quem já teve anafilaxia anterior deve procurar um médico especializado na área.
Dr. Antônio Gonçalo Vasconcelos Neto é médico formado pela Universidade Federal de Pernambuco. Residência Médica em Pediatria pelo Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira. Mestrando na área de Alergologia e Imunologia Clínica da Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco.
Prof. Emanuel Sarinho é médico e Professor de Alergia e Imunologia Clínica e Coordenador da Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco.
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