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O envelhecimento populacional global tem levado a um aumento nos casos das demências, especialmente a doença de Alzheimer, considerada a mais conhecida e comum em número de casos. Entretanto, é importante ressaltar que as demências não podem ser consideradas as únicas causas de falta de memória ou de memória fraca.

Ainda que algumas alterações cognitivas estejam ligadas ao processo de envelhecimento, até mesmo durante o envelhecimento saudável, não se pode negar que a capacidade de armazenar informações pode sofrer algumas falhas, mesmo em idades mais precoces. De acordo com a neurocientista Julia Clarke, isso pode ser explicado pelo fato de que o cérebro humano tem sido cada vez mais exigido.

"No mundo moderno, nosso cérebro está exposto a uma quantidade muito grande e constante de informações, de modo que algumas vezes temos dificuldade na sua assimilação. Além disso, nosso grau de preocupação e o número de atividades que temos que desempenhar é tanto que isso acaba comprometendo o tempo que deveríamos ter reservado para descansar. Isso só aumenta nossa carga de estresse e muitas vezes pode levar à falta de atenção, prejudicando dessa forma nossa memória", explica Julia.

Além disso, de acordo com o neurocientista Rudimar Frozza, nem todos os lapsos de memória podem ser considerados como sintomas de Alzheimer. Esquecer onde estão as chaves da casa ou o número do telefone de um amigo, por exemplo, podem ser apenas consequência de uma falta de atenção, algumas vezes ocasionada pela correria do dia a dia.

"Lapsos de memória também podem ser desencadeados pelo uso excessivo de álcool ou de drogas, pela falta de oxigênio no cérebro, por infecções, pelo uso de alguns medicamentos, por quadros depressivos, por traumas ou lesões na cabeça e por problemas nutricionais", completa o especialista.

Apesar de nem sempre significarem algo grave, os lapsos de memória frequentes que passam a comprometer atividades corriqueiras devem servir como um sinal de alerta e merecem ser avaliados com atenção. Dessa forma, procura-se identificar qual tipo de memória está sendo perdida (memórias recentes ou tardias) e quais outras funções, como a de interpretação, podem estar afetadas.

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