Índice deste artigo:
Como os ansiolíticos agem no nosso organismo?
No caso dos benzodiazepínicos, um receptor que temos no cérebro denominado "GABA-receptor" é o alvo destes fármacos, sendo que esses receptores são neurodepressores, isto é, deixam a atividade cerebral mais lenta, o que pode ser benéfico em estados de ansiedade. Já os neurolépticos bloqueiam os receptores do neurotransmissor dopamina e os antidepressivos inibem a recaptação dos neurotransmissores adrenalina, serotonina e dopamina nas sinapses (espaço entre os neurônios), em sua grande maioria. Resumindo, agem neuroquimicamente de modo a amenizar o estado psíquico de ansiedade (medo, suor excessivo, batimentos cardíacos acelerados). Eles podem ser utilizados continuamente ou somente quando o estado de ansiedade provocar muito desconforto em uma pessoa.
Esse tipo de medicamento pode causar algum tipo de dependência? Em que situações isso pode ocorrer?
Os benzodiazepínicos, especificamente, podem causar dependência física. Para que isso possa ser entendido de maneira mais fácil, os receptores GABA são os receptores que também são ativados pelo álcool. Vale lembrar que alcoólicos são "viciados" nessa substância e muitas vezes precisam de uma dose cada vez maior para que o mesmo efeito seja obtido. Quando essas medicações são utilizadas de forma prolongada, podem causar dependência. Os benzodiazepínicos não deveriam ser utilizados como tratamento exclusivo da ansiedade, mas como coadjuvantes no esquema terapêutico (medicamentoso e psicoterapêutico).
Os calmantes possuem alguma contraindicação ou efeitos colaterais?
Sim, possuem várias contraindicações e nunca devem ser utilizados sem prescrição médica. Nossa Vigilância Sanitária tem sido bastante dura nessa questão, e dificilmente conseguimos adquirir estes fármacos sem prescrição médica nos dias atuais.
Alguns efeitos colaterais comuns são esquecimento, quedas da própria altura, hipotensão postural (por exemplo, ao mudarmos da posição deitada ou sentada para a "em pé", a pressão pode cair), sonolência excessiva, sintomas de abstinência quando a utilização é cessada sem que haja um plano prévio de retirada do medicamento.