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Você possui algum familiar, amigo ou pessoa próxima que tem aquela estranha mania de arrumação e que não consegue ver um objeto fora do lugar? Conhece alguma pessoa que tem mania excessiva de limpeza a tal ponto de passar horas no banho ou precisar lavar as mãos várias vezes ao dia? Esses indivíduos podem até não saber, mas podem estar sofrendo de um transtorno psiquiátrico conhecido popularmente como TOC.
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) tem sido cada vez mais difundido nos meios de comunicação e há quem ache, inclusive, que ele se tornou popular. Em séries de televisão, por exemplo, é possível encontrar personagens com sintomas semelhantes, como é o caso de Sheldon Cooper, da série Big Bang Theory, que segue a mesma rotina a cada semana e senta-se sempre no mesmo sofá.
Apesar do lado positivo da popularização do TOC, principalmente pela redução no preconceito da doença, é importante ressaltar que não se pode banalizar os seus efeitos e achar que eles não são sérios. Por isso, convidamos a psicóloga Maria Alice de Mathis para um bate-papo, no qual ela explica algumas coisas que você precisa saber sobre o transtorno. Confira!
O que é o transtorno obsessivo-compulsivo?
O TOC é um transtorno psiquiátrico crônico caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões, que consomem ao menos uma hora por dia e causam sofrimento ao paciente e/ou aos seus familiares. Obsessões são ideias, imagens ou pensamentos que invadem a mente do indivíduo, independentemente da sua vontade. Causam incômodo, desconforto ou sofrimento para a pessoa, que, embora perceba o seu caráter irracional, dificilmente tem sucesso em conseguir afastá-las. Já as compulsões são comportamentos repetitivos que o indivíduo é levado a executar voluntariamente para reduzir a ansiedade ou o mal-estar causado por uma obsessão ou para prevenir algum evento temido. O indivíduo também reconhece o caráter irracional do comportamento, apesar de dificilmente conseguir evitar sua ocorrência. Exemplos comuns de obsessões são com conteúdos de contaminação (ex.: pensamento de que estou contaminado), de agressão (ex.: medo de ter vontade de pular pela janela), obsessões com simetria (ex.: preciso deixar tudo alinhado e simétrico) e com colecionismo (ex.: não vou jogar fora este objeto, pois posso precisar dele no futuro). Entre as compulsões, podemos citar: rituais de limpeza (ex.: preciso lavar as mãos dez vezes seguidas), de verificação (ex.: preciso verificar se o gás está desligado repetidas vezes), de repetição (ex.: ligo e desligo o interruptor durante vinte minutos), de ordenação (ex.: deixo todos os objetos do meu quarto alinhados antes de sair) e de colecionismo (acumulo objetos velhos e sem uso na minha casa e não consigo jogá-los fora).
Ele pode atingir pessoas de qualquer faixa etária?
O TOC se inicia na maioria dos casos na infância, adolescência e início da idade adulta. Vários estudos apontam que pelo menos metade dos casos tem início até os primeiros anos de idade. Raramente o início dos sintomas aparece após os 30 anos de idade.
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