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Todos nós temos ou já tivemos, alguma vez na vida, medo de alguma coisa: escuro, altura, animais "asquerosos", como baratas e lagartixas, tempestades, entre outros. Existem ainda aqueles medos estranhos e até mesmo injustificáveis, como de objetos que a princípio podem parecer inofensivos, mas especificamente causam uma reação adversa em quem os possui.

Neste contexto, o que são as fobias? Como diferenciá-las dos medos considerados "normais"?

A fobia é uma psicopatologia, ou seja, uma espécie de "doença da alma". Psico vem do termo grego psyche, que significa alma, enquanto pathos significa padecimento ou paixão, por isso um padecimento ou paixão própria da alma. Ela possui diversas compreensões, sendo estudada tanto pela psiquiatria como pela psicologia a fim de tentar encontrar explicações para tal ocorrência.

"O discurso psiquiátrico vai olhar para os sintomas. A partir disso, obedecendo a alguns critérios, a pessoa é classificada como tendo fobia ou não. Por exemplo: se a pessoa se expõe ao estímulo fóbico, ela tem uma resposta imediata de ansiedade. A pessoa com fobia reconhece o seu temor como excessivo e irracional. Esse medo começa também a interferir na rotina diária da pessoa. Os critérios da psiquiatria, neste caso, são bastante claros e descritivos", explica a psicóloga clínica Laura Granado.

Por outro lado, a psicanálise, que vai tentar explicar o que há por trás daquele sintoma, vai olhar para todo o desenvolvimento da pessoa para tentar estabelecer o ponto de partida da fobia. "No tratamento da psicanálise, por exemplo, muitas vezes me deparo com traumas de infância. Esse trauma cria na criança o que chamamos na psicanálise de ponto de fixação. A partir daí, a criança irá crescer e ter características de um adulto, mas o medo excessivo de um objeto ou animal irá reaparecer, pois houve ponto de fixação em uma etapa anterior do desenvolvimento, que leva à apresentação de certos sintomas", afirma Laura.

Mesmo que o ponto de fixação do indivíduo já tenha se constituído, é possível também que a fobia apareça apenas na vida adulta. Na infância, por exemplo, existem algumas fobias que são características, como a fobia escolar e o medo de animais. Nestes casos, alguns medos são transitórios, mas em outros podem se constituir em fobias que perduram até a vida adulta, podendo se instaurar no momento do trauma e se manifestando apenas depois.

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