Índice deste artigo:

O que é a esclerose múltipla? Ela ataca quais sistemas do nosso organismo e como ela se desenvolve?

Esclerose múltipla é uma doença do sistema nervoso central de natureza desmielinizante, ou seja, ela ataca a bainha de mielina, uma membrana que envolve e encapa os axônios (fios) que saem dos corpos celulares de um lugar a outro dentro do sistema nervoso. Trata-se de uma doença extremamente complexa, pois desmieliniza (destrói a bainha de mielina) através de um processo autoimune no qual o próprio organismo cria anticorpos contra ele próprio (autoagressão) a partir de um processo inflamatório. A doença ataca praticamente várias vias do sistema nervoso onde exista a bainha de mielina e desenvolve-se num ambiente predisposto, onde uma provável infecção viral leva ao reconhecimento de uma parte da bainha de mielina como antígeno (corpo estranho), parecido com o vírus, e o organismo cria anticorpos contra essa mielina, reconhecendo-a como estranha ao organismo. A partir daí, manifestações clínicas aparecem nas mais diversas áreas do sistema nervoso central (SNC) onde a autoagressão começou.

 

A esclerose pode ser considerada uma doença silenciosa ou o seu diagnóstico é de fácil identificação?

Algumas vezes a manifestação inicial é leve tipo formigamentos em partes do corpo e isso é um quadro com vários diagnósticos diferenciais. Porém, pode-se dizer que a 1ª manifestação é muitas vezes gritante, com cegueira (neurite óptica) ou perda de equilíbrio a ponto do paciente cair; ou visão dupla (diplopia) ou perda de força muscular em metade do corpo ou em membros inferiores. O que dificulta o diagnóstico é que, apesar dessa manifestação proeminente, a mesma desaparece (porque o processo geralmente é autolimitado em dias ou semanas) e o paciente geralmente chega a um clínico geral e não a um neurologista e a conduta é expectante, sem muita investigação. Portanto, a identificação é difícil porque os sintomas desaparecem e o paciente pode não ter passado por um neurologista que realmente é o médico que desconfia desse diagnóstico. Até que uma segunda manifestação pode ocorrer desde um mês até anos depois da primeira. Quando a 2ª manifestação ocorre em curto espaço de tempo, é mais fácil desconfiar da doença. Porém, quando leva anos, o diagnóstico fica sem ser feito por todo esse período.

 

Publicidade