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A reconstrução mamária é obrigatória após a mastectomia?
A grande maioria dos estudos clínicos sobre reconstrução mamária demonstra melhores resultados estéticos e menor índice de complicações cirúrgicas quando o procedimento é realizado de maneira imediata após o tratamento do câncer de mama. Esse fato deve-se à ausência de cicatrizes e fibroses prévias e, em alguns casos, à não presença dos efeitos deletérios locais advindos da radioterapia. Dessa forma, quando se realiza a reconstrução mamária imediata, a pele e os tecidos a serem manipulados apresentam maior elasticidade e complacência, e assim os resultados são superiores quando comparados às reconstruções feitas anos após, chamadas de reconstruções tardias. Ademais, o benefício psicológico advindo da reparação da mama no mesmo momento do tratamento do câncer de mama apresenta inúmeras vantagens e contribui de maneira significativa para a qualidade de vida, autoestima e reabilitação pós-tratamento do câncer.
Em relação à obrigatoriedade da reconstrução, ela é decorrente da Lei da Reconstrução da Mama, decretada em 2013. Em maio deste ano, o Congresso Nacional aprovou e a presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.802/2013, que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a realizar a reconstrução da mama imediatamente após a retirada do câncer. Porém, ela deve seguir critérios médicos de indicação e não deve haver contraindicações clínicas que possam atrapalhar a recuperação pós-operatória e o tratamento complementar do câncer de mama, como, por exemplo, quimioterapia e radioterapia. Quando a reconstrução não puder ocorrer imediatamente, a paciente deverá ser encaminhada para acompanhamento clínico.
Quais são os principais tipos de reconstrução mamária?
Entre as técnicas disponíveis para a reparação da mama, destaca-se a possibilidade de utilização de tecidos autógenos, ou seja, provenientes da própria paciente, como os retalhos, e os materiais aloplásticos, como os expansores de tecidos e os implantes mamários de silicone gel. O emprego de tecidos autógenos é advogado por uma série de estudos clínicos, oferecendo inúmeras vantagens quando comparados aos materiais aloplásticos. Dentre elas, podemos citar a qualidade da reconstrução com os tecidos, apresentando consistência e textura mais próximas da mama e resultados mais satisfatórios a longo prazo.
Apesar das características descritas pela reconstrução com tecidos autógenos, a utilização de materiais aloplásticos tem sua indicação específica, sendo, portanto, excelente técnica de reconstrução. Quando se compara esse tipo de reconstrução com reconstrução com tecidos autógenos, ela tem como vantagem ser um procedimento mais simples tecnicamente, com menor tempo de recuperação pós-operatória, além da ausência de área doadora e cicatrizes adicionais. Em pacientes em que não há volume de tecidos (pele e gordura) ou estiver contraindicada a utilização de um retalho por condições clínicas ou técnicas, a utilização de tecidos aloplásticos (expansores e implantes) torna-se uma boa opção de reconstrução.