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A criança começa a questionar a existência do Papai Noel lá pelos 4 ou 5 anos, pois até essa idade ela ainda não discrimina realidade de fantasia. Sua capacidade de raciocínio lógico ainda não está bem desenvolvida e é por isso que ela não se dá conta, por exemplo, de como o Papai Noel pode estar em tantos lugares ao mesmo tempo ou de como ele consegue entregar tantos presentes numa só noite.
A partir dessa idade é que ela começa a sobrepor o mundo real ao fantástico e a construir sua realidade.
Na maioria das vezes essa perda da ilusão ocorre aos poucos. A criança reluta em acreditar no amiguinho que quebrou o encanto da história.
Quando ela começa a questionar é sinal de que cresceu psíquica e intelectualmente. Ela está passando a ter mais noção de tempo e espaço e já suporta entender a fantasia.
Nessa hora o melhor a fazer é contar a verdade, pois, da mesma forma que a ilusão é importante para estimular a fantasia e o sonho nos primeiros anos, a desilusão com a descoberta também é positiva, por exemplo, para o desenvolvimento da capacidade de lidar com frustrações.
Porém, isso deve ser feito com jeito e sensibilidade. Uma boa maneira é explicar que o Papai Noel é uma lenda, assim como as fadas, e que ele pode continuar existindo na imaginação, porque não precisamos acreditar apenas naquilo que vemos e que existe de verdade.
Afinal de contas, numa época em que as pessoas acreditam em tão poucas coisas, o Papai Noel, as fadas, os duendes, os castelos, os gigantes, as terras encantadas, enfim, os sonhos é que fazem a vida mais feliz!
Erika Vendramini Moreira é graduada em Psicologia e Licenciatura Plena em Psicologia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC). Formada em Terapia Cognitiva pelo Instituto Pieron de Psicologia Aplicada. Conta com 12 anos de experiência na prática clínica com crianças, adolescentes e adultos, além de orientação de pais e professores. CRP 59448
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