Seu filho vai mal na escola? Pode ser TDAH

Você alguma vez já ouviu falar em TDAH? A famosa sigla, que remete ao Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, vem sendo muito utilizada para explicar problemas que algumas crianças enfrentam no ambiente escolar, mais especificamente o seu mau desempenho nas notas e dificuldade na capacidade de aprendizado.

"O TDAH é um transtorno neurobiológico de causas genéticas que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade, sendo chamado também de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção)", explica a médica neurologista Eliana Melhado.

Considerado o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados, o TDAH ocorre em 3 a 5% dos jovens em várias regiões diferentes do mundo e pode acompanhar o indivíduo até a vida adulta, embora os sintomas sejam mais brandos. No entanto, esses sinais em idades avançadas ainda existem e caracterizam-se por problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, falta de memória, inquietude e impulsividade.

Se na vida adulta o TDAH atrapalha nas tarefas rotineiras, na infância não é diferente. Como dito anteriormente, o transtorno se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com as demais crianças, pais e professores, que descrevem os alunos como "avoados", "no mundo da lua" e "estabanados".

"O TDAH interfere na aprendizagem porque a criança fica desatenta. Isso faz com que a pessoa não consiga aprender, mesmo com uma inteligência considerada normal. Porém, o fato da atenção não ficar focada atrapalha muito essas crianças, por exemplo, em se alfabetizar", completa Eliana.

Apesar da atenção que deve ser dada ao TDAH, a especialista ressalta que ele não é o único transtorno que pode causar interferência no aprendizado de crianças na escola. "Há vários outros distúrbios de aprendizagem, tais como problemas em casa, falta de limites, alterações de linguagem, disortografia, autismo, dislexia, discalculia, etc. Cada um tem uma clínica e uma intervenção diferente".