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Tratamento

Lamento, não existe uma receita bolo para curar a depressão infantil: o tratamento deve ser feito sob medida para as necessidades daquela criança e daquela família específica.

Existem duas medidas terapêuticas principais:

- psicoterapia

- tratamento medicamentoso.

 

Psicoterapia: Terapia Cognitiva

A Terapia Cognitiva é a técnica mais comumente utilizada. Basicamente, consiste na identificação e correção de certas percepções distorcidas. Por exemplo, os pais devem corrigir seus próprios comportamentos negativos, passando a estimular a criança de modo construtivo. A criança, por sua vez, é ensinada a relaxar e projetar imagens positivas de si mesma. Vários estudos já mostraram que a Terapia Cognitiva é tão ou mais eficaz que o uso de certos antidepressivos.

Como em muitos casos o problema da criança reflete uma possível desestruturação da família em si, eu costumo recomendar que todos os familiares façam uma avaliação psicológica e aceitem, de bom grado, críticas construtivas. Além disso, o envolvimento dos pais ou cuidadores é essencial para o sucesso do tratamento: o psicoterapeuta não estará todo o tempo ao lado da criança, e caberá à família oferecer apoio e informações sobre outras possíveis situações estressantes em casa ou na escola que devam ser trabalhadas.

Felizmente, a psicoterapia é capaz de resolver mais de 60% dos casos. O ideal é manter o acompanhamento psicológico por alguns meses após a remissão da Depressão, para que todos (criança e família) sedimentem as habilidades necessárias para lidar com o problema.

 

Tratamento Medicamentoso:

Antidepressivos

A maioria dos estudos científicos realizados na última década sugere que os antidepressivos tricíclicos (p.ex.: amitriptilina e imiparmina) não são muito úteis no tratamento da Depressão Infantil. Contudo, os antidepressivos mais novos, da classe dos Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina – ou ISRS -, mostraram ser uma boa opção para crianças com mais de 8 anos de idade.

A fluoxetina, principal representante desta classe, possui menos efeitos colaterais que os antidepressivos mais antigos, mas ainda assim pode aumentar o risco de suicídio e só deve ser utilizada sob acompanhamento médico.

Crianças com depressão associada a episódios de mania podem se beneficiar do uso de lítio.

Existe muita controvérsia sobre o tratamento medicamentoso da depressão infantil e você não irá encontrar unanimidades. As crianças respondem de modo bem diferente aos antidepressivos e algumas podem não apresentar qualquer melhora com o uso da medicação. Além disso, não existe um período determinado para uso dos edicamentos. O tempo de uso pode variar de 1 a 12 meses, ou mais.

Os antidepressivos devem ser usados sempre em associação à psicoterapia, nunca como substitutos para ela.

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