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A depressão infantil vem se tornando mais comum nas últimas décadas: o que na época dos nossos pais era um distúrbio quase desconhecido, hoje afeta uma em cada 20 crianças abaixo dos 10 anos de idade, sendo 5 vezes mais comum em meninos que em meninas.
Para uma pessoa adulta, enfrentar uma crise de depressão é um desafio respeitável, algo como bater de frente com um maciço elefante de tristezas e frustrações. Imagine agora alguém com um décimo da sua bagagem de vida tendo que enfrentar o mesmo elefante... No mínimo, uma covardia. No máximo, uma carnificina.
O problema maior (e o grande risco) da depressão infantil está no fato dos critérios médicos utilizados para determinar se uma criança sofre ou não de depressão serem os mesmos aplicados para pacientes adultos. Entretanto, as manifestações da depressão infantil podem ser absolutamente diferentes e inespecíficas, dificultando bastante sua detecção. Já presenciei casos de crianças rotuladas como difíceis, rabugentas e mal-educadas, quando, na verdade, eram apenas pequenos seres humanos sofrendo de crises depressivas severas. E ninguém parecia estar entendendo coisa alguma.
Se não for diagnosticada e tratada corretamente, a depressão infantil pode afetar o rendimento escolar, o desenvolvimento emocional normal e a estabilidade de toda a família, resultando em uma maior incidência de violência doméstica, abuso de drogas e até mesmo suicídio (pesquisas recentes mostram que crianças deprimidas possuem um risco de suicídio 500% maior em relação à população geral).
Enfim, a depressão infantil é um distúrbio muito, muito sério. Espero que este artigo sirva, simultaneamente, como um sinal de alerta e uma bússola para pais, familiares, professores e cuidadores de plantão.
- Ant
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