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Manifestações

De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatísticas dos Distúrbios Mentais - Quarta edição (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, ou DSM-IV), livro de cabeceira de 12 entre cada 10 psiquiatras, os principais sintomas da depressão incluem:

 

1. Tristeza ou melancolia ou irritabilidade persistentes.

2. Desinteresse ou falta de satisfação na maioria das atividades diárias, quase todos os dias.

3. Alterações significativas no apetite ou no peso corporal.

4. Dificuldade em dormir (insônia) ou sono excessivo (hipersonia).

5. Lentidão física ou agitação.

6. Fadiga ou baixos níveis de energia geral.

7. Sensação de inutilidade ou culpa sem motivo.

8. Dificuldade para tomar decisões, de raciocínio ou de concentração.

9. Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio.

 

O DSM-IV recomenda que, para ser diagnosticada com depressão, a pessoa deve apresentar 5 ou mais dos sintomas acima durante pelo menos duas semanas consecutivas. E aqui começa a armadilha.

As crianças não possuem vocabulário suficiente para expressar seus sentimentos. Em geral, fazem isso melhor através de atitudes. E quem tem paciência hoje em dia para prestar atenção em atitudes que perturbam? Quem nunca criou um rótulo instantâneo para comportamentos irritantes de um filho ou sobrinho? Infelizmente, em alguns casos, a pirraça ou a agitação ou a sonolência eram manifestações de um quadro depressivo. E você comeu mosca.

Por exemplo, uma criança com menos de 6 anos de idade que se torna muito séria, desinteressada, não quer ir para a escola, se queixa freqüentemente de cansaço, dor de cabeça ou dores na barriga associadas a medos irracionais, pode estar sofrendo de depressão.

Agressividade com os colegas, baixo rendimento escolar e comprometimento do ritmo de aprendizado são manifestações comuns da depressão em crianças em fase escolar e devem servir de alerta para pais e professores.

Eu sei o que você está pensando: todos estes sintomas são pouco específicos. E por que você acha que a depressão só é diagnosticada tardiamente em mais de 60% das crianças? Porque as pessoas adultas e experientes não prestam atenção, não associam uma coisa com outra. E lascam um rótulo na testa da criança: você é difícil, você é pirracenta. Deveriam colar outro em suas próprias testas: “sou desatento”.

Muitas crianças deprimidas apresentam outras alterações psiquiátricas associadas, tais como distúrbio da Ansiedade, déficit de atenção e hiperatividade, tendências suicidas, abuso de substâncias como colas ou bebidas alcoólicas, que podem mascarar o diagnóstico de depressão, retardando o tratamento adequado.

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