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A partir do momento em que essa perda auditiva é detectada, como ela irá interferir no desenvolvimento global da criança, principalmente no aprendizado da comunicação?

A deficiência auditiva durante a infância sempre resulta em déficits na recepção e expressão da linguagem, que se tornam comprometedores no desempenho das funções cognitivas, emocionais, sociais e comunicativas da criança, comprometendo de modo devastador o desenvolvimento global da criança.

 

Com o avanço da medicina, é possível reduzir o impacto dessa perda auditiva hoje em dia? Quais são os tratamentos empregados e considerados mais eficazes? São tratamentos caros?

Quando diagnosticada a deficiência auditiva da criança, ela é submetida à adaptação de aparelhos de audição e a intensos programas de treinamento fonoaudiológico e psicológico. Os pais são orientados a participar do tratamento de seu filho, além de acolhê-lo no âmbito familiar. Se a criança não responder aos aparelhos de audição, em função de uma perda de audição profunda, ela será submetida ao implante coclear, que é uma cirurgia que se propõe a colocar um eletrodo na cóclea que levará o som até o nervo auditivo. Esses tratamentos são custeados pelo Estado ou pelo plano de saúde.

 

A criança com perda auditiva ainda é tratada com preconceito? Como deve ser o tratamento dessa criança por parte dos pais, da família e dos colegas de escola, por exemplo?

Quando rejeitadas pela família e pela sociedade, o que não raramente ocorre, as crianças deficientes auditivas revidam o ultraje da rejeição com atitudes antissociais, exibindo um comportamento arredio. A surdez pode acarretar uma série de problemas no dia a dia da pessoa. Primeiramente, grandes constrangimentos em função do preconceito. A pessoa cega inspira compaixão, solidariedade e outros nobres sentimentos humanos. E o surdo? Este é muitas vezes motivo de chacota. A criança fecha a janela do conhecimento e se isola.

 

 

Dr. Luiz Carlos Alves de Sousa é médico e pós-graduado (doutorado) em otorrinolaringologia pela Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, Professor e Chefe do Departamento de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) e Responsável pela Clínica Paparella de Ribeirão Preto. Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Otologia.

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