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Quais são os tipos de violência infantil mais comuns?

Segundo a literatura da área, são a violência física e sexual, a negligência e o abandono.

 

Quais costumam ser os principais agressores nestes casos? A maior ameaça muitas vezes vem de dentro da própria casa?

Costumam ser as pessoas que mais convivem com a criança ou que têm mais acesso a ela, como os pais, padrasto/madrasta, professores, cuidadores, vizinhos e outros parentes. Entretanto, considerar as situações de violência que envolvem crianças e adultos apenas do ponto de vista de vítimas e agressores reduz a possibilidade de análise da questão. Esta, como qualquer outra, é uma relação mantida por um jogo decorrente de poderes que asseguram a posição de cada um.

Esses poderes, por sua vez, são garantidos por forças – psíquicas, físicas, morais, sociais, etc. – que sustentam os lugares de criança e de adulto na cultura, bem como os lugares de vítimas ou de autores da agressão. Com o enfraquecimento das forças que sustentam esses poderes, é possível desmobilizar a situação anterior para surgir algo novo. A psicanálise contemporânea disponibiliza as ferramentas necessárias para trabalhar com essas forças de modo que percam a intensidade ou a importância na vida da pessoa e deixem de atrapalhar suas capacidades de produção e desenvolvimento.

 

Em relação aos alvos das agressões, quem é mais atingido: meninos ou meninas?

Depende do tipo de violência. Em relação à violência física e à negligência, por exemplo, não há diferenças significativas entre meninos e meninas. Quando a referência é o abuso sexual, o maior número de casos é de meninas, mas é preciso considerar que os dados são coletados a partir de casos notificados, o que já é um recorte muito específico. Não há como saber qual a porcentagem de casos não notificados e também quantos dos registrados como tal são notificações falsas que podem estar a serviço do litígio entre casais ou por outros interesses, como já demonstrado por meio de pesquisas e estudos. Assim, falar em números e percentuais requer cuidado e contextualização.

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