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Muitos pais acham que o ronco dos seus filhos é coisa normal de criança e costumam associá-lo ao cansaço de um dia cheio de atividades, porém, a otorrinolaringologista e especialista em sono, Ângela Beatriz Lana, explica que não é normal uma criança roncar. "Sabe-se hoje que uma criança roncadora será, se não tratada, um adulto roncador", explica ela.

Segundo a especialista, o ronco está associado a uma obstrução na passagem de ar pela via aérea, que se inicia no nariz. "Teríamos então desde o recém-nascido até a adolescência obstruções que vão estar relacionadas a um fluxo de ar turbulento no nariz, em vários níveis na garganta e na entrada do pulmão, causando ruídos respiratórios chamados estridores e roncos", diz ela.

O recém-nascido, por exemplo, pode ter um dos canais nasais não desenvolvido ou parcialmente aberto, chamado atresia de coanal, e ficar sem diagnóstico até a idade adulta. "Esse problema pode existir bilateralmente também, mas neste caso raramente fica sem diagnóstico, já que o bebê quando nasce não sabe usar a respiração pela boca", diz ela. Neste caso, tanto o pediatra quanto a mãe percebem imediatamente que algo está errado no nariz da criança.

Ainda na faixa etária de recém-nascido até 2 anos, existem os "roncos" com boca fechada, relacionados a uma fraqueza na cartilagem da laringe (região embaixo da garganta, onde ficam as cordas vocais). Esse problema, chamado laringomalácia, pode assustar muito os pais, que chegam ao consultório dizendo que a criança ronca acordada e que este ronco piora muito quando a criança chora. Em muitos destes casos, apenas um acompanhamento é necessário e em outros, a intervenção cirúrgica deve ser rápida.

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