Frequência e duração dos sintomas podem indicar depressão na adolescência

A adolescência é uma fase repleta de transformações tanto para os meninos como para as meninas. Nela, o jovem passa por lutos por perdas próprias desta fase, como a perda do corpo infantil, dos pais da infância e da condição de criança, as quais muitas vezes podem ocasionar um estado depressivo.

Porém, isso já pode ser caracterizado como um quadro de depressão na adolescência? Para a psicóloga clínica Mônica Mota, nem sempre isso é verdadeiro. "O diagnóstico de depressão sempre deve considerar não só a presença de determinados sintomas, mas a intensidade, frequência e a duração dos mesmos. Isso é ainda mais verdadeiro quando se trata de um adolescente. Sintomas que em um adulto poderiam indicar a presença de uma depressão em um adolescente podem somente sinalizar que este passa por transformações", afirma.

Na adolescência, semelhante ao que ocorre em outras etapas da vida, a depressão caracteriza-se por diversos sintomas: irritabilidade, instabilidade, agressividade, humor deprimido, perda de energia, desmotivação e desinteresse, além de sentimentos de desesperança e/ou culpa, isolamento, alterações do sono e de apetite.

São também sintomas da depressão: retardo psicomotor, dificuldade de concentração e de memorização, prejuízos no desempenho escolar, baixa autoestima, problemas graves de comportamento e, em alguns casos, ideação e comportamento suicida. Porém, para que a presença do quadro depressivo seja notada, vale ressaltar que os indícios devem ser frequentes e duradouros, não atribuídos ao uso de medicação ou doença orgânica.