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Diagnóstico e tratamento

A medicina atual dispõe de inúmeros instrumentos capazes de diagnosticar o refluxo gastroesofágico, entre eles a análise clínica e exames como o de pHmetria e impedanciometria. "Radiografia contrastada de esôfago, estômago e duodeno só auxilia para descartar alterações anatômicas, sendo algumas vezes necessária para a realização de diagnóstico diferencial. Já a endoscopia digestiva alta pode ser solicitada quando se pensa em esofagite, enquanto a cintilografia pulmonar pode auxiliar no diagnóstico de pneumonia por aspiração", ressalta Barros.

Quanto ao tratamento, tudo irá depender das causas. Segundo a gastroenterologista, o procedimento inicialmente deve seguir orientações dietético-posturais, incluindo a cabeceira elevada a 30 graus ou o decúbito lateral direito após o bebê "mamar" e "arrotar".

Em lactantes, as sociedades norte-americanas e europeias de gastroenterologia, hepatologia e nutrição pediátrica recomendam o decúbito lateral direito na primeira hora para melhorar o esvaziamento gástrico. Depois disso, deve ser feito o decúbito lateral esquerdo a fim de diminuir a possibilidade de refluxo.

Quando o paciente não melhora ou se o refluxo é mais grave, existem ainda medicações disponíveis e a escolha dependerá da idade do paciente. "Na maioria das vezes o tratamento é prolongado e em alguns pacientes pode ocorrer melhora, mas a doença pode reaparecer depois e algumas vezes na idade adulta", salienta Barros.

Por fim, aqui vão alguns dados sobre a doença: em 80% dos casos, a resolução do refluxo é espontânea entre 12 e 24 meses de vida. Até os 18 meses, 81% dos pacientes melhoram, enquanto até os 2 anos o número chega a 98%. Nos adultos, ressalta-se que 7% deles têm sintomas diários e 50% têm sintomas no mínimo uma vez por semana.

 

 

Dra. Maria do Carmo Barros de Melo é graduada em Medicina, mestre em Ciências da Saúde e doutora em Medicina (Gastroenterologia) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atua na área de Medicina, com ênfase em Saúde da Criança e do Adolescente (Gastroenterologia Pediátrica, reanimação cardiopulmonar, telessaúde) e coordena o Laboratório de Simulação da Faculdade de Medicina da UFMG.

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