Índice deste artigo:

Como é feito o tratamento? Ele é apenas cirúrgico ou existem outras possibilidades?

O tratamento das fissuras labiopalatinas é cirúrgico e envolve diversas outras especialidades para que o paciente seja reabilitado de forma integral. O tratamento primário envolve cirurgias para reparo (fechamento) do lábio, por volta dos 4 meses de idade, e do palato, entre 12 e 18 meses de idade. Para ser submetida às cirurgias, a criança deve ter peso adequado para a idade e boas condições de saúde, caso contrário outros problemas (como anemia, resfriados e verminoses) devem ser tratados antes que a cirurgia seja feita. Após as cirurgias primárias, a criança é acompanhada pela equipe multidisciplinar e recebe atendimentos nas áreas de enfermagem, fonoaudiologia, odontologia, serviço social, psicologia, nutrição, terapia ocupacional, genética, fisiologia, otorrinolaringologia, entre outros. Dependendo da extensão da fissura, podem ser necessárias outras cirurgias para pequenas correções, além do enxerto ósseo alveolar por volta dos 10 a 12 anos de idade, e o retoque final do nariz, quando necessário, que é realizado após o término do crescimento. A extensão do tratamento varia de acordo com a extensão da fissura e é definida pela equipe de reabilitação.

 

Como é feito o trabalho no Centrinho da USP de Bauru? Ele atende crianças do país todo? Fale um pouco do trabalho desenvolvido no hospital, se possível.

O Centrinho atende crianças com fissuras labiopalatinas vindas de todo o Brasil. O hospital foi fundado em 1967 e desde sua fundação já recebeu mais de 55.000 pacientes com fissuras labiopalatinas. As famílias podem solicitar agendamento mesmo antes do nascimento quando já foi feito o diagnóstico, para receber orientações; ou logo após o nascimento. Na primeira consulta no hospital (chamada "consulta de caso novo") o paciente é avaliado por uma equipe que envolve cirurgião plástico, fonoaudiólogo e ortodontista, recebe orientações sobre as etapas de tratamento necessárias e é encaminhado para as diversas especialidades. Do nascimento à reabilitação integral, todo o tratamento é oferecido pelo Centrinho aos pacientes sem custo nenhum, integralmente via SUS (Sistema Único de Saúde).

 

 

Gisele da Silva Dalben é doutora em Patologia Bucal e compõe a equipe de Odontopediatria da Divisão de Odontologia do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC-USP/ Centrinho). 

Publicidade