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A apneia do sono costuma ser comum em portadores da síndrome? Como ela pode ser tratada?
Sim, mais da metade das crianças que têm síndrome de Down podem ter a síndrome da apneia do sono, que é a obstrução completa da via aérea pelos tecidos moles, com ausência de respiração por mais de 10 segundos, provocando a falta de oxigênio no cérebro, e isso em decorrência das características específicas da síndrome, como: hipotonia da musculatura, língua alargada apresentando hipotonia, palato mole com volume aumentado, que favorecem o estreitamento e o colabamento das vias aéreas superiores, enquanto o indivíduo dorme.
O enfoque do tratamento fonoaudiológico é a mioterapia, que visa a adequação da mobilidade, da postura, da sensibilidade e propriocepção e do tônus da musculatura orofacial e faríngea.
Com exercícios e massagens, o fonoaudiólogo pode contribuir para amenizar os sintomas encontrados nessas patologias, proporcionando uma qualidade de vida melhor aos pacientes.
Existe uma idade certa para buscar ajuda de um fonoaudiólogo? Qual é a importância do estímulo precoce?
As crianças com síndrome de Down devem se beneficiar da terapia fonoaudiológica logo ao nascer e se possível ainda no hospital, pois são bebês que podem apresentar dificuldades de sucção e deglutição e mais tarde de mastigação. Essas dificuldades ocorrem pela hipotonia (redução do tônus muscular) dos músculos da região oral. Além do bebê, os pais também recebem uma atenção especial do profissional, orientando-os em relação ao posicionamento e manejo adequados durante a alimentação, enfatizando sempre o aleitamento materno exclusivo.
Os pais ainda são orientados e incentivados da melhor maneira de estimular seu bebê durante as brincadeiras e os passeios, no modo como conversar e carregar o bebê, a chamar sua atenção para sons, barulhos, movimentos e vocalizações, tentando por outro lado fazer com que eles não percam a naturalidade desta relação.
A falta de estimulação e o encaminhamento tardio irão interferir em todo o desenvolvimento global da criança e na inclusão com o meio. No entanto, se ocorrer a intervenção precoce, será possível a obtenção de melhores resultados, fazendo com que grandes problemas tornem-se alterações mínimas.
A grande importância da estimulação se dá pela grande necessidade da criança de vivenciar experiências que permitam seu desenvolvimento, respeitando suas deficiências e explorando suas habilidades.